Domingo, 27 de março de 2022 - 10h48
O Papa Francisco criticou os planos de aumentar as despesas militares devido à guerra na Ucrânia.
Ficou envergonhado quando os viu, disse o Papa numa recepção organizada pelo Centro Italiano da Mulher no Vaticano. "Loucura", disse ele: armas, sanções e alianças militares, foram a resposta errada.
De facto, é chocante a rapidez com que o governo federal alemão e grande parte dos media públicos abandonaram as políticas anteriores mais orientadas no sentido dos cidadãos e da paz (De repente são aprovados mais 100 mil milhões de euros para armamento!). Em vez de se removerem as armas nucleares do solo alemão, devem ser comprados novos aviões de combate que possam transportar estas armas.
É também chocante a forma como os governos dos países europeus estão a juntar-se às fileiras militares e cada vez estão mais dispostos a investir nas despesas militares e menos nas necessidades humanas dos seus cidadãos. Aproveitam-se do desvio das atenções dos cidadãos!
A vontade política é aumentar ainda mais as despesas em armamento. Portugal, que está quase no topo dos países europeus que gastam, proporcionalmente, mais dinheiro nas forças armadas, ainda quer aumentar o orçamento nesse sentido. Atendendo à realidade económica e social de Portugal, tem-se a impressão que a nossa elite política quer, simplesmente, encostar-se ao lado dos grandes à custa dos contribuintes portugueses e dos cidadãos que se veem obrigados a apertar mais o sinto!
Por outro lado, as armas são enviadas numa guerra que prolonga a guerra e leva a mais sofrimento e morte.
A maneira precipitada como os políticos estão a agir só pode provocar um abanar de cabeça em quem pensa!
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7243
(ARTIGO ESCRITO EM 2014 ONDE DESCREVO A PREPARAÇÃO DO CONFLITO ARMADO DE HOJE ERRONEAMENTE DESCRITO COMO GUERRA ENTRE A RÚSSIA E A UCRÂNIA)
«RÚSSIA E CHINA – O EIXO DA POLÍTICA DO SÉC. XXI?»
Ucrânia entre Imperialismo russo e ocidental
A Ucrânia, tal comos a região das Balcãs, na primeira grande guerra mundial, dá ocasião ao surgir de uma nova configuração política das potências determinadoras do futuro no séc. XXI.
A Rússia, ao ser contrariada pelos interesses da EU/NATO na Ucrânia, demostra ostensivamente a sua reivindicação ao direito de ser reconhecida como potência mundial; para tal vira-se para a China e para a América Latina em oposição à política dos países da NATO. Utiliza uma estratégia própria na combinação oportuna de “vendas de armas, instalações militares e grandes projetos econômicos, de infraestrutura e de energia”. A nova estratégia de parceria com a China pode mudar o eixo axial da política no séc. XXI. O negócio entre a Rússia e a China da construção da conduta para fornecimento de gás à China e a construção de um canal transoceânico da Nicarágua como alternativa ao canal do Panamá, são passos que indicam determinação no sentido de as duas potências se unirem num projecto comum.
Ao avanço da presença do Ocidente ao longo das fronteiras da Rússia e na Ucrânia, a Rússia contrapõe a sua presença, como potência mundial, na América Latina.
A presença política arrasta consigo o negócio. Então, países como a Alemanha aceitarão o desenrolar natural dos acontecimentos e orientar-se-ão pelo brilho do negócio. Esta ofensiva económico-estratégica revela-se tão desesperada que pode determinar a divisão da Ucrânia.
Piora o clima entre as potências mundiais logo surgem centros ciclónicos devastadores das mais belas paisagens e dos mais belos biótopos culturais. Por trás das ventanias que arrasam florestas e destroem a bonomia do clima entre amigos e familiares, encontram-se interesses políticos, económicos e estratégicos. Quem aspira a mais organiza-se em grupos de interesse porque sabe que no governo ou na oposição sempre se recebe mais do que no seio do povo.
Os grupos da Ucrânia, agora divididos e guiados pelas forças de ventos invisíveis, a modo das árvores no vendaval, batem-se uns contra os outros à mercê dos centros ciclónicos do poder. Os que se querem orientar pela Europa e os que preferem seguir a Rússia. Em nome da soberania popular dá-se a redistribuição de poderes e influências.
A Ucrânia, o maior país da Europa, tem 44,6 milhões de habitantes sendo 77,8% de etnia ucraniana e 17%, de russos e romenos está em perigo de ser dividida. O povo ucraniano já foi vítima do genocídio provocado por Estaline que vitimou milhões de ucranianos e da ocupação nazi que matou muitos milhões de pessoas, sofre as consequências de se encontrar como fronteira de dois imperialismos: o russo e o ocidental.
Quem pensa em termos humanos e de povo é contra a intromissão estrangeira; quem pensa em termos estratégicos e de poder compreende a luta das potências: uns a favor dos russos, outros a favor do ocidente.
Um país sobrano deveria ter a possibilidade à autodeterminação.
Uma Alemanha interessada em acordos de comércio com o leste, uma EU interessada num acordo de associação, e uma federação russa amedrontada, não são indícios de bons resultados para a Ucrânia; a Rússia sente-se ameaçada economicamente pela EU, militarmente pela Nato e socialmente pelos valores ocidentais de liberdade e democracia. A UE defende os seus interesses económicos e estratégicos na Ucrânia argumentado hipocritamente de pretender a salvaguarda dos direitos humanos e de um Estado de Direito. Infelizmente não usou da diplomacia para saber antepor-se aos combates armados entre a população ucraniana nem teve em conta uma Rússia traumatizada pela queda da União Soviética. A Rússia tem os mesmos interesses na Crimeia e nas zonas orientais da Ucrânia como os ingleses no Gibraltar e nas ilhas Malvinas…
Uma Ucrânia endividada até à garganta com a dívida do gás e quase na bancarrota. Deve à Rússia 2,6 mil milhões de Euros pelo que Putin tenciona, a partir de Junho, só fornecer gás à Ucrânia a pronto pagamento. Até à ocupação da Crimeia vendia o gás à Ucrânia 30% mais barato, devido à Ucrânia permitir lá a base russa.
A Ucrânia, depois das eleições de 25 de Maio, irá ter de compreender amargamente a frase de Bismark: “Estados não têm amigos, apenas têm interesses”.
As missões de observação eleitoral da OSZE julgarão sobre o decorrer das eleições. Depois delas surgirá a discussão sobre quem as reconhece e quem não. As eleições não conseguirão o problema da Ucrânia que nela resume o conflito entre a Rússia e o Ocidente e entre população pro-Rússia e pró-EU.
A Rússia é o maior país do mundo, mas nas suas infraestruturas, é de facto, em grande parte, um país de terceiro mundo.
O futuro irá aproximar ainda mais a Rússia e a China até por razões de afinidade na defesa da integridade territorial e devido à sua extensão e aos povos separatistas.
No séc. XIX combatiam-se os estados, no séc. XX as ideologias e no século XXI combater-se-ão as culturas. Com a queda da União Soviética (1998) acaba-se o mundo bipolar para se iniciar a multipolaridade. Das guerras passar-se-á às guerrilhas; na formação de novas constelações, a guerrilha muçulmana tem-se mostrado a única arma estratégica eficiente contra a prepotência da guerra económica. Livre-nos Deus desta perspectiva real para o futuro.
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7253
Este artigo foi publicado em 23.05.2014 entre outros em:
OS NOVOS CRUZADOS DA DEMOCRACIA
Até onde chega o ridículo e a falta de vergonha?
Esta foto que nos mostra o Primeiro Ministro português camuflado de soldado, ficaria melhor na capa de um romance criminal ou num livro de ilustração de caricaturas
Trata-se de uma foto (2022-03-22) aquando da preparação de soldados portugueses para a sua partida em abril, para a Roménia.
Estamos numa sociedade com políticos cada vez mais camuflados como que a dar exemplo para que a sociedade civil portuguesa se militarize.
Onde nos levou a histeria! Isto independentemente da cor política a que pertençam! Atualmente igualam-se todos!
A Vergonha fica na cara da Democracia e em grande parte dos eleitores!
Estarão a preparar-nos para uma terceira guerra mundial ou será só carnaval?
António da Cunha Duarte Justo
Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=7248
Silêncio do prefeito eleito Léo Moraes quanto à escolha de nomes para o governo preocupa aliados
O silencio do prefeito eleito de Porto Velho, Léo Moraes (Podemos), quanto à escolha de nomes para comporem a sua principal equipe de governo vem se
Zumbi dos Palmares: a farsa negra
Torturador, estuprador e escravagista. São alguns adjetivos que devemos utilizar para se referir ao nome de Zumbi dos Palmares, mito que evoca image
Imagino quão não deve estar sendo difícil para o prefeito eleito Léo Moraes (Podemos) levar adiante seu desejo de não somente mudar a paisagem urban
Aos que me perguntam sobre eventuais integrantes da equipe que vai ajudar o prefeito eleito Léo Moraes a comandar os destinos de Porto Velho, a part