Segunda-feira, 4 de junho de 2018 - 05h30
A greve do setor de transportes no Brasil chamada romanticamente pela população incauta de “greve dos caminhoneiros” acabou de vez com a vitória dos motoristas e empresários sobre toda a população brasileira que paga impostos. Um governo golpista, corrupto, fraco, na lona e em fim de mandato não teve como negociar de forma satisfatória para que nenhum dos lados saísse perdendo. Temer e sua turma, para salvar a própria cabeça, fez cortesia com o chapéu alheio. Acuados e sem a menor possibilidade de endurecer o jogo com os grevistas, os golpistas capitularam vergonhosamente. A brincadeira custou ao país quase 200 bilhões de reais. Só a perda no valor das ações da Petrobras soma mais de 100 bilhões enquanto o subsídio forçado ao diesel e os prejuízos com o movimento em si ajudaram a quase duplicar a conta.
A greve, no entanto, mostrou infelizmente a verdadeira face ditatorial, burra e anacrônica de muitos brasileiros. A mentalidade golpista aflorou em alguns cidadãos e em vários casos nos próprios grevistas. O clamor por uma intervenção militar ou mesmo um golpe nos moldes de 1964 ganhou facilmente as ruas para envergonhar a nação inteira. Cartazes e faixas pediam descaradamente a quebra de uma das mais importantes cláusulas pétreas da nossa Constituição. Talvez preocupado com o caos iminente, até o próprio candidato da extrema direita, Jair Bolsonaro, informou que “se os militares quiserem voltar ao poder tem que ser pelo voto”. Sem a menor vergonha na cara e sem consultar ninguém, cidadãos comuns e mal intencionados pediam a volta do arbítrio. As “viúvas da Ditadura” ficaram órfãs mais uma vez, pois a democracia venceu de novo.
A História nos mostra que o remédio para os males da democracia é sempre mais democracia. “Se um paciente está com problemas é preciso buscar sempre outros remédios diferentes e não mandá-lo para a câmara de gás a fim de executá-lo”, ensina o professor e historiador Leandro Karnal. E continua: “a democracia nunca deve ser questionada, mas aperfeiçoada”. A nossa democracia embora seja jovem já passou por vários testes e este é apenas mais um. O mundo globalizado não admite mais regimes de exceção e o Brasil não pode ser um grotão subsaariano, embora muitos de seus cidadãos ainda raciocinem como se fôssemos uma república bananeira. O próprio ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Sérgio Etchegoyen, afirmou que falar em intervenção militar é assunto do século passado. “E estamos vivendo no século XXI”.
Se tivessem ido à escola e estudado História e Economia, por exemplo, as malditas “viúvas do arbítrio” deveriam saber que a culpa por esta crise é de todos os governos: Dilma e o PT subsidiaram os preços do combustível para ganhar as eleições. Temer, o demissionário Pedro Parente e o PSDB não tiveram consciência nem visão política e tentaram reverter os números da estatal aumentando todo dia os preços dos combustíveis. Ou seja, sem popularidade e odiado por todos, o governo golpista de Michel Temer sucumbiu antes da hora e quase leva o país ao caos. A função constitucional dos militares é defender o território nacional e assegurar o equilíbrio da sociedade para assim evitar rupturas. Fora, viúvas agourentas! Golpear as instituições democráticas é coisa de ignorantes, alienados e despolitizados. Pedir ditadura vivendo em uma democracia é fácil. Quero ver pedir a democracia vivendo em uma ditadura.
*É Professor em Porto Velho.
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