Sexta-feira, 9 de abril de 2010 - 11h29
O Estado deve ser governado por pessoas com compromisso público, sensíveis e honestas, tudo o que a grande maioria dos nossos governantes não são. Em todas as esferas de poder sentimos a ausência desses quesitos. Os mesmos Senadores e Deputados que recebem entre salários e vantagens mais de cento e cinqüenta mil reais, votam um salário mínimo, para o restante da população, com um valor abaixo de seiscentos reais. O orçamento da Assembléia Legislativa do nosso Estado é maior que o orçamento da educação da capital e por ai vai. O palácio da justiça possui colunas de cobre, as escolas públicas não possuem tramelas, quiçá computadores ou materiais e equipamentos dignos.
A falta de um projeto educacional sério e responsável que colabore com o desenvolvimento cultural e artístico das pessoas, alimentam os problemas sociais existentes no nosso País.
Parece-me bastante oportuno lembrar um dos grandes mestres da humanidade Vitor Hugo, que um dia afirmou, “aquele que abre a porta de uma escola, fecha uma prisão”.
Vivemos em um País, onde Prefeitos, Deputados, Senadores, Governadores e até Presidentes da República se realizam e discursam sobre o fato das escolas oferecerem merenda escolar.
Agente não quer só comida, agente quer comida, educação e arte. Esse é um refrão, infelizmente, atualíssimo.
A modificação dessa realidade é elemento fundamental para o real desenvolvimento da inteligência brasileira e em conseqüência nossa nação.
Os problemas se avolumam, a miséria social nos agride, a violência nos atinge. É interessante lembrar que a idéia de Estado e as formas de governo surgiram ao longo da história tendo como objetivo a civilidade, porém, as monstruosidades foram se mantendo, aumentando e até se oficializando.
O homem continuou atuando como lobo do próprio homem, passamos pelos regimes antigos, idade média e moderna e na contemporaneidade vivenciamos as maiores atrocidades da humanidade, não me refiro às duas grandes guerras, ou qualquer outra que tenha ocorrido nos últimos duzentos anos, refiro-me ao descaso dos governos em relação à maioria das populações, principalmente nos Países mais pobres. Já dizia Marx, as desigualdades são produto da natureza humana. Os governos e o Estado são criadores das desigualdades e todas as suas conseqüências.
O Brasil viveu um processo histórico onde as modificações políticas, econômicas e sociais chegaram e se instalaram com muito atraso e com grandes deformações, vamos lembrar que nossa independência em 1822 levou ao poder um representante do nosso colonizador, seu sucessor idem. Nossa primeira república manteve as características do império, tanto que foi batizada de “República Velha”. O Estado vai, paulatinamente, se constituindo como um instrumento elitista, ditatorial e concentrador de renda. Muitos poderiam argumentar: no Brasil até o analfabeto pode votar. Sim, o direito universal ao voto permitiu a manutenção de boa parte da estrutura concentradora de renda e poder em nosso país, como também, ajuda a alimentar um dos sistemas mais corruptos do mundo.
Nas grades curriculares de nossas escolas não existe uma única disciplina onde se discuta seriamente os problemas sociais brasileiros, as pessoas não possuem um “espaço saudável para discutir as teorias políticas, os partidos políticos, os ideais republicanos etc.
As pessoas deveriam antes do direito ao voto, ter garantido o direito a uma educação libertadora, politizadora e de qualidade, além de um sistema de saúde de ponta, para poderem votar bem e escolher entre os seus representantes os mais preparados e não os mais ricos.
Direitos e deveres são responsabilidades sérias, que serão exercidos com plenitude se o cidadão for preparado para tal, o exercício da cidadania “qualificada” é fundamental na construção de uma Nação mais justa e democrática.
O nosso País montou um grande “circo” em torno da educação em todos os níveis, a forma como são tratados educadores, e demais profissionais da educação no Brasil, chega a ser aberrante.
Só para termos idéia, nos Estados Unidos, algumas Universidades “periféricas” possuem um orçamento anual maior que o da nossa cidade, que como todos sabemos é capital de um estado. O ensino Brasileiro vive uma profunda crise em todos os níveis desde a sua origem. É interessante que educação e saúde pública com qualidade sejam prioridade nos discursos da ampla maioria das autoridades públicas brasileiras, porém estranhamente eles e seus filhos se utilizam das escolas e hospitais privados, não sabem e nem sentem verdadeiramente o problema. Pedem votos e apoio através de um discurso falho ou no mínimo duvidoso.
Segundo um dos maiores educadores do Brasil, o professor José Artur Giannotti, "O importante da educação não é apenas formar um mercado de trabalho, mas formar uma nação, com gente capaz de pensar.”
A escola brasileira, muito distante da escola “libertadora” de Paulo Freire, nasceu para catequizar índios, hoje catequiza pessoas ao não possibilitar o pensar o devaneio a arte, reproduz um conhecimento distante da realidade brasileira, o professor é aprisionado em uma grade curricular desestimulante, o alunado desmotivado vive uma realidade depressiva.
As transformações na sociedade brasileira somente ocorrerão quando todos compreenderem a necessidade de um novo modelo educacional, com uma nova mentalidade, onde o Estado seja renovado não por homens novos, mas por novas idéias, onde a inteligência seja premiada e o Estado seja verdadeiramente um instrumento de garantia da qualidade de vida de todos e não de seus dirigentes.
Segundo o educador Paulo Freire, "se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela, tampouco, a sociedade muda”.
A educação de qualidade deveria ser o principal ponto de partida para qualquer proposta de mudança da atual realidade brasileira.
FONTE: EMMANOEL GOMES, PROFESSOR E HISTORIADOR.
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