Quinta-feira, 14 de outubro de 2021 - 08h20
Apesar de não ser beneficiário do Instituto de Previdência dos
Servidores Públicos de Rondônia (Iperon) reconheço que fiquei extremamente
preocupado com as declarações do conselheiro do Tribunal de Contas de Rondônia,
Edilson de Sousa, sobre a difícil situação financeira pela qual passa a
instituição. Por alguns instantes me pus na condição de centenas de aposentados
e pensionistas que correm o sério risco de entrar 2022 sem poder receber seus
proventos. Isso porque, de acordo com o competente conselheiro, o órgão está
praticamente quebrado, com uma dívida que supera a casa dos quinze bilhões de
reais. Quer dizer, a pessoa contribuiu uma vida inteira para a previdência,
sonhando ter uma velhice tranquila, porém, quando ela chega, em vez de usufruir
do merecido ócio, tem que driblar problemas, criados e alimentados por gestores
incompetentes.
O que está acontecendo com o Iperon é cara do Brasil, uma Nação
que não respeita seus velhos. Desgraçadamente, essa é uma modalidade na qual o nosso
país se especializou. Os nossos velhos não estão recebendo o respeito que todos
nós lhes devemos, pois, afinal, foram eles que dedicaram anos e anos de suas
vidas trabalhando em defesa da nossa Pátria. E muitos ainda o fazem, com
dignidade exemplar. Imagino o que não deve estar passando pela cabeça dessas
pessoas, que durante anos contribuíram para o Iperon, via de regra, mal
administrado e financiando o desperdício, esquecendo-se de que a sua principal
função é a aposentadoria dos que para ele contribuíram e, agora, no fim da
vida, veem o sonho de uma velhice relativamente tranquila ir por águas abaixo.
Aliás, não é de hoje que o Iperon é mal administrado. Vem de
longe. O resultado não poderia ser outro. A Instituição entrou em colapso
financeiro. Assiste-se, hoje, um achatamento brutal nos proventos dos
aposentados e pensionistas e, o que é pior, a possibilidade de não ter nada
para receber a partir de 2022. Onde está o dinheiro dos aposentados e
pensionistas do Iperon? E não adianta vir com essa história de que o gato
comeu. Isso porque gato gosta de comer muitas coisas, exceto, dinheiro. Se o Iperon chegou ao ponto em que se acha é
porque faltou, entre outras coisas, vontade política para fazer o que precisava
ser feito dentro da lógica e do bom-senso.
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