Segunda-feira, 26 de outubro de 2009 - 07h35
Bruno Peron Loureiro
A arena de intermediação política assume nova configuração. Enquanto há algumas décadas se confiava muito mais nos partidos políticos, nas movilizações de rua e passeatas populares, o diálogo tem-se trasladado aos meios de comunicação. Embora as formas tradicionais de expressão continuem existindo, as pessoas dispõem de ferramentas novas para o fazer e o dever políticos.
Argumentos: debates entre candidatos a cargos políticos executivos que se exibem na televisão, problemas sociais que se discutem na rádio, listas de nomes sujos de ex-políticos que circulam na internet, notícias da última reunião da Organização das Nações Unidas (ONU) que chegam por mensagens nos celulares, e reivindicações que se fazem por cartas de leitores nos jornais à espera de que, no dia seguinte, algum secretário municipal responda por esta mesma via.
O diagnóstico é de que, ao contrário de qualquer esclarecimento, os cidadãos nos temos distanciado de nossos representantes políticos, que passaram a chamar-se “autoridades” numa relação vertical, enquanto os meios de comunicação assumem uma responsabilidade para a qual não estavam muito bem preparados. De uma arena de confrontação direta entre os personagens, ou a política como deve ser, escorrega-se para outra que promete mais do que pode cumprir.
As relações políticas já eram complexas, uma vez que não há consenso e os resultados costumam justificar os meios para alcançá-los. Agora, no entanto, ficou mais complicado entender por que somos convocados regularmente às urnas, a política é carreira para uns e fonte de renda para outros, e ainda acreditamos que os políticos são os responsáveis por tudo, ou seja, desde dar-nos melhores condições de vida a ser culpados por qualquer desgraça.
São comuns nos jornais cartas de reivindicação de melhoria de algum serviço público: pedidos de melhor qualidade no sistema público de saúde, tapamento de buracos nas ruas e avenidas, semáforos mal colocados ou falta deles em cruzamento tal, mato alto no terreno do vizinho, denúncia de desperdício de água no lavamento de calçada, entre outras expressões de relações políticas que se desvinculam de suas manifestações tradicionais.
Se as Prefeituras Municipais da Federação dispõem de atendimento por telefone ou pessoal e qualquer reivindicação de interesse público pode ser feito diretamente, o que induz tantos a acreditar que os meios de comunicação canalizam todas as vozes como se fosse um órgão do setor governamental? Como se não bastasse o desatino, ainda há os que negam qualquer gosto pela política ou ligação com a mesma sob o pretexto de que só dá sujeira e, portanto, exime-me.
Nossa sede de participação encontrou o maior oásis. Enquanto cremos que política é só para políticos, manifestamos opiniões sobre os impostos abusivos, queimada de cana que suja o quintal, questões ambientais, multas injustas de trânsito, temores à violência e à improbidade, censura à liberdade de expressão no alvor deste século, entre outros temas do leque comunicacional. A arena dos meios nos convida a repensar sobre um velho tema, não é mesmo?
Bruno Peron Loureiro é bacharel em relações internacionais.
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