Sábado, 31 de março de 2018 - 11h18
O presidente ilegítimo Michel Temer, ao que parece, não ficará mais no Palácio do Planalto por muito tempo. A prisão dos seus amigos do peito, que certamente sabem dos seus mais secretos segredos, deverá acelerar a terceira denúncia contra ele, que já está sendo cozinhada em fogo brando pela procuradora de fala mansa, Raquel Dodge. E desta vez, ao que tudo indica, não será rejeitada pela Câmara dos Deputados, cujo presidente, Rodrigo Maia, no momento distanciado de Temer, não parece disposto a perder a terceira oportunidade de assumir à Presidência da República, já agora como candidato ao cargo nas eleições de outubro. Com a sua base na Câmara fragmentada, a inevitável debandada dos que pretendem se reeleger e o processo de autorização conduzido por um concorrente, Temer não terá a menor chance de escapar desta terceira denúncia, que provavelmente será apresentada ainda na primeira quinzena de abril. E além de Mansur, Perondi e Marun, seus mais fiéis escudeiros na Câmara, o presidente golpista provavelmente só terá a seu lado Moreira Franco e Eliseu Padilha.
Autorizada pelo ministro Luis Roberto Barroso, do STF, a Policia Federal pegou Temer de surpresa, ao prender seus amigos mais chegados, inclusive o escorregadio coronel Lima, seu principal operador, que há nove meses vem driblando os policiais para não depor. Os procuradores e policiais parece que não tem mais dúvidas sobre o gigantesco esquema de corrupção que funcionava no porto de Santos há muito tempo sob o comando de Temer, mais precisamente desde que ele foi presidente da Câmara dos Deputados. O seu assessor Rocha Loures, aquele flagrado com uma mala de dinheiro, possivelmente foi peça-chave nas investigações, entregando o ouro em troca da liberdade, numa delação premiada. Desta vez Temer não terá dinheiro suficiente para “comprar” deputados, uma prática bastante usada na rejeição das duas primeiras denúncias, o que o deixará praticamente à mercê da Justiça. Consciente dessa perspectiva sombria, ele certamente utilizará todos os recursos possíveis e impossíveis que o poder lhe oferece para, mais uma vez, tentar escapar das grades. Não será, porém, tarefa fácil, a julgar pela disposição do ministro Barroso.
A queda de Temer criará uma nova situação no país, com inevitáveis repercussões no processo eleitoral, onde o presidente substituto, Rodrigo Maia, também candidato a permanecer no cargo, terá melhores chances que o presidente golpista, pois não tem a sua rejeição. Se souber usar o poder que terá nas mãos para conquistar as simpatias do eleitorado, interrompendo todas as medidas antipopulares de Temer, inclusive a entrega do pré-sal para o capital estrangeiro e a privatização da Eletrobrás, Maia poderá começar a pensar na possibilidade de se eleger, sobretudo se Lula for mesmo impedido de concorrer. Se, no entanto, se deixar envolver pelas forças que colocaram Temer no Palácio do Planalto e der prosseguimento às suas ações entreguistas e de desmonte dos programas sociais, não fará nenhuma mudança e tudo continuará como dantes. Será o mesmo que trocar seis por meia dúzia. Como consequência, além de herdar o cargo herdará também a rejeição de mais de 90% do povo, lançando por terra o sonho de ser Presidente através das urnas.
Enquanto cresce a expectativa sobre o futuro de Temer, que parece já delineado pelo ministro Barroso, aumenta também a tensão em torno da sessão de 4 de abril do Supremo Tribunal Federal, que naquela data julgará o mérito do habeas corpus preventivo impetrado em favor do ex-presidente Lula. A impressão dominante é que o ex-presidente terá sua liberdade garantida por um placar de 6 x 5, considerando-se o resultado da última votação, mas ainda há muito suspense sobre o voto da ministra Rosa Weber, embora ela tenha votado favoravelmente à admissibilidade do HC. De todos os onze ministros ela provavelmente é a que tem recebido mais pressão dos dois lados, mas como é muito discreta e fala pouco, nem o mais arguto observador conseguiu até agora detectar a sua tendência. De qualquer modo, 4 de abril parece ser o dia D para o futuro político de Lula, o maior Presidente que este país já teve.
Na verdade, é um absurdo inominável o que o Judiciário, aparentemente controlado pelas forças golpistas, está fazendo com Lula no esforço para impedi-lo de voltar à Presidência da República. Ao invés de se discutir a farsa da sua condenação, uma armação do juiz Sergio Moro confirmada por duas instâncias superiores da Justiça – uma vergonha para os magistrados sérios deste país – cria-se uma grande expectativa sobre a sua prisão, uma escandalosa ilegalidade, decorrente de um crime que não existe. E como consequência dessa farsa vergonhosa, apoiada e estimulada pela mídia golpista, lança-se a Constituição na lata de lixo, com meia dúzia de togados, com poderes não previstos na Carta Magna, contrariando a vontade de mais de 60 milhões de brasileiros, cujo direito para escolher os seus governantes está expresso no Parágrafo Único do artigo 1º: “Todo poder emana do povo”.
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