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Patifaria e a bandalheira da saúde pública



Paulo Ayres


Foi oportuníssima a carta de protesto distribuída esta semana pela Loja Maçônica Acácia da Neves localizada no Oriente de São Joaquim e Filiada ao Grande Oriente de Santa Catarina, denunciando a bandalheira instalada no país junto aos órgãos governamentais em todos os níveis, e principalmente, denunciando o crime contra a humanidade que vem sendo praticado na rede pública de saúde.

Aqui, me incorporo em gênero, número e grau, o posicionamento contundente dos irmãos maçons de Santa Catarina, diante da aberração que vem acontecendo, inclusive, no Estado de Rondônia. O fedor (a fedentina) toma conta do Hospital e Pronto Socorro João Paulo II. O governador que jurou que iria acabar com aquele quadro de campo de concentração, sucumbiu, apesar de sua condição de médico.

Já se vão três anos de desgoverno e a saúde pública se agrava a cada dia. Para a população, humilhada, pisoteada, não resta outra saída, a não ser enterrar seus mortos. Ano passado uma senhora (anciã de 70 anos) padeceu por mais de trinta dias no Hospital de Base a espera de uma cirurgia ortopédica, o que não aconteceu porque quando compraram as ferramentas, se esqueceram de conferir e o resultado foi a aquisição de equipamentos que não se encaixavam. Resultado: após tantos dias de espera, contraiu infecção foi para a UTI e após isso acabou falecendo no dia 30 de outubro.

Não adianta correr para os planos de saúde. A esculhambação é a mesma. Não pode adoecer no final de semana, pois os hospitais destes malditos planos não contam com especialistas e nem disponibilizam alguns tipos de exames. A rede pública municipal de saúde, apesar das tais UPAs, simplesmente, podemos resumir assim: Upa, mais um golpe em nós “alezados”.

Dinheiro tem, mas sempre existem notícias de má gestão, de compras erradas, de desperdícios, mas acontece que infelizmente a patifaria é muito grande. Vivemos hoje num caos, na miséria, no desrespeito, na humilhação, quando uma pessoa que está com câncer tem que esperar 30, 60 dias para marcar um exame e receber o resultado. Por isto, meu aval a carta dos irmãos maçons, que muito bem serve para Rondônia. Eis a carta de protesto contra a situação que a Saúde Pública se encontra nos dias de hoje.
 

CARTA DA LOJA MAÇÔNICA
ACÁCIA DAS NEVES Nº 22

Vivemos um dos momentos mais difíceis de nossa história pátria. O povo está sendo mantido na ignorância e sustentado por um esquema que alimenta com migalhas a miséria gerada por essa mesma ignorância.

A tirania mudou sua face. Já não encontramos os tiranos do passado, que com sua brutalidade aniquilavam as cabeças pensantes, cortando o pescoço. Os tiranos de hoje saqueiem a Pátria e degolam as cabeças de outra forma. A tirania se mostra pela corrupção que impera em todos os níveis. Encontramos mais viva do nunca as palavras do Imperador Romano Vespasiano que na construção do Grande Coliseu disse: “DAÍ PÃO E CIRCO PARA POVO”.

Esse grande circo acontece todos os dias diante de nossos olhos, especialmente sob a influência da televisão, que dá ao povo essa fartura de “pão” e de “circo”.

Quando pensamos que a fartura acaba, surgem mais opções. Agora vemos a Pátria sendo saqueada para a construção de monumentais estádios de futebol, atualmente chamados de arenas, nos moldes do que era o Coliseu, uma arena. Enquanto isso os hospitais estão falidos, arruinados, caindo aos pedaços. Brasileiros morrem nas filas e nos corredores desses hospitais; já, outros filhos da Pátria morrem pelas mãos de bandidos inescrupulosos que se sentem impunes diante de um Estado inoperoso, ineficiente e absolutamente corrompido. Saúde não existe, educação não há, segurança, muito menos. Porém, a construção dos “circos”, continua !

Mas o pão e o circo também vem dos “Big Brothers” das “Fazendas”, das novelas que de tudo mostram, menos verdadeiros valores e virtudes pessoais. Quanto mais circo, mais pão ao povo. E o mais triste é que o povo mantido na ignorância, é disso que mais gosta. Nas tardes, manhãs e noites, não faltam essas opções de “lazer”. O Coliseu está entre nós. O circo está entre nós. Já o pão, esse vem do bolsa isto, do bolsa aquilo, mantendo o povo dependente do esquema, subtraindo-lhe a dignidade e a capacidade de conquistar melhores condições de vida com base em suas qualidades, em seus méritos, em suas virtudes.

Agora, o circo se arma em torno do absurdo que se coloca à população de que o problema de saúde é culpa dos médicos. Iludem e enganam o povo, pois fazem cair no esquecimento o fato de que o problema de saúde no Brasil é estrutural, pois o cidadão peregrina sem encontrar um lugar digno, nem mesmo parar morrer.

Então, absurdamente, em desrespeito aos filhos da Pátria, são capazes de abrir as portas para profissionais estrangeiros, alguns poucos, não cubanos. Os tiranos tem a audácia de repassar R$ 40.000.000,00 mensais que são sangrados dos cofres públicos para sustentar um outro governo falido e também tirano, o cubano; um dinheiro sem controle e sem fiscalização. Os pobres profissionais que de lá vêm, não têm culpa. É um povo sem liberdade, sem direito de expressão, escravo da tirania. Esses médicos recebem migalhas daquele governo. Mal conseguem sustentar a si e a seus familiares.

Os R$ 40.000.000,00 que serão mensalmente enviados para Cuba, solucionaria o problema de inúmeros de pequenos hospitais pelo interior deste País. Mas não é a isto que ele servirá. Nós estamos a financiar um trabalho explorado, escravizado, de profissionais que não tem asseguradas as mínimas condições de dignidade de pessoa humana, porque simplesmente não são homens livres. E nós brasileiros, devemos nos envergonhar de tudo isto, porque estamos sendo responsáveis e coniventes por sustentarmos todo esse esquema, todos esses vícios, comportando-nos de maneira absolutamente inerte.

Esses governantes, que tanto criticam o trabalho escravo, também não esclarecem à população o fato de um médico brasileiro receber o mísero valor de R$ 2,00 por uma consulta pelo SUS. Do valor global anual que recebem, ainda é descontado o Imposto de Renda, através de uma escorchante tributação sobre o serviço prestado, que pode achegar ao percentual de 27,5%. Em atitude oposta, remuneram aqueles que não são filhos da Pátria, os estrangeiros, com o valor de R$ 10.000,00 mensais por cada profissional, cabos eleitorais desses governantes. Profissionais da saúde no Brasil, servidores públicos de carreira, à beira da aposentadoria, com dedicação de uma vida inteira, receberão quando da aposentadoria metade do valor pago ao estrangeiro. Não podemos aceitar a armação desse circo, em cujo picadeiro, povo brasileiro é o palhaço !!

A Maçonaria foi a grande responsável por movimentos históricos e por gritos de liberdade em defesa da dignidade do homem. Foi por mãos de Maçons que se deu o grito de Independência do Brasil, da Proclamação da República, da Abolição da Escravatura. Foi pelas mãos de Maçons que se deu o brado da Revolução Farroupilha. E o que está fazendo a Maçonaria de hoje ao ver o circo armado, com a distribuição de um pão arruinado pelo vício que sustenta essa miséria intelectual !!

Não podemos ficar calados e inertes !! A Maçonaria, guardiã da liberdade, da igualdade e da fraternidade, valores que devem imperar entre todos os povos, precisa reagir, precisa revitalizar seu grito, seu brado para a libertação do povo. Esse é o nosso dever, pois do contrário não passaremos de semente estéril, jogada na terra apenas para apodrecer e não para germinar. A Loja Maçônica Acácia das Neves, incita a todos os IIrm.: para que desencadeemos um movimento de mudança, de inconformismo, fazendo ecoar de forma organizada a todas Lojas e Maçons desta Pátria, o nosso dever de cumprir e fazer cumprir a nossa missão de levantar Templos à virtude e de cavar masmorras aos vícios !!

Fonte:  Paulo Ayres técnico legislativo, tecnólogo, professor, jornalista, radialista e mestre maçom. Email: pauloayres_jornalista@hotmail.com - Celular 8116.975
 

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