Sábado, 23 de outubro de 2010 - 09h39
HELDER CALDEIRA*
Mistério... Dias antes de definir os rumos do país nos próximos quatro anos, quantas vezes nos pegamos fazendo conjecturas sobre como poderá ser uma gestão de Dilma Rousseff ou de José Serra no Palácio do Planalto? Quantas vezes somos flagrados em nossos devaneios quanto ao que poderia ter sido, ao que é e ao que poderá ser? E se... isso. E se... aquilo. São tantos “e se...” em nossa história recente, que vale a pena, nesse momento decisivo das eleições presidenciais, recordar o que o passado recente nos revela e passear um pouco pelos “e se...” que tanto nos consomem.
E se... Paulo Maluf tivesse vencido Tancredo Neves no Colégio Eleitoral em 1985? O “não absoluto” teria sido instituído oficialmente na República. Não sei. Não vi. Não é meu. Muito antes, aliás, de Lula bradá-los nos seus melhores bordões! E se... nas dúvidas constitucionais pós-morte de Tancredo, ao invés de José Sarney, tivesse assumido o então presidente da Câmara, Dr. Ulysses Guimarães? Nessa hipótese, será que Collor teria chegado lá? Ou figuras como André Franco Montoro e Orestes Quércia teriam mais espaço em 1989?
E se... Luís Eduardo Magalhães não nos tivesse deixado tão cedo, em 1998? Certamente seu pai, o oligarca Antônio Carlos Magalhães, o teria feito sucessor natural de Fernando Henrique Cardoso em 2002, de quem era dileto amigo. Já imaginaram um ringue entre Lula e ACM? PT e PFL indo ao tapetão para disputar a Presidência. Ao invés de Mensalão, poderíamos ter o “Acarajézão” e muita sombra e água fresca ao som de Caetano e Bethânia cantando Vinícius de Moraes na esplanada.
E se... Roseana Sarney não tivesse sido vítima daquela arapuca, supostamente tucana, em 2002? Quando explodiu o suspeito Caso Lunus, a governadora maranhense estava filiada ao antigo PFL e despontava como favorita à sucessão de FHC. Lula e o PT não teriam chegado à Presidência da República, José Dirceu e o Mensalão seriam fantasias bolchevistas, o Brasil já teria experimentado o sabor de ter uma mulher presidente e Dilma Rousseff seria apenas o nome difícil de uma ex-brizolista linha dura.
E se... o ex-deputado Roberto Jefferson tivesse calado diante do escândalo do Mensalão? Possivelmente, o presidente Lula ainda estaria engessado na engenharia de poder político-partidário orquestrada pelo PT e, talvez, o candidato à sua sucessão hoje fosse o próprio José Dirceu. Nós estaríamos à beira de um radical abismo cubano. Já imaginaram “Zé” e “Zé” concorrendo ao Planalto?
E se... nossa saudosa dona Ruth Cardoso não tivesse tombado em 2008? Seria ela uma candidata tucana eficaz contra qualquer candidato apadrinhado por Lula, o “big brother” dos pobres e oprimidos? Ou teríamos uma disputa presidencial puro-sangue feminista entre Ruth, Dilma e Marina? Seria a redenção das primeiras-damas do que podemos chamar “Era Hillary Clinton”?
E se... Dilma ganhar? Será que ela colocará em pauta o DNA de Leonel Brizola que corre em sua veia política? Será que conseguirá ultrapassar a fronteira imposta por seu padrinho Lula e sobrepô-lo politicamente? Será que ela conseguirá a proeza histórica de enterrar de vez o fantasma que irá assombrá-la dia e noite? E será que Lula voltará a se eleger, algum dia, pós-Dilma Rousseff? Mistério...
E se... Serra ganhar? Será que teremos uma transição democrática? Será que a caixa preta da administração petista se abrirá e novamente vamos nos defrontar com as entranhas podres dos últimos oito anos? Será que Serra gozará da governabilidade necessária para tocar o país e as reformas prementes de nossa nação? Será que, no dia da transição, José Serra vai jogar um rolo de fita crepe na cabeça de Lula para este testar se dói mesmo? Mistério...
Mistério... vivia dizendo dona Milú, lá no agreste de Tieta.
Escritor, Articulista Político, Palestrante e Conferencista
www.magnumpalestras.com.br– heldercaldeira@estadao.com.br
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