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OPINIÃO: CONVERSA FRANCA COM OS PROFESSORES



Confúcio Moura

Vou rolar uma crônica de ladeira abaixo como se fosse num tobogã. Entro de cara no assunto – a educação rondoniense. Quero deixar aqui o meu testemunho, através de letras animadas, que possam expressar o meu sentimento verdadeiro. Eu continuo andando pelo Estado e vejo que os professores de Rondônia tem sede de verdades e de propostas. A palavra de ordem é valorização e respeito com o professor.

É bem sabido que uma coisa é falar e a outra é fazer. Não dá para falar e fazer cem por cento. Mas, com certeza, dá para se falar de intenções, de protocolos, de vontades e de desejos. E isto eu tenho de sobra dentro de mim. Como diz qualquer livro de autoajuda – primeiro pensar, depois agir. Se quero melhorar a educação, só poderei atingir metas com a colaboração do professor. Com a sua efetiva participação. Professor bom, satisfeito e motivado, aluno melhor ainda. A recíproca é verdadeira.

Educação é prioridade. Todo mundo diz isto. Todo mundo sabe disto. O esforço é grande para que tudo melhore. Que o menino aprenda a ler, escrever e contar. Tudo é muito lento para acontecer. E na educação ainda é mais lento porque as medidas demoram a aparecer aos olhos do povo. O cenário bom é que todo professor fosse federalizado. E tivesse um complemento estadual e outro municipal. Seria ótimo demais. Neste caso haveria grande oferta de bons professores para atender a todas as crianças do Brasil. Sem o professor não se pode fazer educação de qualidade.

O cenário dois é o atual e a sua dura realidade. Nesta seara o melhor que se pode fazer é ser transparente e democrático. Falar a verdade para a categoria e abrir as contas. O ambiente de trabalho, a integração da equipe de trabalhadores e professores sob a liderança de um diretor competente. Enfim, que cada escola tenha os elementos pedagógicos necessários para que possam dar boas aulas. Nada contra o giz e o quadro negro. Mas, os tempos mudaram. Menino tem celular, tem computador em casa ou na lan house e assim vai. O professor deve também se aperfeiçoar. Tudo muda e muito rápido.

Incentivar o professor a se interiorizar ainda mais, pagando diferenciadamente o adicional de difícil acesso. O que é justo. Principalmente aos professores de educação física, matemática, inglês, química. E sonho alto com a introdução da música como alguma coisa extracurricular disponível. Só com bom salário diferenciado poderemos ter educação de qualidade nas fronteiras e nas cidades mais distantes.

O salário não é tudo. No entanto ele é um dos elementos motivadores. Com salário baixo demais a rotatividade do quadro de professores é muito grande. Não se para de fazer concurso e se convocar gente. O custo é elevado. O prejuízo é grande. O aluno que repete o ano dá prejuízo ao Estado. O aluno que evade da escola dá prejuízo ao Estado. E a ele mesmo. O professor que se demite por desmotivação também dá prejuízo ao Estado porque recebeu investimento em preparação. A educação indígena deve ter força-tarefa especialíssima.

Eu não quero ser governador de um Estado caótico e sem rumos na educação. Porque sem nenhuma demagogia, eu mesmo sou um produto de uma escola pública, de interior profundo no Estado do Tocantins. Que só ensinava até a oitava série e depois tínhamos que mudar de região para continuar os estudos. Esta escola humilde me salvou. A escola boa abre a porta da esperança para os jovens. Promove a igualdade entre todos. Principalmente se for de tempo integral e educação integral.

O treinamento continuado dos professores é indispensável. O pagamento salarial diferenciado pelo mérito e pelo desempenho. Não tem como não entrar neste campo tão moderno e tão universal. Quem trabalha melhor, tem melhor desempenho pode ganhar mais do que o outro que não se aperfeiçoa. A gestão democrática da escola, como a eleição do diretor. Inscrição espontânea para quem preencha os requisitos. E se submeta a uma prova teórica de avaliação. Tudo se fecha com a assinatura do contrato de gestão com o Estado. O professor participando efetivamente das discussões estimula a produção de serviços e produtos educacionais.

Não sei se falei de tudo. Estão aí os meus pensamentos sobre educação. Não concordo com o modelo de ensino médio rural. Ele é distante da realidade do campo. Proporei um modelo intermediário de escola de alternância. Ainda mais, não terei medo de ousar para que escola se ajuste ao mundo contemporâneo. Que se una o pedagógico e o curricular com o lúdico, o engraçado e o espetacular. Que a mudança é um desejo de todos. Que se deve iniciar logo para que não tardem a chegar os bons resultados. E quando? Agora. A gente pode melhorar a educação pela nossa própria aldeia.

A Secretaria de Educação é inegociável. Nada de jogo político dentro dela. Nada de indicação de A, B ou C porque é amigo de fulano e beltrano. Educação não é comitê eleitoral. Educação deve ser gerida tecnicamente por gente competente.


 

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