Quinta-feira, 7 de setembro de 2023 - 16h48
Zelenski demitiu o ministro da Defesa Oleksii Reznikov e nomeou Rustem Umerov
... A nomeação do muçulmano da minoria tártara da Crimeia Rustem Umerov, para Ministro da Defesa cria um maior vínculo com o "Mundo Turco" na Eurásia (cerca de 180 a 200 milhões de turcomanos) e na política interna pressupõe um maior apoio a Kiev pelos tártaros da Crimeia; ao mesmo tempo é um sinal de que a Ucrânia não quer abdicar do regresso à Crimeia.
A guerra na Ucrânia oferece uma grande oportunidade para o fortalecimento da ideia do império turcomano que significa ao mesmo tempo uma ameaça real à integridade da Rússia. Putin encontra-se em maus lençóis e tudo leva a crer que a guerra irá assumir maiores dimensões, também pelo que ela significa para os EUA e para a Federação russa. Por outro lado, a posição crescente do presidente da Turquia no conflito a realizar-se na Ucrânia apressará a União Europeia a abrir as suas portas à Turquia passando por cima de condições de caracter democrático. Razões de poder mandam mais alto.
No conflito da Ucrânia os interesses em jogo são de tal ordem (económicos e geopolíticos) que despertam e conglomeram desejos contraditórios escondidos que levarão à criação de um mundo multifacetado e multipolar em que surgirão novas constelações de rivalidades no tabuleiro de xadrez de povos e civilizações.
António CD Justo
Texto completo em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=
O SONHO DA EURÁSIA MORREU NA UCRÂNIA
... A Europa encontra-se traumatizada e em estado depressivo por se tornar refém do acaso (ao trauma europeu veio juntar-se o trauma dos países do antigo Bloco de Leste!). Com as duas grandes guerras na Europa, os estados europeus foram obrigados a abdicar do seu estatuto mundial de grandes imperialistas para o cederem aos Estados Unidos da América e se submeterem aos seus interesses....
A Alemanha, devido ao vínculo do “Tratado Dois-Mais-Quatro” respeitante às condições para a sua reunificação, ficou sujeita ao condicionamento dos quatro vencedores e sobretudo aos Estados Unidos da América que têm na Alemanha 20 bases militares que funcionam quase como um Estado dentro do Estado alemão e que perpetuam o domínio americano na Europa (No caso de um conflito atómico a Alemanha seria a primeira a ser atingida).
Daí a política do partido de Willy Brandt e do partido de Ângela Merkel de aproximação discreta da Alemanha à Rússia e de aproximação da Rússia à União Europeia ter sido um projecto de cunho europeu, mas contrariado pelos EUA.
Com o exemplo de um Reino Unido virado só para ele e para os EUA (Brexit) e uma Polónia a querer substituir a Alemanha nas relações EUA-Europa, a Alemanha (teoricamente livre mas de facto ocupada por não poder agir sem o aval dos EUA) viu-se obrigada a fazer uma virada política de tipo militarista (Zeitenwende) deixando de pensar em termos europeus (como Willy Brandt-Kohl-Merkel) para pensar em termos militares de OTAN: um passo dúbio mas fatal contra a possível Casa Europeia....
Por outro lado, com a imigração descontrolada muçulmana ressurge no povo europeu o trauma e os medos antigos dos corsários norte-africanos na Europa...
Os povos da Europa sabem, no seu subconsciente que a política que os orienta é política de autossabotagem ao criar obstáculos à realização de metas e objetivos próprios que estariam no interesse da Europa.
Depois da queda da União Soviética e da união das Alemanhas e com o início da União Europeia teria chegado a hora de se construir uma nova Europa que ajudasse a superar os extremos do socialismo e do capitalismo. Uma Europa, penitenciada dos seus erros passados, poderia tornar-se na medianeira e fomentadora de uma relação mais justa entre os povos...
Valha-nos Deus e o sonho!
António CD Justo
Texto completo e Nota em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=
XI PRESIDENTE DA CHINA E PUTIN PRESIDENTE DA RÚSSIA NÃO PARTICIPARÃO NA CIMEIRA DO G20 NA ÍNDIA
Xi não participará na cimeira G20 no próximo fim de semana em Nova Delhi, fazendo-se representar pelo primeiro-ministro Li Qiang; também Putin será representado pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov.
O presidente dos EUA, Biden, ficou desapontado com o cancelamento e o chanceler alemão Olaf Scholz lamentou tal decisão.
É a primeira vez que um chefe de Estado chinês cancela uma reunião do G20, o que pode ser interpretado como uma bofetada no anfitrião Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia. Rivalidades fronteiriças entre China e Índia poderão estar na base do cancelamento e ao mesmo tempo pode-se interpretar a ausência do presidente como um apoio indireto a Putin. Deste modo impossibilitam-se encontros de líderes mundiais à margem da cimeira na Índia, em 9 e 10 de novembro.
O Grupo dos Vinte (G20) reúne os chefes de estado e de governo dos 20 principais países industrializados e emergentes (19 países: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, Japão, República da Coreia, México, Rússia, Arábia Saudita, África do Sul, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos) e a União Europeia.
António CD Justo
Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=
CIMEIRA EUA-COREIA DO SUL E JAPÃO
A situação crítica na Ucrânia e em Taiwan leva países de interesses comuns a cooperarem entre si criando novas medidas de defesa no sentido de reforçarem a presença do Ocidente na Ásia.
Para Antony Blinken, secretário de Estado americano a cimeira (18/08/2023) significa „uma nova era na cooperação trilateral".
Neste sentido deu-se a cimeira precisamente em Camp David entre EUA, Japão e Coreia do Sul para ser expandida a cooperação nas áreas da economia e segurança. Superam-se assim o contencioso entre Japão e Coreia do Sul, um grande trunfo para os EUA na região.
A cimeira é ao mesmo tempo uma mensagem e um aviso à China e à Coreia do Norte.
Pelo que se observa, atualmente, o mundo encontra-se em especial movimento.
António CD Justo
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UM EXEMPLO ORIGINAL DE COMO RESOLVER CONFLITOS
Na vida dos salesianos de Dom Bosco é conhecido o facto do jovem S. Domingos Sávio que se deparou com dois colegas que se preparavam para fazer um duelo à pedrada. Como bem relata o Pe A. Gonçalves, eles já tinham medido os passos de distância e então o Jovem Domingos, com bons modos, colocou-se no meio deles, dizendo: atirai as pedras contra mim.
Domingos evitou o conflito sem culpar ninguém!
António CD Justo
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O que se espera de Léo Moraes em matéria de arquitetura e urbanismo
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