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Não existe altruísmo na politica brasileira


Valdemir Caldas - Gente de Opinião
Valdemir Caldas

Altruísmo. Eis aí uma expressão que não existe no vocabulário da maioria dos políticos brasileiros. Acha que o parlamentar (senador, deputado federal ou estadual) vai ajudar o chefe do executivo apenas por afinidade ideológica, doutrinária, interesse social ou coisa do gênero, desinteressadamente, sem receber nada em troca, é pura balela. Os exemplos estão aí para quem quiser vê-los.

Senadores e deputados podem opinar e influir na destinação de recursos públicos para viabilizarem obras e projetos em seus estados e municípios e, com isso, ampliarem seus redutos eleitorais. E isso ocorre geralmente por meio de um mecanismo chamado emenda parlamentar, quando o Congresso Nacional discute o Orçamento Anual.

Para se ter uma ideia, entre janeiro e abril deste ano, o governo do presidente Lula liberou quase R$ 14 bilhões em emendas parlamentares. Essas autorizações geralmente ocorrem às vésperas de votações importantes, quando o governo usa a liberação de emendas como instrumento de barganha, ou, como é mais conhecido no mundo político, a tática do “é dando que se recebe”, ou seja, parlamentares dão ao governo os votos de que ele precisa para fazer passar seus projetos no Congresso Nacional, ainda que algumas dessas medidas redundem no pagamento de mais impostos para a sociedade e, em troca, são contemplados com a liberação de recursos federais para investimentos em suas bases.

Sejamos pelo menos originais. Politico tem mais é que carrear recursos para seus estados e municípios. Quem assim procede, não está fazendo mais do que sua obrigação. Afinal, foi para isso que ele foi eleito, certo? Não quero com isso, contudo, sentenciar à extinção a virtude da gratidão, mas também não precisa tanta bajulação só porque um senador ou deputado federal conseguiu dinheiro para construir uma escola, um posto de saúde ou mesmo asfaltar uma rodovia. 

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