Sábado, 11 de setembro de 2010 - 10h25
As eleições deste ano têm sido precedidas de um processo de campanha que aponta direções diferentes e mais abrangentes do que apenas o horizonte traçado pelos tradicionais discursos eleitorais e pelos personagens idealizados pelos marqueteiros no horário eleitoral das tevês. Sem dúvida, é mais um passo, ainda que não seja aquele ideal, fruto da tão esperada e retardada reforma política. É um progresso no amadurecimento da consciência social e política da sociedade brasileira. Os programas de televisão não permitem um contato direto com a verdade de cada candidato. Tudo é muito bem articulado para convencer, muitas vezes, até de uma verdade que não existe. Sonha-se com uma propaganda eleitoral capaz de revelar as verdadeiras feições dos candidatos.
Voltando ao tempo dos eleitores de cabresto e amarrados por favores e benesses distribuídas, situações já derrubadas pela Lei 9840, percebemos um avanço, mas que exige coragem e inteligência dos responsáveis por sua aplicação, a chamada Lei da Ficha Limpa. Nesse âmbito está também a novidade crescente da posição assumida por eleitores que já não escutam passivamente e nem se deixam influenciar por imagens produzidas, tantas vezes distanciadas da verdade. Os eleitores estão se posicionando mais. Este movimento precisa crescer. O uso da internet passa a ser uma ferramenta importante para que a campanha eleitoral não tenha apenas o tom dos interesses dos candidatos, ou somente pelos partidos no limite próprio de sua ideologia e propostas.
Os partidos e os candidatos produzem suas campanhas articulando os dados e as estatísticas dos resultados relativos à infraestrutura e aos projetos sociais. São conquistas que contam muito e têm força para produzir credibilidade e aprovação. Particularmente, quando estes benefícios chegam aos mais necessitados da forma correta: sem provocar dependência e respeitando a autonomia do indivíduo. As eleições deste ano estão levantando, como lupa eleitoral, não apenas os feitos do candidato, mas, sobretudo, sua envergadura moral sustentada por valores irrenunciáveis quando se trata de escolher alguém para representar o povo e governar o Estado. Não basta prometer que vai fazer ou dizer que já fez. Os eleitores, particularmente aqueles que iluminam a sua cidadania com a vivência e a confissão de sua fé cristã, estão convocando, com uma força considerável, toda a sociedade para que use a lupa eleitoral que mostra se o candidato tem cacife moral para a representação a que se propõe. Isto é, se sua conduta moral é pautada no espírito de serviço, pelas virtudes da caridade, da modéstia, da moderação. Mas, em especial, se o candidato norteia sua vida e suas decisões no respeito à vida, em todas as suas etapas, desde a fecundação até o declínio natural - se é, portanto, clara e comprovadamente contra o aborto e se não tem propensão para autoritarismos ideológicos que levarão à produção de mordaças à imprensa, ou ainda, tenha um modus interpretandi da realidade que influencie em escolhas de prioridades que não considere os excluídos da sociedade. Que esteja atento também aos candidatos que estão mais na linha do populismo e do uso de mecanismos para produzir índices altos de aprovação.
A envergadura moral, e não apenas a competência administrativa, está se tornando cada vez mais decisiva para quem usa a lupa eleitoral. Os responsáveis por este movimento são os eleitores que estão se deixando mover por sua fé cristã, emoldurada e alavancada por valores que não podem ser negociados e que têm força para decidir rumos outros nestas eleições. Este fenômeno precisa ser considerado e está na contramão do entendimento tacanho que considera que o Estado é laico e, portanto, a religião não conta e a fé não pode ser tomada como elemento decisivo na organização, no funcionamento do Estado, e na escolha daqueles que ocuparão cargos no Executivo ou no Legislativo.
A lupa eleitoral deve ser usada por toda a sociedade, especialmente por aqueles que professam a fé cristã, com uma força diferente e qualificada - fora do contexto puramente partidário. Os cristãos estão instituindo e mostrando o quanto é decisiva a envergadura moral do candidato, avaliando os valores que definem seus juízos, critérios e suas opções políticas. É hora de mudar os rumos com a lupa eleitoral tecida pelos valores cristãos.
Fonte: CNBB / Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Estrada da Penal – o retrato do descaso oficial
A RO – 005, conhecida como Estrada da Penal, é a única via terrestre que dá acesso a milhares de moradores do baixo Madeira, como Vila Calderita, Sã
Do outro lado do poder: Lula sempre defendeu a Anistia
O ano era 1979. Tinha acabado de chegar de Belém do Pará, onde fui estudar e tive os meus primeiros contatos com a imprensa na Revista Observador Am
Consórcio 4UM-Opportunity vai cobrar pedágio na BR-364 sem investir nenhum centavo imediatamente
A BR-364, uma das principais rodovias de Rondônia, está prestes a ser concedida à iniciativa privada pelo prazo de 30 anos. O consórcio 4UM-Opportun
Centrão aproveita fragilidade do governo Lula para exigir mais cargos
A popularidade do governo Lula vem caindo a cada pesquisa de opinião pública. Há quem diga que nunca esteve tão baixa. Muitos são os motivos, entre