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O Sepultamento da República Democrática dos Poetas e Boêmios Liberais do Acre!


 Antônio Serpa do Amaral Filho (Basinho) - Gente de Opinião
Antônio Serpa do Amaral Filho (Basinho)

Há 125 anos pra trás foi proclamada a República do Acre, pelo aventureiro espanhol Luis Gálvez Rodríguez de Arias! Isso aconteceu em 14 de julho de 1889.  Gálvez, “O Imperador do Acre”, já se achando, mandou logo criar bandeira, escolas, corpo de bombeiro e exército para o novo país. De olho no lucro da borracha, comerciantes, seringalistas e políticos do Amazonas patrocinaram a epopeia de invasão e ocupação do território boliviano. Mas não deu pé! O governo brasileiro não aprovou a ideia, e república acreana fracassou logo em seguida.

Foi então que entrou em cena a Expedição Revolucionária dos Poetas, tentando proclamar a República Democrática dos Poetas e Boêmios Liberais do Acre! Armados até os dentes com os versos e prosas de Castro Alves, Casimiro de Abreu, Gonçalves Dias e Olavo Bilac, eles partiram pra porrada com os bolivianos, donos legítimos das terras ricas em seringueiras.

A utopia dos poetas e boêmios seresteiros da Amazônia Ocidental até que tinha o apoio e o incentivo do governo do Estado do Amazonas, mas também não deu certo! Talvez tenha sobrado poesia, tabaco e rum e faltado armas, planejamento e combatentes de verdade. A proclamação ocorreu em 29 de dezembro de 1900.

Nem a República de Gálvez nem a República dos Poetas deram certo! No dia 11 de março de 1900, Gálvez bateu continência para os militares brasileiros e se rendeu, sendo enviado preso para o Recife e de lá seguiu rumo a Europa como exilado. Já os afoitos e revoltosos poetas e boêmios foram derrotados, humilhados, e voltaram para Manaus pra tomar cachaça e recitar nos bares da Eduardo Ribeiro!

O gaúcho Plácido de Castro comandou a Revolução Acriana e tentou criar a terceira República do Acre, porém essa também não foi pra frente.

A grande sacada histórica veio com José Maria da Silva Paranhos Júnior, o Barão do Rio Branco, que chamou os Cambas e os Colhas para uma conversa lá em Petrópolis, no Rio de Janeiro, em 1903, e ali ofereceu a quantia de 2 milhões de libras esterlinas e uma estrada de ferro ao povo boliviano. O martelo foi batido na hora, e isso consagrou a morte das utópicas repúblicas acreanas!

E assim foi sepultada a República Democrática dos Poetas e Boêmios Liberais do Acre!

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