Segunda-feira, 10 de outubro de 2011 - 12h13
A opinião de muitos trabalhadores da educação é sempre no sentido de que haja mudanças para que algo possa ser melhor, porém as mudanças mais necessárias e que podem ser feitas por nós mesmos às vezes não acontecem.
Há cerca de 20 anos, ou mais, o Sindicato dos Trabalhadores da Educação mantém em sua Diretoria Executiva as mesmas pessoas, que se revezam nesse tempo todo e que nunca mudaram sequer o discurso em favor de quem, de verdade, trabalha. Entre as pessoas que estão mais de duas décadas na executiva, há aqueles que nem lembram mais o que é uma sala de aula e nem lembram qual foi a última escola onde deram aula.
Tudo isso tem reflexos muito negativos, como a falta de estímulo e a desesperança de muitos daqueles que pagam fielmente a contribuição sindical, mas que infelizmente nunca tiveram muita chance de ver uma prestação de contas aberta, pública e com a presença dos maiores interessados. Ninguém consegue entender por que a atual diretoria do SINTERO somente escolhe lugares e momentos onde pode prestar contas para meia dúzia dos milhares de filiados que pagam a mensalidade.
Apenas para citar um exemplo, muitos membros da Executiva, nesses anos todos, não sabem quanto custa para colocar créditos em seus celulares, pois usam (e abusam) dos aparelhos pagos com o dinheiro dos sindicalizados, sem o menor constrangimento, fazendo ligações telefônicas de toda natureza: namoro, casos amorosos, família, lazer e, às vezes, usam até para fazer ligações do trabalho que deveriam realizar em favor dos filiados, mas que não realizam.
Como filiado desta entidade sindical, gostaria muito de ver as contas publicadas com clareza e de modo amplo. Isto somente já seria muito e tenho convicção que minha opinião não é solitária. Mas infelizmente não sabemos detalhes das contas feitas em nosso nome e com nosso dinheiro.
Até hoje o SINTERO serviu apenas para amparar partidos e idéias isoladas de alguns dos componentes da Executiva, além de enricar, a ponto de tornar milionárias, pessoas que, em muitas ocasiões, se omitem e nos deixam a ver navios. São raras as ocasiões em que este sindicato promove atividades de lazer, ainda que tenha em sua diretoria a Secretaria de Cultura e Lazer. Algumas atividades são feitas apenas em ocasiões de datas ditas comemorativas, como o dia do servidor público, como se isto fosse tudo.
Estas breves reflexões são para lembrar aos colegas filiados ao SINTERO que no dia 01 de novembro teremos eleição para a nova diretoria e onde nossa participação deve ser efetiva e sincera, abrindo um debate com todos os colegas e refletindo sobre que postura teremos nesta eleição. Precisamos decidir se iremos conduzir a atual diretoria para completar a terceira década no comando do SINTERO, ou se queremos tentar algo novo, pois a possibilidade de mudança pode dar novas esperanças, sem querer aqui dizer que haverá milagre, em caso de vitória da chapa de oposição.
Como o dia da eleição se aproxima, agora os membros da atual diretoria vão correr o estado todo, coisa que deveriam ter feito nesses vinte e poucos anos, vão dizer que fizeram isso ou aquilo, vão dizer que fizeram a transposição e tudo mais...
Certamente eles irão encontrar em muitos municípios e escolas, onde nunca foram antes, a indignação de milhares de filiados que esperam por este momento com o objetivo de colocar para fora todo o seu descontentamento... Há localidades, como Tarilândia, por exemplo, onde eles nem levaram a urna na última eleição, desprezando a participação de muitos colegas que atuam naquele distrito de Jaru e que prestam um serviço valoroso, além de pagar a mesma contribuição que todos pagam. Fizeram isso na eleição passada pela certeza que tinham da vitória, pois não houve tempo para que chapas de oposição fizessem suas campanhas. Sem contar que a estrutura do sindicato é sempre usada por eles nas eleições, tornado a disputa desigual e desonesta, numa clara demonstração de que não têm o menor respeito pelo patrimônio construído com a participação de todos os filiados.
Este é um momento para fazermos uma avaliação criteriosa dos atos e fatos que envolvem nosso sindicato e decidirmos de modo sereno que destinos queremos para nossos questionamentos e para nossas reivindicações atuais e futuras, tentando respeitar, sempre que possível as pessoas que impuseram esta ditadura sindical, contrariando todos os princípios de democracia pregados, apenas no discurso de alguns de nossos atuais diretores. Democracia, senhoras e senhores, é impedir que pessoas se perpetuem no poder em qualquer que seja o cargo, permitindo que ações novas possam dar a esperança de que realmente nosso sindicato representa os trabalhadores da educação de Rondônia...Tenho dito!!!
FRANCISCO XAVIER GOMES
Professor da Rede Estadual
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