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O Papel dos Media na Cultura do Erro


António CD Justo - Gente de Opinião
António CD Justo

A Mundivisão relativista possibilita um Progresso Tipo Roda de Hamster

O problemático da questão situa-se, porém, no facto de os erros públicos (políticos) serem negociáveis mais que resolvidos e assim a vida passar a assumir um caracter meramente funcional porque reduzida à resolução de problemas! ...

Atualmente o mundo ocidental encontra-se numa época de crise ao procurar afirmar no próprio modelo o relativismo moral e cultural em função do útil! Neste entremeio de mundivisões contraditórias torna-se difícil também para as elites governantes e acólitos tentar fazer valer para o povo o relativismo absoluto e reservar para elas uma espécie de verdade absoluta (direito a orientar com validade para as cúpulas e a correspondente exigência aos subornados (circunscrita ao povo) de aceitarem viver no erro embora legitimado pelo relativismo (1). 

Esta incoerência relativista desenvolve o poder explosivo político e promove a legítima desconfiança popular! O equívoco encontra-se no novo modelo conceitual, mas do qual as camadas dominantes vivem parasitariamente ... tal  leva as elites a unirem-se entre elas, processo já atualmente em via, de maneira a tornarem-se cada vez mais despóticas como é o caso do modelo chinês ou cada vez mais oligárquicas, como já vai sendo o modelo anglo-saxónico (a ser apressado na Europa a pretexto da guerra na Ucrânia).

Atendendo à atual situação do Ocidente, até que se gere uma nova matriz político-económico-social haverá que partir do erro como estado original normal e tentar protelar a cura especializando-nos não na cura do erro, mas na forma como o tratar!...

Também a desconstrução do monoteísmo faz parte do âmago do relativismo que procura impor o politeísmo olímpico com os deuses das sensualidades humanas legitimadoras das lutas do direito dos mais fortes numa espécie de Olimpo das elites que se servem e riem dos humanos que vivem debaixo das nuvens na esperança de uma aberta que permita algum raio do sol sínico de algum deus!

Nesta situação deficitária, para se entrar num processo social de melhoria contínua será de pressupor a capacidade de lidar com o erro de maneira construtiva e positiva. Ao lidarmos com o erro de maneira positiva prestamos um serviço importante ao mecanismo social. Pressuposto será que tanto as esferas superiores como as inferiores reconheçam a realidade do erro.  Ao reconhecer-se que erramos estamos honestamente a assumir responsabilidade analisando as causas do erro e a dar os próximos passos para corrigi-lo (Não é fácil sair da roda de hamster!).

Muitos de nós e relevantemente os media não querem aprender com o erro porque não há interesse em analisá-lo ou em propor formas diferentes de o tratar;  chegam mesmo a usá-lo como algo fatal e também ele fazendo parte do negócio que dá oportunidade ao bom viver das elites e seus acomodados (Também nos Media do sistema é válido o princípio muçulmano: a mentira é boa desde que sirva o sistema; o sistema é sempre generoso para com os seus delegados e para com a administração)! Mais que interessados na mudança e no desenvolvimento do sistema vai-se vivendo, comodamente, dele, com os erros que possibilitam progresso aparente (o progresso da Roda de Hamster) que não o desenvolvimento! Neste sistema e para o qual, a nível geopolítico de momento, não há alternativa mais se necessitaria de um jornalismo crítico e responsável que analise e avalie os serviços prestados num processo de contínua aprendizagem se bem que limitada.   Também a indiferença e a apatia que se observa a nível popular é de basear na ordem relativista utilitária fomentadora de impotência popular e não numa estupidez natural advogada pelos beneficiados do sistema...

.  A matriz do futuro, o modelo de uma nova ordem social, terá que ter como fundamento antropológico e cultural uma relação equilibrada entre os dois princípios vitais que penetram toda a natureza e toda a humanidade: a masculinidade e a feminilidade. Os dois princípios universais a actuar na natureza, no homem, na mulher e na sociedade terão de entrar numa relação de osmose complementar e abdicar da luta mútua pela superioridade de modo a substituí-la por uma relação de troca,  passando a ser uma troca entre iguais, muito embora com a possibilidade de sublimar energias negativas numa espécie de jogo, sem que este tenha de ser olímpico, como quereriam os seus deuses!

Entretanto, quem não dança fica sentado no banco a chupar o dedo!

António CD Justo

Texto completo e nota em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8422

 

 

 

ENCONTRO DE JESUS (REINO ESPIRITUAL) COM PILATOS (REINO MATERIAL)

 

... Jesus vai ser vítima reduzida a bola de jogo entre o poder estatal e o poder institucional religioso, dois poderes envolvidos na luta pelos próprios interesses institucionais sem lugar para o reino de Deus, para o humano individualmente (1) ...

Pilatos, representante do império, sente-se enfrentado mais que pelo poder espiritual, (o rei messiânico dos judeus), pelo chamamento de Jesus a deixar-se envolver pessoalmente pela sua missão espiritual. Por outro lado, o Sinédrio queria ver-se livre de Jesus porque Ele provocava a sua autoridade institucional...

Os representantes religiosos ao quererem ver Jesus condenado pelo representante do imperador têm em vista um xeque-mate político para se livrarem de tumultos populares...

Neste processo sobressai a maneira como as duas instituições (estatal e templo) empurram a responsabilidade uma para a outra. Esta tensão continua hoje como ontem porque os dois poderes se legitimam em clientelas diferentes com poder real nos cidadãos...

Também por isso se assiste no mundo ocidental a uma luta mais ou menos declarada contra Deus e contra a religião! Uma vez destronado Deus passam a ter poder absoluto os “deuses” do Olimpo! Disto deveriam estar conscientes os que por razões diversas lutam contra Deus e contra a religião. Matar Deus corresponde a atraiçoar o povo e entregá-lo à arbitrariedade dos senhores do Olimpo e aos vendilhões do templo.

Pilatos, ao perguntar sarcasticamente a Jesus se Ele era “o rei dos judeus”, queria certificar-se por um lado se tinha a ver com um representante do poder e, por outro lado, a maneira de descalçar a bota para o despachar para o Sinédrio! ...

Pilatos que não quer ver o interrogatório sob o aspecto pessoal, mas funcional insiste, “Então és rei?”...

Pilatos não gostou da afirmação de Jesus “Todos os que amam a verdade escutam a minha voz.” Com ela Jesus estava a alargar a sua missão também a ele na qualidade de pessoa...

Pilatos para insistir que no julgamento o que estava em questão não era o comportamento de Jesus, mas a sua messianidade insiste: “Então, não querem que vos solte o rei dos judeus?”. A voz do sinédrio ecoou através do povo dizendo “Não! Não soltes este, mas sim Barrabás!” Pilatos que sabia das andanças como se cosem os interesses das instituições que os fazem ser representados pelo povo, usou de uma metodologia psicológica para ver se conseguia mudar a opinião do povo, mandando para isso açoitar Jesus, para depois o apresentar ao povo...

Pilatos disse então para a multidão “Eis o Homem!” ...

Pilatos, entre a espada e a parede, dirige-se mais uma vez a Jesus dizendo „Não compreendes que tenho poder para te soltar ou para te crucificar?”; Jesus, porém não abdica da sua missão e responde: “Não terias poder nenhum sobre mim se não te tivesse sido dado do alto”.

O sinédrio ao ver a hesitação de Pilatos apresenta um argumento fatal a nível interinstitucional dizendo: “Se soltares esse homem, não és amigo de César. Quem se proclama rei é culpado de rebelião contra César!” O governador, ao ver o seu cargo e o seu juramento de lealdade ao Imperador questionado pelas autoridades do templo, torna-se também ele cúmplice na condenação de Jesus à morte...

Neste processo é bem de notar como a vida de Jesus e com ele a do povo se encontram entregues nas mãos dos interesses interinstitucionais e dos que assumem os seus papeis.

António CD Justo

Texto completo e nota em Pegadas do Tempo: https://antonio-justo.eu/?p=8417

 

CASAMENTO INFANTIL

 

De acordo com o Registro Central de Estrangeiros de 2016, foram registrados na Alemanha 1.475 menores casados. 361 deles não tinham sequer 14 anos.

Segundo o Tribunal Constitucional Federal, os casamentos infantis celebrados no exterior são automaticamente ineficazes na Alemanha - mas os afetados têm direito imediato à pensão alimentícia, como no caso de divórcio, informa a HNA.

Até meados de 2024, a lei deve permitir que os casais continuem seu casamento se assim o desejarem, mesmo sob a lei alemã, assim que ambos atinjam a maioridade: até agora, as pessoas tinham que se casar novamente porque se um deles tiver menos de 16 anos, o casamento é automaticamente inválido. Se um dos cônjuges tivesse entre 16 e 18 anos, o casamento deveria ser anulado judicialmente. As raparigas que se casam muito jovens são frequentemente sujeitas a violência e abandonam a escola. "As crianças devem brincar, aprender, tornar-se independentes - e quando crescerem, devem decidir por si mesmas se e com quem querem se casar." Um casamento protegido pela Lei Básica baseia-se na parceria igualitária. Segundo o Tribunal Constitucional, as crianças carecem de experiência para poderem assumir esta responsabilidade.

António CD Justo

Pegadas do Tempo https://antonio-justo.eu/?p=8420

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