Os analfabetos digitais
Mais de um terço da correspondência eletrônica (e-mail) no ciberespaço brasileiro é constituída de spam, mensagens não solicitadas que se distribuem entre anúncios indesejados, boatos e pegadinhas (hoax). Os brasileiros repassam e-mails em pencas, espalhando mensagens falsas, sem checar a procedência ou a veracidade. Esse descuido pode custar caro.
A despreocupação com as fontes das informações contidas na mensagem é transferida a quem enviou – normalmente pessoa conhecida e da própria lista de endereços do destinatário. Ele confia no remetente, mas ignora que seu amigo ou conhecido também repassou o e-mail sem critério. Com isso, os cibercriminosos vão aumentando interminavelmente suas listas de cibervítimas, submetidas aos mais variados processos de sedução para cair em algum truque. Deles, o mais ameaçador é o phishing, processo pelo qual o criminoso invade um computador e se apossa de dados para fins de espionagem industrial, chantagem ou decodificação de senhas de contas bancárias.
Por conta do analfabetismo digital de muitos usuários brasileiros, as caixas postais se tornaram um festival de propagandas não solicitadas e boatos que vão desde pesadas calúnias contra lideranças políticas até ingênuas “provas” da existência de sereias, ETs, fantasmas, “espíritos”, anjos ou demônios.
Bonzinhos, os analfabetos digitais brasileiros estão sempre prontos a retransmitir chorosas mensagens, invariavelmente falsas, sobre crianças desaparecidas ou com câncer. Essa ingenuidade, que decorre da ignorância sobre os métodos utilizados pelos spammers e outros ciberinimigos, até seria o castigo justo para quem se arrisca a viajar em território desconhecido sem estudar os roteiros e se orientar sobre onde pisa, como alguém que penetra numa selva desconhecida sem bússola ou guia.
No entanto, o brasileiro bonzinho e ingênuo também leva sua generosa rendição ao
spam e ao
hoax para o trabalho, que exige cada vez mais o concurso de recursos informáticos. Em uma comparação feita entre 14 países, um estudo colocou o Brasil como o país que menos atualiza seus programas de defesa contra
hackers e o que mais sofre os chamados ataques de negação de serviço (DDoS, na sigla em inglês).
Fonte: Ascom/Viva Porto Velho.
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