Por Sérgio Ramos (www.sergioramos.com.br)
Porto Velho/RO, 3:00h do dia 09 de janeiro de 2007. Chove muito. Minha rua parece um rio, que corre para o Sul.
No Fantástico do dia 07/01/2007 fiquei informado que esse ano será o mais quente dos últimos 150. Que as regiões Norte e Nordeste sofrerão mais ainda com calor e seca. Mas por enquanto temos temperatura agradável e muita, mas muita água mesmo.
2006. Ano em que a ficha caiu para a humanidade. Finalmente, temos uma crise ambiental. Estamos agora, oficialmente, com os dias contados. Os efeitos terríveis são imediatos. Temos que salvar a Terra. É agora ou nunca. O problema é saber de quem temos que livrar a Terra? Quem é o inimigo número um desse generoso e esgotado Planeta? Quem poderá nos salvar? Bem, sempre fomos salvos por seres de uma espécie, agora em extinção, o homem. Mas quem criou essa condição crítica para a Terra? Não se sabe ao certo, porém, acredita-se em algo 'sobrenatural'. Algo invisível, assim como os raios ultravioletas, o buraco no espaço. Ninguém os vê, mas seus efeitos são visíveis.
Esperem, segundo a Veja de 30/12/2006, descobriram quem criou essa condição, de aumento de temperatura repentina: a ação do homem. Mas quem é esse homem? Vejam, até os ecocéticos (não tem no Aurélio) já acreditam. Bom, mas se eles acreditam deve ser verdade (sic). Com isso, temos a certeza que o tempo está curto para salvar a Terra. É coisa do destino, uma 'praga apocalíptica'. Será?
O relatório anual da Organização Meteorológica Mundial, da ONU, comprova que 2006 foi a gota d'água. Essa tal da ação do homem extrapolou as expectativas. Chegou ao ponto de condenar à extinção o gelo no Ártico até 2040. Estamos quase sem pulmão, agora estamos perdendo o nosso ar condicionado. Tudo culpa da ação do homem, pois até os ecocéticos já acreditam (crise nova, linguagem nova). O urso polar pode desaparecer? Quem poderá salvá-los?
Dióxido de carbono, metano e óxido nitroso pode ser considerado como o "'peditu' da humanidade'", o principal produto da ação conjunta desse tal de homem. A natureza não suportou o 'odor' e reagiu. O quadro ficou sombrio. Finalmente, segundo, os cientistas, temos um problema que deve ser atacado por todas as "espécies humanas". O Bush vai ter que fazer as pazes com o Osama Bin Landen, em nome do nosso futuro. O Hugo Chávez vai ter que fazer as pazes com o Bush, em nome do nosso futuro. Até os mulçumanos terão que fazer as pazes com o Papa, em nome do nosso futuro. Bem se for assim, está tudo resolvido. Finalmente, o mundo em paz e unido em um só pensamento: salvar a Terra. Mas, quem pagará o pato? É, pois sempre que o homem salva alguma coisa sobra pra alguém. Afinal, toda essa gente unida, não pode sair boa coisa. Sobrará pra alguém, não tenha a menor dúvida disso. Segundo os cientistas, não é mais uma questão nacional e sim uma questão global. E viva a globalização.
No Brasil, estamos indo muito bem no sentido de unir esforços para salvar o nosso Planeta: as alianças, no centro de poder, já são uma realidade. Não tem mais ideologias divergentes. Agora, todas as alianças são feitas com um único objetivo: salvar o Planeta. Viva o Brasil, um exemplo de união. Já estamos preparados para mais essa ação global. O resultado prático disso é que já admitem cuidar da Amazônia. Já pensam em fazer até um plano. É isso aí.
"Ainda mais quando se sabe que nenhum país conseguirá diminuir drasticamente as emissões de dióxido de carbono (C02), o principal vilão do efeito estufa." (VEJA, 30/12/2006, p. 140). Isso sim é animador. É a luz no fim do túnel. A humanidade, realmente envolvida num processo global de auto-salvamento. É isso aí.
Bom, se o homem, o vírus HIV da Terra, não é capaz, através de ação inversa, "diminuir drasticamente as emissões de CO2" principal componente do "'peditu' da humanidade'", então quem poderá nos salvar?
Enganou-se quem pensou no Chapolim Colorado. Não é. É alguém mais experiente: o Professor Pardal. Isso mesmo, comprovem, com sua própria inteligência, a inteligência do Professor Pardal. Eis as suas soluções. Ah, antes de começar, gostaria de dizer que tudo que você ler a partir de agora é facilmente executável, sem problemas. Tudo será feito sem emitir nenhuma partícula do "'peditu' da humanidade'". Tenha certeza que tudo será feito sem agravar o problema.
Bom, vamos às soluções: 1) Reflorestar toda a superfície desmatada da terra. 2) Obrigar os indivíduos a fabricar veículos que usem combustíveis menos poluentes. 3) Obrigar as empresas a utilizarem equipamentos de redução drástica de resíduos poluentes. 4) Em uma ação global, investir na educação de ricos e pobres, de todas a cores e credos. 5) Em outra ação global dotar a humanidade de saneamento básico. Custo aproximado: U$ 1.000.000.000.000,00 de dólares. Número de indivíduos atendidos: 6.000.000.000. Número de indivíduos envolvidos: 6.000.000.000. Tempo aproximado: 50 anos. A idéia do Professor Pardal é bem simples, veja se você concorda: se o homem fez tudo isso por falta de educação e condições de vida, a idéia é que com educação e condição de vida o homem faça tudo ao contrário. Isto é, economizar energia, economizar água, economizar madeira, economizar viagens, economizar lixo, economizar cara de pau, economizar armas, economizar guerras, gastar educação, gastar bons relacionamentos, gastar conhecimentos, gastar ações de prevenção...
Segundo o Professor Pardal, as suas soluções são impossíveis de serem praticadas. Só para exemplificar: ainda há países, cuja população não consegue matar um mosquito que causa dengue. Esse tipo de primariedade desestimula o nosso Professor. Aí eu pergunto: o que você acha? É possível de ser colocado em prática?
Há uma luz no fim do túnel. A humanidade já deu provas que a união faz a força e que unida vence qualquer obstáculo. Napoleon Hill, em seu livro A Lei do Triunfo, revela que na segunda Guerra Mundial "católicos, protestantes, judeus, pagãos, brancos, pretos e amarelos, todas as raças da Terra estavam representadas naqueles exércitos". É a lei do esforço organizado. Taí, depois dessa, passo a acreditar que o Professor Pardal possa ter razão. O que você acha? Mais um pouco de Napoleon Hill: "Sob os horrores da guerra, grande massa da humanidade foi reduzida a um nível comum, onde todos lutavam ombro a ombro, lado a lado, sem indagar de tendências raciais ou crenças religiosas." Será que teremos que chegar a esse ponto para começar nos mexer? Bom, conhecendo um pouco da minha espécie, creio que sim. E você? Concorda?
"Qualquer plano para abolir a guerra, para ter êxito, depende sobretudo da coordenação do esforço entre todas as igrejas e escolas do mundo para o deliberado propósito de fertilizar o espírito dos jovens com a idéia de abolição da guerra, de modo que a simples palavra 'guerra' lhes desperte pavor." Essa é a receita de Napoleon Hill (1883-1970), para acabar com as Guerras. Agora, no século XXI, as igrejas e as escolas ganharam uma grande aliada para disseminar conhecimento: a mídia. Começo a acreditar que as complexas propostas do Professor Pardal possam ser possíveis e a Terra poderá ser salva.
Chega de histórias em quadrinhos. Vamos à realidade. Aqui sim, estão os 07 PLANOS PARA SALVAR O PLANETA (fonte: Veja do dia 30/12/2006), totalmente viáveis e eficazes. Vamos a elas:
01. TROCAR O CARVÃO POR ÁTOMO. A proposta é substituir 300 usinas termoelétricas atualmente planejadas no mundo por usina nucleares. Custo: U$ 480.000.000.000,00. Tempo: 50 anos.
02. ENTERRAR OS GASES TÓXICOS. A proposta é armazenar sob o solo todo o dióxido de carbono gás que gera o efeito estufa. Custo: entre U$ 900.000.000.000,00 a U$ 1.800.000.000.000,00. Já em fase de testes.
03. COLOCAR REFLETORES DE CALOR EM ÓRBITA. Colocar no espaço trilhões de pequenos discos espelhados para desviar parte dos raios solares que atingem a Terra. Custo: U$ 3.000.000.000.000,00. Tempo: 25 anos.
04. PÔR UM GUARDA SOL NO ESPAÇO. Colocar em órbita um gigantesco escudo redondo para bloquear os raios solares em pontos escolhidos do planeta. Custo: U$ 5.500.000.000.000,00. tempo: 30 anos.
05. ESPALHAR ENXOFRE NA ATMOSFERA. Bloquear parte dos raios solares que chegam a Terra espalhando dióxido de enxofre (SO2) em forma de gás, na atmosfera, sendo levado por balões até uma altitude de 25 quilômetros do solo terrestre. Custo: Entre U$ 25.000.000.000,00 e 50.000.000.000,00. Tempo: 20 anos.
06. MULTIPLICAR O FITOPLÂNCTON. Adicionar ferro nos oceanos para 'fertilizá-los' e estimular o crescimento do fitoplâncton, conjunto de algas microscópicas. Custo: Entre U$ 10.000.000.000,00 e 100.000.000.000,00. Tempo: 3 anos.
07. COLOCAR MAIS ÁGUA NAS NUVENS. Pulverizar as nuvens sobre o oceano com gotículas de água salgada para aumentar a capacidade de refletir os raios solares evitando assim, a passagem desses raios. Custo: U$ 1.000.000.000,00. Tempo: 4 anos.
Confesso que estou muito confuso. Porém, não o suficiente para perceber o quanto o Professor Pardal está atrasado. Como é que ele pode acreditar que somente ações organizadas, coletivas e simultâneas de seres humanos (em extinção, assim como o urso polar e muitos outros), coisa que eles já fazem com muita propriedade e com resultados comprovados (aquecimento da Terra é só um deles)? E não tem ninguém coordenando isso. Imagine você quando o negócio ficar realmente organizado.
Não poderia ser diferente. Estamos na era do conhecimento, da tecnologia. Esse negócio de esforço é para as máquinas, os equipamentos, elaborados sob medida sem nenhum risco, para nos salvar e de quebra, salvar a Terra. Coitado do Professor Pardal, será que ele existe mesmo?
Como a matéria diz, é para uma situação de emergência, mesmo que tenham projetos para 3, 4, 20, 30 e até 50 anos.
É bom saber que estamos salvos. E o que é melhor, sem nenhum esforço organizado da humanidade. Poderemos, sem a menor culpar, continuar com os nossos maus hábitos. Afinal, a preservação da espécie já está garantida. Sinto muito Professor Pardal, suas idéias já estão ultrapassadas. Nada de sacrifícios individuais em prol do coletivo, mesmo numa situação como essa, onde a própria sobrevivência está em jogo. Você deve ter sido influenciado por Platão, por Marx, HEGEL, e muitos outros. Pura utopia.
Brincadeiras a parte, a situação deve ser mesmo grave, pois sinto na pele, essas variações climáticas. Desejo que todos os projetos, que deveriam ser idéias do Professor Pardal, se algum dia, forem executados, que surtam os efeitos esperados. O lamentável é que não há projetos onde os esforços concentrados de humanos para mudança do seu próprio comportamento seja a idéia central. Não consigo enxergar uma solução para esse problema sem o nosso comprometimento, em mudar hábitos, voluntário. O que há são esforços concentrados para mudança de comportamento para preservação sim, mas do problema de alterações climáticas, bem como seu agravamento, através do incentivo ao consumo. Atenção: a Terra não suportará ao nosso conforto.
Vou refletir muito sobre as palavras de Booker T. Washington: "Não há pessoa preguiçosa que esteja garantida na vida, quer seja rica ou pobre, branca ou preta, educada ou ignorante."
Sabemos o que temos que fazer. Então, vamos fazer? Isso é MUDAR PARA VIVER MELHOR.