Terça-feira, 1 de março de 2011 - 07h02
(*) Por: Altair Santos (Tatá)
Os clarins do carnaval ecoam por toda a cidade em tributo ao General da Banda. Rufam os tambores da Pobres do Caiari, da Diplomatas, da Castanheira e da Asfaltão, da Armário Grande, do Império do Samba, da Rádio Farol e da São João Batista, rompendo o silêncio da homenagem, marcando a cadência do adeus ao Manelão, que também podemos chamar Senhor Carnaval. A tinta preta do Bloco da Cobra tinge as esquinas pra lembrar o folião. Os boêmios de Porto Velho buscam em seus versos orvalhados as rimas pra embalar o baluarte. A capital de Rondônia nos últimos trinta e um anos cunhou a insígnia do bloco nos seus murais e lavrou na pauta do seu imaterial cultural os textos da trajetória do hoje gigantesco cordão. A imprensa, por seu turno, pautou e publicou os noticiosos da Banda do Vai Quem Quer. Hoje, a cultura popular da cidade porto estende o tapete da folia por onde o General da Banda, em meio ao seu povo, fará a passagem pro seu próximo desfile... E lá se vai o nosso amigo Manelão, o tirador de sarro, somar na confraria carnavalesca lá de cima e juntar-se ao Juvenal, Jorge Andrade, Odair Cordeiro, Gainete, Babá, Orlando do Estácio, Dadá do Cavaquinho e outros mais, para recitar carnavais e mexer com o sossego dos celestiais com aquela velha e conhecida zoada, que eles muito bem sabem fazer. Por aqui Sílvio Santos, Maracanã, Bainha, Ernesto Melo, mestre Oscar knightz, Mávilo e Misteira, Makumbinha, Jair e Audizio, Beto César, Torrado, Assis do Areal, Banana, Neguinho, Cristóvão, Zé Áureo e muitos mais, vamos estendendo a nossa permanência em plano terráqueo e imaginando a algazarra movida a marchinhas que está pronta pra quando o general se apresentar na portaria do andar superior. Neste adeus inundado de saudade, pra distrair o sentimento encolhido, refletimos o gordo sisudo, sacana e engraçado e dele dizemos: “Pra entrar no céu o Manelão não vai precisar de São Pedro, afinal ele é chaveiro e conhece o segredo da fechadura”. Outra: “ele leva consigo (no caixão) um saco cheio de camisetas. O motivo: montar uma banda nova por lá.” Mais uma: “quem comprou camiseta, não pagou e subiu antes dele, aguarde, o cobrador está chegando!” Se alguém duvida é só ir lá pra conferir. Ademais, é chamar todos e todas para, neste sábado, 5 de março de 2011, irmos às ruas e, segundo como sempre quis o Manelão dançarmos e cantarmos com a Banda pois, no recém iniciado 2011, a diva do nosso carnaval popular (a Banda), faz justa homenagem às mulheres e chama o povo pra soltar o som de salto alto e batom. Valeu Manelão!
(*) O autor é músico e Presidente da Fundação Cultutral Iaripuna
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