Segunda-feira, 9 de maio de 2022 - 09h14
Há décadas, servidores federais, especialmente o pessoal da raia miúda, não sabem o que é receber reajuste salarial. A recomposição anual, que é um imperativo constitucional, seque isso lhes tem sido concedido, enquanto muitos dos que dizem defendê-los permanecem cegos, surdos e mudos, deitados em berço esplêndido, como se vivêssemos no mundo encantado da fantasia. É a política do Mateus, primeiro os meus. Enquanto eles vão muito bem obrigado, o resto que se dane.
Recentemente, o governo federal sinalizou com a possibilidade de aquinhoar o funcionalismo com míseros 5% de reajuste, dizendo que qualquer índice acima disso comprometeria de morte a saúde financeira da União, inviabilizando, assim, a execução de importantes programas sociais. Esse percentual não repõe, sequer, a inflação de 2021, que bateu os 10,06%, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumido. E, o pior, é que muita gente acreditou nessa conversa mole.
Desde 1995 que a tabela do Imposto de Renda não é corrigida, gerando uma defasagem de quase 150%. Se a correção fosse feita, hoje, quem ganha até 53 mil por ano estaria isento. Onde estão os nossos representantes, em Brasília, que não veem isso? E, se veem, ficam calados. Quer dizer, não tem dinheiro para dar um aumento decente aos que prestam serviços à máquina oficial, mas tem para encher os cofres de partidos políticos - por meio do fundo partidário -, muitos dos quais acusados de serem transformados em balcões de negócios para atender interesses espúrios de dirigentes inescrupulosos.
Dias atrás, li
que um desse partidos teria lançado mão do dinheiro do tal fundo para pagar um
escritório de advocacia contratado para defender um ex-presidente acusado de
arquitetar e comandar o maior esquema de corrupção do mundo. Afinal, para que
serve mesmo o dinheiro do fundo partidário?
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