Sexta-feira, 31 de janeiro de 2025 - 12h34
Parece que o Governo Lula engatou o dedo no gatilho de uma
metralhadora e tem disparado centenas de balas contra o próprio pé. Ferido, não
anda, fala mal e quando fala, fala besteira, uma sobre a outra. Não ! não dá
pra falar de tudo, mas uma coisa esse governo é campeão: tentar ludibriar o
povo brasileiro com artimanhas em nome da pobreza, do ambientalismo e do
social. Escondido atrás de uma máscara de bom feitor, esse governo trabalha na
surdina tentando de todas as formas arrumar um jeito de se dar bem. Como ta
todo mundo de olho nos desvios de verbas públicas através das estatais, o mote
agora é tentar partir para destruir a Amazônia em nome de um ambientalismo
perverso, traiçoeiro e criminoso.
Longe
dos holofotes do debate público, foi assinado um protocolo de intenções com a
empresa privada Ambipar, permitindo sua atuação em terras indígenas sem
licitação ou aval do Congresso Nacional. A parceria abrange cerca de 1 milhão
de quilômetros quadrados, já imaginou isso? O protocolo foi assinado, agora em janeiro, em
Nova York, durante a Assembleia Geral da ONU, pelo Ministério dos Povos
Indígenas, sem qualquer debate público ou transparência no processo. Quem está
por traz dessa façanha é o ativista indígena Eloy Terena, de Mato Grosso do
Sul, secretário-executivo do MPI a que coube a tarefa de esconder esse
escândalo.
A
Ambipar é uma multinacional brasileira especializada em gestão ambiental e
resposta a emergências. A empresa atua na recuperação de áreas degradadas,
controle de emissões de carbono e gerenciamento de riscos ambientais. No
entanto, sua presença em territórios indígenas sem um processo legal claro
levanta questionamentos sobre os impactos de sua atuação e a legalidade do
protocolo assinado, dizer claramente qual é a contrapartida desse acordo. Não
existe almoço grátis!
Na
Indonésia, por exemplo, o governo concedeu, sem transparência, vastas áreas
florestais a empresas privadas para a produção de óleo de palma e madeira. O
resultado? Desmatamento descontrolado, conflitos com comunidades locais e um
impacto ambiental irreversível. O governo, pressionado, teve que revisar várias
dessas concessões após escândalos
Não
diferente, em Madagascar, em 2009, o governo concedeu ilegalmente terras para
uma empresa sul-coreana cultivar alimentos destinados à exportação. A revolta
popular foi tão grande que o presidente acabou derrubado, e o contrato foi
cancelado. Esse é o caminho para esses absurdos
Ao
contrário desses países, o Brasil possui uma das legislações mais rígidas do
mundo quando se trata da proteção de terras indígenas e bens da União. A
Constituição Federal de 1988 estabelece princípios claros que tornam esse tipo
de acordo entre o Ministério dos Povos Indígenas e a Ambipar uma afronta ao
Estado Democrático de Direito.
Terena,
o grande articulador, pensando que estava escondido fora do país, chamou tanta
atenção com essa “adrem” que os “apagadores de incêndio” tiveram
que entrar em ação e tentar desmentir o acontecido. Esse sujeito morde a
própria língua com um protocolo desse quando, lá trás, numa entrevista, ao se
referir aos conflitos entre fazendeiros e povos indígenas, sem manifestou dessa
maneira: "Nós reconhecemos que houve um erro estatal no passado que
concedeu títulos a proprietários, ignorando a presença dos povos originários
que ali estavam". Vejam que, agora, do lado do governo, esse anjo do
engodo faz pior: concede uma área que representa aproximadamente 14% do
território brasileiro, equivalente à soma da França e da Inglaterra.
Essa
decisão escancara o descompasso dentro do próprio governo, que demonstra uma
total falta de coordenação entre seus ministérios. Enquanto um setor do governo
veta projetos estratégicos sob a justificativa da preservação ambiental, outro
fatiava a Amazônia de forma silenciosa, abrindo precedentes para interesses
privados. O mesmo governo que barrou a exploração e o refino de petróleo na foz
do Amazonas, alegando riscos ambientais, agora concede áreas de terras
indígenas para uma empresa privada sem consulta ampla à sociedade ou qualquer
análise criteriosa de impactos.
O
asfaltamento da BR-319, fundamental para conectar a Amazônia Ocidental ao restante
do Brasil, segue emperrado sob o pretexto de preocupações ambientais, enquanto
rodovias clandestinas surgem sem fiscalização, promovendo desmatamento ilegal e
tráfico de madeira. Da mesma forma, a construção de uma ferrovia entre Porto
Velho e Manaus, que poderia integrar os modais ferroviário, hidroviário e
rodoviário, garantindo um transporte mais sustentável e seguro para a região,
sequer é debatida pelo governo. Essa ferrovia poderia reduzir drasticamente a
dependência do Rio Madeira, cujo nível crítico tem prejudicado o abastecimento
do Amazonas, além de oferecer uma alternativa logística mais eficiente e de
menor impacto ambiental. No entanto, não há interesse político em tirar esse
projeto do papel, enquanto decisões controversas e sem embasamento técnico
avançam nos corredores do Planalto.
A
Constituição Federal de 1988 é clara ao definir que as terras indígenas são
inalienáveis e indisponíveis (Art. 231), ou seja, não podem ser cedidas ou
utilizadas por terceiros sem um rigoroso processo legal. Além disso, qualquer
concessão de bens da União deve obrigatoriamente passar por licitação (Art.
37), garantindo transparência e concorrência justa. Para agravar a situação, a
exploração de recursos em terras indígenas é uma competência exclusiva do Congresso
Nacional (Art. 49, inciso XVI), o que torna esse protocolo uma afronta direta
às instituições democráticas.
O
governo Lula, que se elegeu com um discurso de proteção ambiental e defesa dos
direitos indígenas, agora se vê obrigado a engolir suas próprias críticas. O
número de queimadas na Amazônia aumentou drasticamente, e, em vez de enfrentar
o problema com políticas eficazes, o governo tenta esconder os números e
minimizar a crise. A fiscalização ambiental enfraquecida e a falta de uma
estratégia integrada de desenvolvimento sustentável fazem com que a Amazônia
continue refém de uma gestão errática, que impede avanços estruturais ao mesmo
tempo que toma decisões obscuras e sem respaldo legal.
Se
esse cenário que já era alarmante, recentemente veio à tona mais um escândalo
silencioso: a empresa Taboca vendeu, sem que ninguém soubesse e com o Congresso
dormindo, uma área estratégica na Amazônia rica em terras raras para uma
companhia chinesa. Essa transação, que passou despercebida até se tornar
pública, levanta sérias questões sobre a soberania nacional e o controle de
recursos estratégicos. Como diz o cantor Zeca Pagodinho: "Camarão que
dorme, a onda leva". E o governo, ao permitir que negócios desse porte
aconteçam sem qualquer debate, prova que está dormindo profundamente enquanto a
Amazônia é fragmentada.
Esse
protocolo não é apenas um erro administrativo, mas um grave ataque ao
ordenamento jurídico brasileiro. Se um governo pode ignorar o Congresso e
conceder terras públicas para uma empresa sem transparência, o que impedirá
futuras concessões para exploração mineral ou agropecuária? Cabe à sociedade,
ao Congresso e ao Judiciário impedirem que esse precedente se torne o início de
uma nova era de concessões ilegais, comprometendo não apenas o meio ambiente,
mas também a soberania nacional sobre terras indígenas. A Amazônia precisa de
um projeto sólido e estruturado de desenvolvimento, não de medidas improvisadas
e contraditórias que só servem para aprofundar sua crise.
Não
esqueçam da picanha, da gasolina barata, das passagens, das queimadas, da
inflação, do rombo nas contas públicas, dos escândalos sexuais, da esbanja, do
desemprego, da queda na economia, da insegurança. Enquanto isso, os Sem Terras
são ovacionados.
Vamos
parar por aqui, já estou muito zangado!
Rubens Nascimento é jornalista, formado em direito, Mestre Maçom-GOB e ativista do desenvolvimento.
* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.
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