Quinta-feira, 22 de março de 2018 - 07h08
Professor Nazareno*
A classe política tem hoje no Brasil talvez a maior repulsa da população. Ódio mesmo. Quase ninguém quer ter seu nome associado a um político. Dificilmente pode-se encontrar um indivíduo que tenha alguma admiração por esta classe de gente. Ladrões em sua grande maioria, geralmente muitos procuram se eleger para se livrar da Justiça. Vários deles tentam nas urnas ganhar as imunidades e os privilégios que praticamente só existem no Brasil mesmo. Mas os canalhas são imprescindíveis em qualquer sociedade, infelizmente. Sem os mesmos para intermediar os recursos públicos e as obras, tudo ficaria mais difícil. O maior problema, no entanto, é que eles em vez de intermediar estes recursos às vezes metem a mão sem dó nem piedade no que seria usado para o bem de todos. Daí o ódio que muita gente honesta nutre por políticos.
Mas há quem goste deles. São os aduladores de plantão que não veem a hora de seu candidato ser eleito para depois também usufruir das benesses do que é público. Os chaleiras são muito piores do que os titulares. Alguns têm mais contatos com o povão, disseminam mentiras e são mestres em enganar os mais incautos. Hildon Chaves, por exemplo, nomeou um monte deles quando foi eleito prefeito de Porto Velho. Demitem-se os baba-ovos do político que sai e colocam-se os seus. É a regra no serviço público do Brasil. Sem concurso público para nomear os comissionados, a classe política faz a festa na cara da Justiça e da legislação vigente. Nunca ouvi dizer que um desses manteigueiros tenha tido algum problema para assumir, de forma imoral e indecente, qualquer cargo que ganhou só por que foi um bajulador durante a campanha eleitoral.
A primeira coisa que os lambe-botas dizem na campanha é que o seu candidato foi injustamente acusado de ter feito coisas erradas. “Imputaram-lhe mentiras e injustiças, mas ele vai provar que é inocente”, afirmam convictamente os corta-jacas. Como este ano tem-se campanha eleitoral, muitos deles já estão nas ruas. E junto aos seus “assessores de porra nenhuma”, os famosos aspones. Vão às escolas, dão entrevistas, falam isto e aquilo, fazem protestos contra os que estão no poder, distribuem certificados, menção de aplauso, títulos de cidadãos e outras porcarias aos tolos. E os xeleléus dizem que “se trata de um gestor nato, bem preparado, respondeu aos processos a ele imputados e nenhum deles determinou que ele, o canalha do político, fosse preso, tem pulso firme e será novamente eleito.Voto nele, com certeza”.
Veja-se o que está acontecendo agora com o Lula, o “anticristo endeusado”. Processado, acusado de receber propinas de empreiteiras, condenado já em segunda instância, ainda tem quem o defenda abertamente. Só não foi preso por que parte da elite e a própria Justiça não têm coragem para isso. Pior: todas as pesquisas indicam que o mesmo será eleito, com sobras, o próximo presidente do país. Os seus defensores e alcoviteiros o têm como um Deus e já o adotaram como político de estimação. Esses candongueiros de plantão deviam responder na Justiça pelos erros de seus chefes. Por isso deve-se ter muito cuidado quando se quer apoiar um político em qualquer eleição. Nunca se deve pedir votos para ninguém sem ter a absoluta certeza da honestidade do seu político de estimação. O fracasso do eleito coloca também em maus lençóis seus capachos. Lula, Renan Calheiros, Romero Jucá, Aécio, Temer, Bolsonaro... É mole?
*É Professor em Porto Velho.
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