Quarta-feira, 22 de junho de 2011 - 08h04
Ninguém sabe. Em RONDONIA há várias obras, com recursos federais paralisadas. A maior delas está em Porto Velho – esgoto sanitário e abastecimento de água. Cerca de 700 milhões de reais.
Já se vão 8 meses. Falha de projeto de engenharia, denuncias, Caixa que suspende pagamento. Empresa projetista que desiste do contrato. Tribunal de Contas da União sentou em cima do processo. A Comissão de Orçamento do Congresso tentou colocar a obra na lista negra. E a obra vai rolando de pé em pé como uma bexiga murcha.
Há quem diga que o lucro da empresa é grande demais. Outro que deveriam ser fatiada em lotes. E ter mais empresas diferentes. Um fala uma coisa. Outro diz diferente. E vai assim a corrida de obstáculos das obras publicas.
Enquanto isto Porto Velho continua com 2% de esgoto. Pouco mais de 50% de água tratada. E o povo padecendo de endemias. O gasto com saúde nas nuvens. (Clique AQUI, leia artigo e assista debate da CAERD sobre a cobiça da água em Rondônia).
Agora, eu pergunto: alguém calculou qual o prejuízo da obra paralisada?
Quanto custa a desmobilização da empresa e quanto custará os novos canteiros quando for autorizada o reinício?
Qual será o valor dos aditivos e realinhamentos dos preços que serão acrescidos ao valor original?
Por medo de ladrão, o dono da casa põe dinamite na fechadura. Tudo bem. Prudência e segurança. O ladrão mexe na porta. A dinamite explode. Mata o ladrão. A casa desmorona. Morre o dono. É esta a lógica da obra paralisada. O Brasil perde. O povo pena.
Dá para ser diferente. Ajusta-se o projeto com obra em andamento. Ajustam-se planilhas com obra em andamento. Projeto executivo por etapas e obra em andamento. Dá para se arrumar tudo, sem grandes perdas com obra em andamento.
Dá para se abrir processos criminais, punir culpados, se houver culpados e fazer justiça e zelar pela probidade do recurso público. Como está aqui – o prejuízo é incalculável. Acho um absurdo um técnico do TCU, CGU, Caixa ter autoridade de paralisar uma obra com dimensão social imenso – como a de esgoto e água de Porto Velho. (Clique AQUI, e assista entrevista do coordenador do CERCCO, sobre o sobrepreço de uma obra em Rondônia).
A dinamite na porta pode matar o ladrão. Mas, desmonta casa e família também. Resolve?
Ainda bem que JK viveu noutro tempo. Senão Brasilia jamais seria construída, nem mesmo em 50 anos. É por isto que as obras da Copa do Mundo de Futebol terão regimes diferenciados em licitações e aditivos. Ou o futebol é mais importante que o saneamento básico?
O Brasil vive num verdadeiro apagão sanitário. O que acontece aqui e no Brasil inteiro é um preciosismo vergonhoso. Dinamites em milhares de portas. Um jogo de perde-perde.
Fonte: Blog do Confúcio
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