Segunda-feira, 4 de abril de 2022 - 07h33
O Brasil não é um país sério.
Atribui-se a autoria da frase ao presidente francês Charles De Gaulle, motivado
por um imbróglio diplomático entre os dois países. Embora haja quem garanta que
De Gaulle jamais teria dito isso, e independente de quem seja o seu autor, fato
é que, de tempos a este, algumas decisões proferidas por instituições
brasileiras, principalmente quando o assunto é o combate à corrupção, vem
causando revolta e decepção no seio da população, levando-as ao descrédito.
Francamente, como você acha que
reagiria um cidadão europeu, acostumado a rígidos padrões éticos, diante de uma
situação em que um indivíduo, depois de ter sido condenado por um juiz e,
posteriormente, por um colegiado, como artífice e principal beneficiário do
maior esquema de corrupção da história mundial, conseguiu anular suas
condenações (não seus crimes, como insistem em dizer os adeptos da seita que
tem um ladrão como seu único deus), e, desde então, passou a viver
tranquilamente, andando de um lado para
outro, dentro e fora do país, condenando
à corrupção e arrostando moralidade, quando, na verdade, deveria ressarcir os
cofres públicos, e passar uma longa temporada atrás das grades?
Não é preciso muita engenhosidade
para saber a resposta. Ocorre que, no Brasil, vivemos uma completa inversão de
valores morais e até divinos, onde honestidade virou artigo de luxo, e
onde muita gente passou a ter vergonha
de ser honesto, enquanto ladrões contumazes estão livres, exigindo reparação judicial de seus
acusadores. E olhe lá se não pedirem danos morais do Estado.
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