Terça-feira, 13 de agosto de 2024 - 10h43
Animais de estimação em
nossas vidas, o que isso nos traz e impacta? Esta resposta é muito particular,
aliás, como tudo na vida. Cada um de nós representa um universo muitíssimo
particular com nuances e facetas diferentes.
Antes de dar a minha
resposta, quero compartilhar alguns pensamentos interessantes de uma professora
que sigo já há algum tempo, quando ela fala de pessoas, para fazer um paralelo
entre nós e esses seres especiais, os pets:
“As pessoas e as coisas
não são como desejamos que sejam, nem o que parecem ser, são aquilo que são. Ou
seja, sempre há facetas desconhecidas, no outro e em nós mesmos. Saber aceitar
que cada um é aquilo que logrou ser, assim como nós somos o melhor que logramos
ser.” (Lúcia Helena Galvão).
Em uma de suas
entrevistas no podcast “Os Nagle”, a professora citada acima disse: “É
importante que os pais ensinem aos filhos que a violência vive dentro de nós e
precisamos estar atentos para dominá-la, para que essa violência não predomine,
que o eu animal não tome conta/posse da nossa vida. Que temos momentos
de raiva, passionais, egoístas, de violência; por isso é importante combatê-la
dentro de nós, principalmente porque somos referenciais de transformação”.
O que essas reflexões
acima têm a ver com o tema escolhido para este mês?
Tudo, pois conhecendo a
nossa espécie como conheço, e mais recentemente, os animais de estimação, digo
que estes últimos nos ensinam de uma maneira linda e especial sobre lealdade,
companheirismo, afeto e até mesmo sobre o amor, que jamais imaginei
experimentar.
A violência do ser
humano é cruel e jamais poderá ser comparada com a de um cão ou outro animal.
Sempre tive medo de
animais, certa aflição mesmo e nunca apreciei o odor deles. Enfim, a última
coisa que imaginaria na minha vida é ter um animal de estimação, seja qual
fosse ele.
Quem conviveu comigo,
sabe o quanto eu fugia dos animais, desde uma galinha, passando por gatos,
cachorros e até cavalos, touros, vacas etc.
Aliás, em casa, meus
irmãos e eu, ainda quando pequenos, tivemos um coelho branco, de olhos
vermelhos, chamado Finfinho, ainda, pintinhos comprados em feiras, porquinhos
da índia e um gatinho, que durou pouco. Nunca apreciei nenhum deles e sequer
cheguei perto, nem de curiosidade.
Pois é, tudo isso para
dizer que há pouco mais de 1 ano, em outra etapa da minha vida, mais tranquila,
convivo com o Chumbinho e com o Lobo, dois cachorros da raça Yorkshire, com
quase a mesma idade, um de 1 ano e 7 meses e outro de 1 e 5 meses.
E isso não só aconteceu
comigo. De acordo com a pesquisa realizada pela Quaest, 72% dos
brasileiros possuem pets em
casa. Além disso, 22% dos indivíduos já tiveram animais. Isso aponta que
o Brasil tem
a terceira maior população de pets do mundo. Cada vez mais gente sentindo essa
necessidade de ter um animalzinho. Bom, continuando, eu trouxe os dois para
casa praticamente de uma só vez, pois queria alegrar meu marido, que não estava
num período bom. E também, pelo fato de, quando nos casamos, não consenti que ele
trouxesse para nossa vida de recém-casados os dois cachorros que ele tinha.
Sempre fiquei com esse mal-estar anos a fio.
Então, primeiro veio o
Chumbinho, que me simpatizei com ele à primeira vista e, depois de dois meses,
o Lobo.
Quando trouxe o Chumbinho
para casa, nem segurar o cachorrinho direito eu sabia e, assim que chegamos,
ele vomitou tudo o que tinha comido em cima de mim, fui literalmente “batizada”
na largada. Acreditem, não me aborreci! O
motivo pelo qual não me aborreci feio é porque faço tudo muito consciente e
acredito que ao tomar a decisão de trazer o pet para casa, abracei a causa e fui
em frente, sem reclamar ou ficar me lamuriando. Para mim, é assim para tudo em
minha vida. Caso contrário, não faço.
No início, tinha medo
de um cachorrinho de 2 meses de vida, o deixava mais restrito na casa, na área
de lavanderia etc.
Dois meses depois, vindo
o Lobinho, eu já estava mais acostumada com a rotina da casa, com os novos
integrantes da família. Minha mãe, por exemplo, achou que eu estava
enlouquecendo por trazer dois cachorrinhos para a minha vida, de uma só vez, especialmente
levando em consideração o meu histórico com os animais.
O fato é, na
convivência com esses doguinhos, fui me desapegando de tanta atenção com
a ordem na casa. Mas sem deixar o foco na costumeira limpeza. Comecei a
melhorar o meu lado egoísta, pois, agora, tinha dois cães bebês para cuidar. O
amor na casa já era grande e aumentou ainda mais, comecei a aprender sobre um
universo desconhecido, o mundo dos cães, e vi um lado meu que jamais havia
vivenciado, o de me apaixonar e depois amar esses seres.
A parceria entre homens
e cães é realmente notável e recheada de coisas muito boas, que fazem bem para
a alma da gente. A natureza fica mais próxima, por meio das caminhadas diárias.
Socialmente, passamos a interagir mais com outras pessoas, falamos com
estranhos, os tutores de outros cães, e essa troca é bastante interessante.
O fato é, apesar de
estar mais “presa” e ter responsabilidade sobre o bem viver deles, amo esses cachorrinhos.
São literalmente parte da família e quero aproveitar cada segundo com eles.
Os animais são
companhia boa, fonte de cura, alegria, amor, carinho, atenção e podem ajudar
crianças, pessoas doentes, pessoas sadias, idosos, enfim, a todos, mostrando uma
forma especial de ser. Sei que há estudos para permitir a entrada de animais de
estimação dos pacientes em hospitais, visto o impacto positivo na cura deles.
Mais uma pesquisa que
valida a importância dos animais na nossa vida. Uma pesquisa recente da
Associação Americana de Psiquiatria apontou que 86% dos tutores sentem que seus
animais de estimação têm um impacto positivo em sua saúde mental e que cerca de
90% consideram o animal como um membro da família.
Além das informações
obtidas das empresas que são pet friendly, que entendem que o pet ajuda na
produtividade e no alívio do estresse; a presença dos bichinhos de estimação no
ambiente de trabalho auxilia na socialização das pessoas, aumenta a
concentração e o raciocínio, melhora a imagem da empresa e atrai talentos.
Segundo outro estudo realizado
pela Nestlé Purina, oito em cada 10 colaboradores entrevistados afirmaram que
conviver com o pet no trabalho faz com que se sintam mais felizes,
descontraídos e sociáveis.
Então, eu recomendo
muito a todos que tenham um bichinho de estimação, pois traz saúde, espanta
tristeza e preocupações, além de trazer amor e carinho em abundância, que é o
que todos precisam e querem.
Olha aí o Chumbinho e o
Lobo, seres maravilhosos, que agradeço ter encontrado na minha caminhada!
Bons amigos, esses
animais de estimação maravilhosos são dicas preciosas de um bem viver em um mundo
caótico, que clama por mais calma, tolerância e amor.
* por Viviane Gago, advogada e
consteladora pelo Instituto de Psiquiatria da USP (IPQ/USP) com parceria do
Instituto Evoluir e ProSer e facilitadora pela Viviane Gago Desenvolvimento
Humano. Mais informações no site: www.vivianegago.com
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