Domingo, 20 de junho de 2010 - 12h29
Confúcio Moura
Hoje é domingo, tem muita gente trabalhando neste dia. Os feirantes fazem dele o dia do maior ganho. Os ônibus não param na rodoviária. As pessoas dormem até mais tarde enquanto outros fazem a comida. Maioria dos órgãos públicos não trabalha nos finais de semanas e feriados. Só aqueles indispensáveis, mesmo assim, com aquela cara de repouso garantido. Domingo parece ser um dia como se não existisse. Que não houvesse nenhum acidente e nem febre. Um dia sem vômitos. Um dia sem brigas e crimes. Um dia sem batidas de carros.
Mas, o domingo existe. O sol já saiu e está bem alto. Daqui a pouco o Brasil vai jogar com a Costa do Marfim. Todo mundo está naquela ansiedade para ganhar o bolão. Não tem outra alternativa para o Dunga, o povo brasileiro, neste quesito é bem exigente. Gosta de ver o sangue derramado. Gosta do botar o pé no pescoço do adversário. Até a língua sair pra fora. O Brasil não tem pena de ninguém, quer mesmo é goleada. Aí sim, logo depois virá a festa. E litros de cerveja se transformarão em urina bem clara. Imenso e agradável prazer.
Máquina foi feita para trabalhar. Basta mudar o turno. Porque máquina não sente cansaço e nem dor. Dê a ela a manutenção e o combustível que trabalhará dia e noite. Para máquina que não tem alma, sem sangue e dor não necessita da noite de descanso, nem de feriado porque a máquina não sente sono.
O serviço de estrada e obra pública deve ser bem feito. Engenharia não deve errar. O arquiteto faz a concepção da obra, joga no espaço riscos e revoluções, cabe ao engenheiro civil garantir a segurança de tudo aquilo. Uma estrada pavimentada deve durar ao menos oito anos. Porque fazer asfalto tem ciência. Exige laboratório de cada passo do serviço. O laboratório de solo é como laboratório de gente. Tem que ver como tudo está dentro do invisível. Porque debaixo da terra tem que se analisar os seus glóbulos, colesterol e camadas de gorduras.
Nem sabe você como é caro o resserviço. Fazer e repetir duas ou três vezes. Daí o que era para ser barato termina caro. O que era para durar desaparece antes do tempo. O que era para ser bom fica ruim. E fica a placa e a decepção. Fica o desejo e a calamidade dormindo na mesma cama. Fica a utopia desmantelada em ruínas. O Brasil precisa criar vergonha na cara. E fazer a coisa bem feita e gastar o dinheiro bem gastado.
Ninguém pode financiar o Estado, porque o Estado é um patrão impessoal. Estado é Estado e não tem coração. Barão de Mauá quebrou na época do Império porque financiou o Estado. O Estado é por natureza injusto. O princípio número um de um governante é não dar prejuízo a ninguém. Pobre o empresário que se atreve a financiar o Estado, estará condenado ao inferno da agiotagem e das ações judiciais. Entenda o empresário como parceiro do serviço público. Porque quando faz um serviço ele paga imposto. E o imposto é alto. O Estado é sócio do empresário, um sócio triste, chupa-cabra, porque tira dele mais do que o lucro. E todo mundo tem que entender o que é sagrado – não precisa matar ninguém para o Estado prosperar e produzir cidadania de verdade.
Eu não gosto de entrar em arena de festa agropecuária. Tenho também as minhas superstições. Eu gosto da festa, sento-me na bancada no meio de todo mundo, fico observando a arte do locutor de rodeio. Camarada esperto. Brinco com o povo. Faz um lado de a galera gritar, cantar e mexer com os braços. Numa coreografia singular. E lá vem o peão montado no touro, couro de boi é liso que nem quiabo, ele rola por cima da carne, o camarada para agüentar montaria em boi no tempo marcado tem que ser um herói. Ou ter sorte.
Também Deus descansou no domingo. Eu também mereço. A máquina não precisa conhecer nem sábado e domingo. Porque estes dias são iguais aos demais. O universo não tem dias e nem horas. Nem anos. Universo é inteiro, contínuo e não tem nele nada escrito de calendário. Porque o universo é alguma coisa impossível de ser descrito e entendido. Só migalhas dele estão nos livros. No mais é se contentar em ser simplesmente parte de tudo isto.
Eu sempre acreditei na lavagem cerebral. E no fanatismo também. Porque o demônio existe. Mas, feliz ou infelizmente vamos ter que nos juntar, em certos momentos, ao fanatismo e lavagem cerebral para fazermos algumas transformações. A educação deve ser Deus na terra. Um Deus criado por nós. Porque para subir apenas “unzinho” degrau na qualidade dela, a gente tem que mexer com todos os nossos neurônios e disposições. E tudo isto só acontecerá com um mergulho profundo em nossos mistérios humanos.
O segredo é um ou dois - investir na capacitação do professor. Então, mesmo formado e graduado deve-se voltar a estudar. E sempre. Para todo o sempre. No mais é o Governo Federal e Estadual por mais dinheiro na educação, mais incentivo ao professor, mais respeito ao mestre. E ajudar ao pobre município, que vive de pires-na-mão. Sem professor não há revolução, e tudo fica sendo uma cidadania meia-sola.
Vamos dar um tiro nos ouvidos dos usos e costumes. Porque os usos e costumes não existem como normas de condutas. São hábitos de conveniências que prevalecem enquanto não há regras claras. Na área da saúde temos que fazer uma ruptura completa com o direito mal acostumado - criado pela ordem das inconveniências.
Fonte: Confúcio Moura
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