Quarta-feira, 29 de janeiro de 2014 - 00h08
Motivada pelo espírito de aventura e possibilidade de fazer coisas diferentes, a professora da Faculdade Porto/FGV, em Porto Velho, Sandra Maria Feliciano, candidatou-se ao programa, inicialmente projetado pela National Aeronautics and Space Administration (Nasa), que enviará pessoas a Marte, o planeta do sistema solar com condições mais próximas às da Terra.
Segundo a professora, as pessoas que forem colonizar o espaço podem ser equiparadas aos navegadores que atravessavam o oceano inóspito, em pequenas caravelas, que podiam esperar pela morte horrível ou pela glória na historia e pela riqueza. "Claro que nenhum de nós vai ficar rico indo para marte, mas aqueles que forem serão os desbravadores, espremidos em pequenas naves, podendo alcançar uma morte horrível ou a glória de entrar para a história. Ir para Marte não é, nesse aspecto, só um desafio, é uma necessidade. Alguém tem que começar. Eu gostaria de ser uma dessas pessoas, ciente das dificuldades que podem ser enfrentadas. Afinal é uma viagem sem volta.", afirma.
Sandra comenta que já vinha acompanhando os projetos das agências espaciais há algum tempo. Quando a Nasa resolveu fazer o desinvestimento no projeto de levar pessoas a marte, em função dos cortes no governo norte americano, era natural, conforme explica a professora, que as empresas aeroespaciais, que investiram bilhões em pesquisa para essa missão, procurassem outras nações ou consórcios privados para poder resgatar seus investimentos e aplicar a tecnologia.
Sobre a viagem
Duas etapas do processo de seleção dos viajantes já foram concluídas. Ainda existem mais três etapas. Na quinta etapa serão selecionadas 40 pessoas e treinadas pelo período de oito anos. Ao final, 10 casais serão formados e enviados para Marte.
A viagem acontece em partes. Em 2016 serão enviados o satélite de comunicação e rovers para fazer a exploração do local onde se instala a colônia. Entre 2018 e 2020 serão enviados os diversos módulos contendo alimentação, água, oxigênio, painéis fotovoltáicos e o resto do equipamento. Os rovers irão montar parte dessas estruturas. Em 2022 sairão os casulos, que serão também os habitats, com aproximadamente 52m² para cada casal. O módulo contém quarto, sala, banheiro, aérea de hidroponia, higiene. Ao pousar no planeta vermelho esses módulos serão enterrados para impedir a incidência de radiação dentro dos habitats. Os módulos já estão sendo testados na Terra, informa Sandra.
Família
"Meu pai acha sensacional, meus irmãos mantêm um silencio respeitoso e eu sou a única pessoa do mundo que pode ouvir da sua mãe no café da manhã: 'você não vai para Marte entendeu?', dito naquele tom em que os pais proíbem os filhos de sair a noite para a balada", brinca a professora.
Sandra não é casada e não temfilhos, mas é muito próxima de seus pais e irmãos. "Claro que vou sentir falta deles, mas haverá um link de comunicação, com um delay de 17 minutos, a gente vai poder conversar e contar novidades, mesmo que com atraso, se eu for a Marte", afirma.
Comunicação com demais viajantes
Atenta a comunicação com seu parceiro de viagem e demais casais selecionados, Sandra Maria se matriculou no curso de idiomas do Wise Up - Porto Velho para aprender inglês e poder se comunicar com os tripulantes.
Recentemente a unidade foi destaque entre mais de 300 franquias ficando entre as dez melhores colocadas.
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