Sábado, 2 de abril de 2011 - 10h05
JOÃO SERRA CIPRIANO
Muito mais que um momento de reflexão, os acontecimentos exigem da classe política mais responsabilidades nas suas atitudes e ações. Parece que o mundo desaba justamente em território brasileiro, seja nas tragédias naturais, alagações, milhares de mortos por falta de infra-estruturas públicas federais, estaduais e municipais nas grandes concentrações urbanas, seja pela corrupção pública sem controle, seja pela falta de capacidade de gestão na saúde e segurança pública e agora, no caos e revolta generalizada dos canteiros de obras do PAC pelo Brasil afora, seja aqui no norte, lá no centro oeste e até mesmo no nordeste.
No ano passado escrevi um artigo denunciando que na forma em que vinha sendo tocadas as obras federais, o tal PAC poderia ser chamada de Programa de Aceleração da Corrupção. Fui criticado, mesmo apontando os relatórios do Tribunal de Contas da União, relatórios da CGU, prisões e centenas de inquéritos instaurados pela Policia Federal com as suas mega operações.
Tais relatórios técnicos dos órgãos fiscalizadores os quais foram amplamente divulgados, já apontavam desvios de recursos das obras do PAC e outras mazelas envolvendo empresários, agentes públicos. A atitude do governo federal foi negligenciar tudo e sugerir através da bancada governista mudanças fiscalizatória da CGU e TCU, tirando poderes e facilitando as ações dos gatos e sub-gatos ligados justamente aos congressistas junto às obras públicas do PAC.
As obras do PAC foram loteadas para senadores, deputados federais, governadores, ministros, empreiteiros ligados aos partidos políticos da base aliada. A busca pelo lucro fácil dos envolvidos, tiveram causas sociais contra os trabalhadores nos canteiros de obras. Os resultados negativos foram salários baixos, desvios de função nos canteiros de obras, alojamentos indignos, retirada das horas extras dos operários, alimentações inadequadas e abandono familiar.
É bom deixar claro, que os motins nos canteiros de obras do PAC são frutos dos desvios de recursos para os políticos congressistas através dos gatos e sub-gatos empreiteiros. É só olhar o volume de dinheiro público das obras do PAC nas contas dos políticos eleitos. (ver prestações de contas dos milhões do PAC nas contas dos candidatos e seus partidos), e tudo foi muito bem apontado em relatórios dos órgãos fiscalizadores desde 2007 até 2010. Os fatos foram denunciados principalmente pela imprensa. Ignoraram, subestimaram o clamor operário, manipularam os sindicalistas pelegos, venderam ilusões de prosperidades onde só havia opressão, endividamentos dos operários.
O maior mal da humanidade ainda é a famigerada corrupção com o uso da “Lei do Gerson” nos círculos palacianos. Até agora, nenhuma corrupção denunciada pela grande imprensa das ações da PF na gestão LULA foi efetivamente colocadas em pratos limpos. Exemplo maior foi o caso da senhora Erenice Guerra, que foi institucionalmente arquivado, mesmo sendo claras as chamas de corrupção nas barbas da Casa Civil do governo federal.
As instituições maiores, guardiões da liberdade e da democracia não podem ser tratadas como barganhas de cargos, ministros sendo nomeados partidariamente para formar colunas de defesa em cortes superiores. Sustentação política em troca de cargos e emendas parlamentares, fazendo da grande maioria dos congressistas em aliados do fisiologismo.
Os operários das obras do P.A.C, todos vítimas do ( Programa da Aceleração da Corrupção) já deram o recado social que um povo que foi ensinado a ser livre, não aceita cabresto e nem canga no lombo, muito menos de grupos políticos ligados a esquerda. É preciso melhorar as Instituições, combater rapidamente os privilégios dos grandes políticos e mostrar moralidade.
É preciso olhar os presídios abarrotados de jovens brasileiros entre 15 e 24 anos, frutos e produtos das mazelas dos políticos e as suas corrupções. Sobram privilégios nas elites partidárias e crescem os péssimos indicadores sociais, mesmo após 30 anos da ditadura militar. Agora, com os ventos democráticos, não dá para varrer a lama da incompetência da esquerda no tapete obscuro da ditadura.
Tratar operários revoltosos e explorados como sendo baderneiros não me parece à melhor atitude dos governantes. No passado as lutas sociais pela democracia, as manifestações de ruas, a luta das guerrilhas do Araguaia eram tratadas como ações de baderneiros e todos acabaram assumindo o poder maior do Brasil. Que nos digam a senhora presidenta Dilma Russseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Para fechar este artigo, trago a luz das mentes dos nossos políticos tupiniquins, que no mundo árabe, mantiveram o povo oprimido usando os regimes políticos e religiosos por décadas e agora, o povo se rebelou. Os seus grandes líderes usaram da corrupção para juntarem bilhões de dólares para seus familiares e os resultados estão sendo mostrado pela imprensa mundial.
Os ventos das mazelas e das corrupções do erário não se sustentam com bolsa família, com inflação batendo nas portas dos lares, endividamentos acima da capacidade da renda familiar, com prestações absurdas da minha casa minha vida e acima de tudo, com grupos políticos mercenários.
É melhor a classe política de esquerda colocar as suas barbas de molho, pois as revoltas das ruas, os motins populares, são piores que os governos militares e os tanques nas portas das Instituições. O povo revoltado e oprimido não respeita nada e ninguém, basta ver os canteiros de obras do PAC incendiados em todos os estados federados.
FONTE: JOÃO SERRA CIPRIANO / ciprianoserra@yahoo.com.br
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