E a velocidade das coisas, que vem se experimentando nos últimos sessenta anos é terrivelmente incomodativa. É por isso que os mais velhos têm dificuldade de operar o caixa eletrônico, um computador, um telefone celular moderno. Até mesmo para digitar uma mensagem, um menino novo, digita numa velocidade incrível com dois dedos polegares, mãe e avô, com um dedo só, e catando milho.
E lá vem uma revolução pra frente. Ainda mais complexa, como se diz, não se precisa muito mais de cérebro. Porque um monte de cérebros eletrônicos tem por aí. Até mesmo uma chamada de táxi, que se fica à beira da rua e se dá com a mão, ou se grita “táxi!”. Daqui a pouco pode ser diferente, e já é, em muitas cidades brasileiras. Chamada pelo celular. Até acabou a graça de se ficar na sarjeta da rua abanando a mão. Você não pode entender, como é mágico ficar na beira da asfalto, com chuvisco ou ventania, e a gente ali, chamando e gritando pelo táxi.
É muito aplicativo. Daqui a pouco, mulher nem vai mais precisar de homem, nem homem de mulher, basta um aplicativo. E outras ternuras, também. É assim, e, não tem jeito de se pensar no longo prazo. Tudo tem que ser pra já. No agora mesmo. Porque ninguém no mundo pode imaginar como será a felicidade daqui a vinte anos. Pelo que vejo, ficar dedilhando um celular, como se vê em todo lugar, só pode ser o exercício da felicidade, naquele momento. E pelas caras e reações, até parece um “prazer” imenso.
Conversar à porta da rua, rodadas de gente debaixode árvores, só se for com celular à mão. E todo mundo dentro de suas aldeias de relacionamentos. As comunidades digitais planetárias. Um beijo gostoso, quem diria! A não ser que o celular não toque. O celular bloqueia tudo. E a riqueza, da noite para o dia, nem se fala mais em loteria esportiva, mas, em inventar um aplicativo que caia no gosto do povo. E a moçada sonhando em ser um Steve Jobs.