Segunda-feira, 4 de abril de 2011 - 06h17
Prof. Victória Bacon
Os acontecimentos que envolveu uma aluna matriculada no Instituto Carmela Dutra
Há mais de 05 anos escrevo em sites e jornais eletrônicos e, venho denunciado, a falta de comunicação da Secretaria de Educação com a comunidade escolar. Toda esta falta de diálogo, de apoio e de cuidados transforma-se em sinais negativos de abandono do sistema e atinge diretamente aqueles que lidam diariamente com o universo escolar.
A palavra que resume toda situação que fora vítima tal aluna, chama-se Bullying; que é um termo em inglês utilizado para descrever atos de violência física ou psicológica, intencionais e repetidos, praticados por um indivíduo.
A questão evidente é a presença marcante da violência contínua no espaço escolar. Todos os dias, dezenas e até centenas de alunos por toda Rondônia sofrem violência física, ameaças, atentados ao pudor e discriminação em todos os sentidos. Como educadora presencio amigos professores se queixarem da inércia da direção escolar, da orientação e, dos psicólogos (profissionais que quase não existem nas escolas públicas estaduais em Rondônia) quando o assunto é bullying. Alunos que abandonam a escola por serem homossexuais, por serem portadores de necessidades especiais, por serem autistas, por serem negros, enfim, vítimas do sistema social e educacional entregue ao destino e a própria sorte.
A diretora do estabelecimento de ensino Carmela Dutra, que há anos está como uma espécie de “marquesa” do ensino tem em seu curriculum diversas reclamações de professores, de pais de alunos, dos próprios alunos e dos que conhecem o sistema. Mesmo tendo conhecimento das atitudes profissionais da diretora a SEDUC esquiva-se ao assunto e continua errando ao permitir que esta senhora torne o Carmela Dutra (instituto de ensino) algoz nas manchetes de jornais por toda região. Há alguns anos esta mesma escola, considerada a melhor instituição de ensino pública de Rondônia, lotava-se os quarteirão da escola de pais de alunos atrás de vagas para seus filhos, cena que não vemos mais. Atualmente, a mesma escola, amarga sinais de abandono social e intelectual por parte desta diretora que tornou a escola uma das que mais decaíram no IDEB em relação a outras escolas, comparando os anos 2005-2010 (incluindo ENEM).
Quantas escolas estão na mesma situação?
Como educadora não vejo nenhum representante da SEDUC procurar conhecer nossas dificuldades, nossos anseios (como professores, técnicos educacionais, alunos, pais, comunidade em geral), conhecer afinco os obstáculos da direção e da orientação de cada escola. O que nos é cobrado e exigido é a mesma ladainha de sempre no que remete a melhorar os índices e mostrar aquilo que o poder público quer. Mas o poder público está fazendo a lição de casa? Quem cobra resultados precisa conhecer.
Em seu blog o governador de Rondônia, Confúcio Moura, pede aos diretores de escola empenho na construção de um sistema educacional de melhor qualidade. Todavia, o senhor governador, esqueceu-se que o sistema não somos só nós professores ou diretores e, ele também com maior grau de responsabilidades. Se o poder público não sair do gabinete do Palácio Vargas, não deixar de se encantar por belas palavras e trocadilhos em encontros com diretores e seminários promovidos pela SEDUC, colocar as pessoas certas a frente desta tão delicada secretaria o resultado desta equação temporal é que se passarão 04 anos de seu mandato como governador e a educação como um todo (sistema público de ensino) continuará inerte as vontades e anseios do senhor Confúcio Moura, que sei que tem muito a trabalhar pela educação.
Pagamos impostos e que por sinais muito altos. Brasília envia os recursos todo dia 20 de cada mês. Estes recursos chegam a mais de 250 milhões de reais só para educação (repasse da União Federal para o Estado de Rondônia). A parte que cabe ao Estado de Rondônia, soma-se a valores que chegam a 800 milhões de reais. Enfim, a pergunta que não se cala: Cadê todo este dinheiro?
Planejamento, amor a causa, pessoas qualificadas na área de educação, diálogo e principalmente valorização dos profissionais que atuam nas escolas públicas resolveria esta dolorosa equação temporal.
Prof. Victória Bacon
Contato: victoriabacon2004@hotmail.com
“Se a educação, sozinha, não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda.” Paulo Freire
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