Quinta-feira, 4 de maio de 2023 - 14h12
Aos que me perguntam (principalmente os que me conhecem mais de
perto) como vejo o ambiente poluído no qual o Brasil está engolfado,
respondo-lhes com enorme desconforto e profunda vergonha, para resumir uma
sensação difícil de expressar, que imagino seja, também, a opinião de parcela
expressiva da população brasileira.
Com a substancial renovação na composição do Congresso Nacional,
muita gente acreditou, inclusive eu, que haveria, também, uma mudança nos
costumes políticos do país. Em vez disso, o que se vê, com as devidas exceções,
é a repetição de velhas e manjadas práticas políticas, evidenciando como a
perversidade humana conseguiu transformar ética e política em duas categorias
distintas, dissociadas e antagônicas.
Um país com tantas dificuldades como tem o Brasil não pode ficar
perdendo tempo com questões miúdas. Precisamos avançar no atacado. E a classe
política precisa se conscientizar dessa dura realidade. Estamos atolados em um
mar de problemas crônicos. E parece que ninguém ainda se deu conta disso.
Perecemos no mar de esterco, porque da lama já fomos promovidos. A cada ano
bilhões de dólares são drenados pelos dutos da corrupção. Pior do que a
corrupção, é saber que ela não é punida. Pelo contrário, é premiada.
Para alguns, o poder não passa de uma máquina de enriquecimento
e mordomias. Cargos públicos geralmente são usados como trampolim para ascensão
financeira, enquanto o país segue descendo a ladeira, como um caminhão
desgovernando. Precisamos de uma Revolução Espiritual, se realmente quisermos
sair do pântano no qual estamos imersos. Precisamos pensar grande. Precisamos
pensar no Brasil.
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