Terça-feira, 25 de janeiro de 2022 - 15h27
PROTECÇÃO DO AMBIENTE E DO ABORTO NA CARTA DA UNIÃO EUROPEIA – UMA CONTRADIÇÃO
Na Época das Contradições o Contrário torna-se habitual
O presidente francês Macron, numa mensagem ao Parlamento Europeu em Estrasburgo, a 19 de Janeiro, pediu que a protecção do ambiente e o direito ao aborto sejam incluídos na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia (1). Na defesa dos dois direitos manifesta-se uma contradição flagrante.
Um direito oficial geral que permite aos nascidos disporem dos nascituros como desejarem é contra a vida porque, na generalidade, justifica uma equiparação das diferentes formas de vida pelo estádio mais baixo. Deste modo, Macron alinha-se indirectamente nos círculos alternativos que promovem a rejeição dos princípios do tradicional Estado de direito. De facto, é um contrassenso recorrer-se à eliminação da vida humana para se resolver um problema humano! Que lógica há entre defender a natureza e ao mesmo tempo a legalização contra ela (trata-se aqui de leis e não de excepções a elas!).
Será de esperar da natureza do direito defender a afirmação da vida natural e social; que o direito contemple a liberdade da mulher também faz parte da essência do direito e da liberdade humana. O princípio de “o meu ventre pertence-me a mim” é válido antes e depois da fecundação!...
O Papa Francisco concretiza: "A dignidade de cada ser humano é intrínseca e aplica-se desde o momento da concepção até à morte natural". (Doutro modo, instituições, grupos sociais apoderam-se do direito de determinar sobre a vida ou sobre a morte dos outros!)
O que está aqui em causa não é o direito individual de cada mulher poder abortar e não ser julgada; o problema neste intento do presidente francês é dar poder ao Estado de, na consequência, poder vir a fazer regulamentações arbitrárias segundo a ideologia governante, cada vez mais orientada por critérios materialistas e utilitários à margem de princípios humanitários banalizando para isso a vida humana de modo a não ter de a considerar nos actos de poder. Na consequência pode até tornar-se delito o acto de alguém rezar pela protecção da vida num lugar onde vidas geradas sejam sacrificadas independentemente de razões.
Por um lado, muitas pessoas têm a ideia de já haver demasiadas pessoas na Terra e, por outro, está-se a compensar a falta de nascimentos no Ocidente com o recrutamento de imigrantes devido às necessidades económicas! Numa lógica mais humana, porque não favorecer a deslocação de mais empresas para sociedades mais fecundas?
Ao introduzir o direito de matar no rol dos direitos humanos relativizam-se esses próprios direitos; o mesmo se diga quanto à aceitação da pena de morte!
A sociedade europeia parece encontrar-se envelhecida não só sociológica, mas também espiritualmente, ao considerar o humano como um ser para a morte e como tal implementar o suicídio de valores que a engrandeceram e tornaram singular ao afirmar a vida humana como um dom que nos supera! Encontra-se em processo o desrespeito pela dignidade da vida humana… Toda a cultura tem um tecto metafísico ou espiritual; uma vez tirado esse tecto tudo fica exposto ao aspecto do temporal de forças desordenadas ou de ciclones locais. Uma vez chegados ao reino das ovelhas serão também supérfluos os pastores!
Ao destronarmos o humano como valor supremo deixa este de o ser à imagem divina tornando-se possível reconfigurá-lo por modelos de vida menos elevados, até se chegar ao estádio da amiba.
Uma sociedade, onde governos e parlamentos considerem a humanidade como uma praga e se transformem eles mesmos na religião das religiões, prepara a largos passos o seu fim porque passa a não ter espaço para crescer dado o institucional ser apenas um serviço!
Por um lado, preocupamo-nos em criar condições climáticas, de ambiente e de protecção à natureza, o que é bom e justo, mas, por outro, criamos condições para maltratar o meio ambiente do útero materno!
No meio de tudo isto encontram-se em conflitos interesses materialistas e interesses espiritualistas!
Na Época das Contradições o Contrário torna-se habitual; o que vale só são afirmações! Os cangalheiros da cultura europeia (2) preparam o seu enterro destruindo os valores que a tornaram adulta! Os que defendem os mais débeis são desmontados (2).
António CD Justo
Teólogo e Pedagogo
Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=
PERSONALIZAÇÃO DA POLÍTICA FOMENTA O ESPÍRITO SIMPLICISTA E AUTORITÁRIO
A personalização da política ou do discurso político conduz ao carneirismo dos de cima e ao espírito de rebanho dos de baixo; a consequência é a alienação da paisagem social e o carreirismo por alinhamento!
Uma sociedade que produz “embondeiros” e se deixa conduzir por eles produzirá panoramas desérticos!
Isto de personalização e de identificação de políticas com o nome de políticos como “Pedronunistas”, “Costistas”, “Passistas”, etc. só parece ser de uma sociedade demasiadamente vinculada a autoridades e a generalizações: uma sociedade afastada das discussões analíticas e dos conteúdos programáticos.
É verdade que não somos nem piores nem, melhores do que os outros países (a nível de governos, porém há diferenças de qualidade abissais entre os países).
A tentativa de actuarmos por um Portugal melhor deveria pressupor que "os melhores", os utentes de responsabilidade maior perante a população (muitos daqueles que a TV entrona e a imprensa justifica), não se deixassem levar pelo espírito comum da manada que tudo aceita e se sente bem porque alinhada ou no carneirismo dos de cima ou no rebanho dos de baixo.
No meio de tudo isto precisa-se muito sentido de humor, de diferenciação e dissidência para não se deixar que uns ou outros penteiem o nosso pensamento a seu modo (julgado próprio), para que a sociedade se desenvolva e não continue a marcar passo. Precisa-se de pessoas e autoridades que tentem andar sem muletas, tendo embora muito em conta que pensar faz doer e pode ferir!
Grupos exploradores procuram incutir no povo a ideia de que criticar políticas ou políticos são críticas ou ofensas a Portugal!
António CD Justo
Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=
REMESSAS DOS EMIGRANTES E DOS IMIGRANTES
As Remessas são um contínuo Programa de Desenvolvimento para Portugal
Segundo informação do Banco de Portugal, os emigrantes portugueses a trabalhar no estrangeiro enviaram para Portugal em novembro 299,1 milhões de euros.
Os imigrantes que trabalham em Portugal enviaram para os seus países, no mesmo espaço de tempo, 46,1 milhões de euros.
Os emigrantes portugueses no período de janeiro a novembro de 2021, enviaram 3.305,9 milhões de euros (1)
Os emigrantes são um verdadeiro programa de desenvolvimento para Portugal! A maioria na sociedade portuguesa não se encontra à altura de lhes reconhecer esse érito! Inveja, má consciência?!
António CD Justo
Pegadas do Tempo, https://antonio-justo.eu/?p=
Silêncio do prefeito eleito Léo Moraes quanto à escolha de nomes para o governo preocupa aliados
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