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O homem europeu que sabe o que quer entre os que fazem o que querem


António CD Justo - Gente de Opinião
António CD Justo

O Presidente da Hungria visitou Trump no Âmbito da Cimeira da NATO

 

Imediatamente após a cimeira da NATO em Washington, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, visitou o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, no seu domicílio em Flórida, tornando-se no desmancha-prazeres da festa ao colocar a sua „missão de paz" em cena, quando o que estava na ordem de trabalhos era só a “missão de guerra” da NATO!...

Em jogo encontram-se duas concepções de União Europeia: uma visão supranacional e uma visão de soberania das nações, acompanhadas de uma geoestratégia tendente a manter os EUA à frente de um poder monopolar mundial. Isto leva a uma luta política, económica, cultural e de valores entre internacionalistas/socialistas e nacionalistas/conservadores. A UE não tem mostrado capacidade para gerir sobretudo o conflito cultural e de valores devido à sua política de desconstrução de valores tradicionais europeus em contrapartida de interesses de grupos globalistas. As potências mostram-se interessadas em poder económico militar e os países pequenos defendem o que têm e lhes dá valor e isso é sobretudo a sua cultura...

A visita de Orban a Kiev, à Rússia, China, (1) embora não autorizada pela UE, representa uma inovação compreensível no cenário político europeu. No passado, nações como Alemanha e França não se contentavam em ver os seus interesses expressos na EU, mas por seu lado realizavam ainda conversações nacionais paralelas em relação à China, enquanto países periféricos da EU se contentam com apoios económicos limitados...

Orban, com sua iniciativa, sugere que é hora de incluir os interesses das nações menos influentes nas relações internacionais...

A política externa de Orbán também inclui o fortalecimento de laços com potências não ocidentais, como a China e a Rússia, que vai contra a política da EU de procurar laços só com os parceiros do seu bloco.

Também o uso do veto pela Hungria tem frustrado muitos líderes europeus e complicado a tomada de decisões na UE. Daí ter surgido a ideia de se retirar o direito de veto às nações para deste modo ser favorecida a formação de maiorias na EU sem vetos nacionais, o que significaria concretamente uma cedência à imposição dos interesses das grandes potencias. Sintomático neste sentido torna-se o facto de António Costa já antes de ser nomeado presidente do Conselho da UE ter tomado posição em favor da abdicação do direito nacional de veto. Nesta lógica, tão advogada na imprensa alemã, as nações pequenas perderiam o seu significado podendo as potências impor a sua vontade sem necessidade de grandes conversações.

Em suma, a iniciativa de Orban sublinha a importância de priorizar a paz sobre interesses particulares, refletindo uma visão que deveria ser central na política internacional. Em vez de uma discussão séria sobre as diferentes concepções e respectivos interesses no que diz respeito à EU e à guerra geopolítica, a opinião pública fomentada por Bruxelas, contenta-se em qualificar Orbán de nacionalista e de fascista e o povo não tem outro remédio senão engolir sem digerir.

 

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo e nota em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9478

 

FRANÇA OSCILA ENTRE “EXTREMA” DIREITA E “EXTREMA” ESQUERDA

 

Le Pen e Mélenchon preparam dores de cabeça ao arco do poder da União Europeia

 

De acordo com as votações de 7.07 em França, o RN (Le Pen) obteve 37 %, o NFP de esquerda 28% e o partido Ensemble de Macron obteve 20 %. Devido ao sistema maioritário em França, o partido RN de Le Pen, embora tenha alcançado três milhões mais de votantes, do que a coligação de esquerda e o partido do Presidente Macron, não vê isso refletido na distribuição de assentos na Assembleia Nacional. Reagrupamento Nacional (o RN de Le Pen) recebe 143 assentos, Nova Frente Popular (NFP) 182 assentos; partido Ensemble de Mácron (centro) 168 assentos (1).

Não se trata de uma luta pela democracia, mas de uma luta das falanges que têm o poder e das falanges em formação que querem também elas determinar os destinos da Europa. Não é uma luta democrática, como afirmam os partidos do arco do poder, mas sim uma luta de esquerda contra direita e de direita contra esquerda em nome e à custa da democracia, quando na realidade o que está em jogo é o poder e interesses ligados a uma falange e a outra, e o povo tem que engolir tudo o transmitido como moeda verdadeira.

 As potências europeias na EU encontram-se em estado de alarme porque receiam ver aproximar-se o momento em que o povo coloque um travão às ideias globalistas que até agora têm sido conseguidas através de coligações que têm favorecido o poder da esquerda ao ser-lhe concedido, como área de acção o campo de batalha cultural na Europa...

Jean-Luc Mélenchon da coligação NFP, que conta com 71 assentos no grupo em posição maioritária, é contra a ajuda da França à Ucrânia e em questões da NATO é também contrário a muitas das políticas aplicadas na União Europeia. O secretário do Partido socialista francês, Olivier Faure, é contra que o parceiro de coligação Mélenchon seja primeiro ministro.

António da Cunha Duarte Justo

Texto completo e nota em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=9475

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