Sábado, 17 de outubro de 2009 - 22h03
Não se sabe desde quando a violência passou a ser a principal marca da cidade do Rio de Janeiro. Muito embora a violência esteja disseminada em todo o país, em nenhuma outra cidade existe vinculação tão arraigada como na cidade Maravilhosa.
Fatos não faltam e a criatividade dos bandidos também não. Nos anos oitentas, mais precisamente em 1985, houve a primeira fuga no país por meio de helicóptero. Por ironia, o fugitivo chamava-se Escadinha, e era o traficante José Carlos dos Reis Encina. O helicóptero pousou no pátio e foi-se com o detento, com a mesma facilidade como se tira um doce de uma criança. Fuga sempre foi e é rotina, muito mais em função de conivência dos agentes da segurança pública e daí por diante, Escadinha fez escola.
Em 17 de janeiro de 2002, os assaltantes Aílton Alves Feitosa e Dionísio Aquino Severo foram resgatados da Penitenciária José Parada Neto, em Guarulhos. No ano seguinte, após uma tentativa frustrada, descobriram que uma tela ou alguns fios sobre o pátio evitariam a fuga por via aérea. Por terra ainda não teve solução.
Às vezes muda-se o script, mas o cenário, não. O Brasil cresce na economia, mas não resolve nenhum problema social básico. O da segurança é o mais crítico há décadas. As autoridades falam demais, algumas desculpas se tornaram folclóricas, como a “de que se trata de uma reação, por que estamos agindo”. Imaginem se não agissem. Antes, era “acerto de contas entre traficantes”. Quando as mortes começaram a atingir a casta, mudaram o discurso e a ineficiência continuou.
Hoje, 17 de outubro de 2009, os traficantes abateram um helicóptero da Polícia Militar no Rio de Janeiro com mais facilidade do que se abate um cabrito. Dois policiais morreram na hora e dois ficaram feridos.
Diz o ditado que o pior cego é o que não quer ver. Só as autoridades não se aperceberam que o Estado brasileiro se rendeu completamente ao banditismo. Os números de roubo de carro e de carga, de celular nas ruas, de motos no Brasil inteiro, de pensionistas na zona rural do Nordeste são parcos exemplos dessa prevalência.
Os órgãos oficiais nem sequer têm um banco com dados confiáveis. As soluções e as ações apontadas pelas autoridades para combaterem a violência mais parecem conversa de papagaio. Enquanto centenas de policiais indefesos morrem ao bel prazer dos marginais, os papagaios do Estado vomitam desculpas.
Faltam poucos meses para as campanhas políticas começarem. Todos os papagaios darão aula de segurança, enquanto os familiares contabilizam seus parentes e policiais mortos. Com a palavra o presidente da República, que oferece Força de Segurança quando os policiais já foram assassinados; os 27 governadores e secretários de seguranças, especialmente os do Rio de Janeiro, cuja capital sediará as Olimpíadas, se o bom senso e o patriotismo dos traficantes deixarem.
Fonte: Pedro Cardoso da Costa
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