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O mundo da política dá muitas voltas e tem inúmeras faces. A multissignificação da democracia, por exemplo, serve mais para enganar do que para convencer, como se cada país usasse uma máscara, feito o teatro grego da antiguidade: por que será que a República Democrática da China, a da Coréia do Norte, a do Congo, etc., precisam embutir em suas denominações a palavra democrática? Sequer passam perto de uma verdadeira democracia, mas usam o termo como forma de enganar os demais países, em nome da velha e utópica Internacional Socialista. No Brasil, todos são democráticos, pouco importa a orientação partidária. Em tempo de campanha política, tenham cuidado com a banalização do significado da palavra democracia, principalmente se na orientação ideológica da cartilha partidária, não usarem, convenientemente, a palavra liberdade.

Todavia, o neologismo peculatário, síntese da expressão “rouba, mas faz”, associada a herança da vida pública de Adhemar de Barros, três vezes governador de São Paulo, ex-candidato a presidente da república, e com um nome forte na memória política, permanece no imaginário popular, como uma lamentável vertente da democracia brasileira. Na Nova República, pós governos militares, a democracia esquerdopata foi para o lado da conveniência, com o apoio do STF, cúmplice na indecência, como se o peculato e a corrupção endêmicas, fossem piadas.

Não seria exagero afirmarmos que vivemos na República da Pecurrupção, crime tão cometido por funcionários públicos e seus auxiliares privados, que se subdividem em mais de dez modalidades, além de estarem, constantemente, nas mesas dos gabinetes dos advogados, que buscam formas de contorna-los, legalmente, ilegalmente, mediante interpretações duvidosas, com a compra de sentenças, etc., já que são os crimes que mais favorecem a conta bancária dos causídicos. No peculato o servidor público se apropria de bens ou valores da administração pública, já no crime de corrupção o servidor pede ou recebe alguma vantagem indevida, por conta de seu cargo. Geralmente andam juntos, peculato+corrupção – pecurrupção − como os gêmeos da novela das nove.

Também não seria exagero afirmar que tais crimes são os mais perdoados pelo judiciário, ainda que sejam condenados, diuturnamente, nos noticiários da mídia. É mais uma farsa de gabinete, ou mais uma máscara disponível aos envolvidos no processo. Sim, eu sei que existem muitos juízes honestos, assim como muitos políticos bem intencionados, infelizmente eles não são em número suficiente, a ponto de desmoralizarem as estatísticas comprometedoras.

 

Esquerda, direita e centrão, em determinadas situações, são vistos como palavrões, lamentavelmente não compreendidos pela grande maioria dos eleitores, principalmente aqueles fascinados pelos míseros reais do Bolsa Família ou do Auxílio Brasil. Neste país, as sentenças para crimes eleitorais ou de peculato e de corrupção são elaboradas nos gabinetes dos causídicos mais afortunados, salvo raríssimas exceções. Depois do que o Fachin, com aquela cara de honesto, fez com a lavajato, é impossível pensar em justiça isenta, sem atalhos, sem conchavos.  Nem à esquerda, nem à direita, nem ao centro, na nuvem!!!

 

No próximo pleito, o teatro de máscaras eleitoreiras, será mais uma vez montado, desta vez com uma máscara a mais – a da pandemia. Palanques serão novamente armados na zona rural, à beira de um igarapé: Quando vejo esta grama verde, eu me lembro de minha mãe! – Ela era égua? Perguntou um possível eleitor. – Era não, filho da puta, era lavadeira. Respondeu o compenetrado candidato. A comédia vai se estender aos showmícios, à propaganda eleitoral gratuita do rádio e da TV, à internet, séria ou recheada de fakenews, e a todas as formas possíveis de divulgação das características pessoais dos pretendentes a um cargo político. Ria, a piada está a caminho, ou chore, a tragédia petista ameaça voltar. Moro num país tropical e abençoado por Deus, começo a enxergar uma luz no fim da Lavajato.  

Direita, esquerda e centro, estarão novamente no foco das atenções, cada qual com a sua plataforma eleitoral, se dizendo mais democrático do que o outro; a mim me preocupa o nível de honestidade dos pretendentes, o país não aguenta mais tanta dilapidação. Contudo sei o quanto é difícil convencer um político de que o dinheiro público não é dele, e ao eleitor que quem rouba é ladrão, não merece governar mais uma vez, já foi reprovado. Não rouba, mas faz! Eles existem! Eu acredito!!!??? Tarcísio Freitas é um exemplo. Diga não ao Peculato a à Corrupção, diga não às rachadinhas familiares.  

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