Sábado, 18 de março de 2017 - 17h08
Flávio Daniel - Carnavalesco
O ano letivo das escolas públicas do Estado de Rondônia mal começou e o princípio de greve dos professores já começa a rondar às escolas. Dessa vez, a agenda da greve pauta-se na reforma da previdência (e regime de aposentadoria especial dos mestres), "Fora, Temer", melhores condições de trabalho e reivindicações salariais. Além disso, alguns professores, técnicos e gestores não têm compromisso nenhum com a educação. Faltam às aulas, não cumprem com as suas obrigações profissionais e não preocupam-se com a qualidade de ensino que é passada aos nossos alunos. Como aponta o economista Gustavo Ioschpe, o professor médio brasileiro não está em condições morais de cobrar comportamento virtuoso de seus pupilos.
As centrais sindicais estão mais ativas que nunca. Também, pudera: o patrão é outro. É o "neoliberal" Temer. Surpreendentemente acordaram depois de 13 anos... Ativas, mas não mudaram o discurso: "professor ganha mal", "professor é herói" e etc., já não faz mais sentido. Não há relação empírica entre contra-cheque gordo e melhora na qualidade do ensino. Toda a classe trabalhadora brasileira ganha mal. Engenheiros, médicos, artistas, professores recebem 3,5 menos do que os mesmos profissionais de outras nações desenvolvidas. Como bem define Ioschpe, o mestre brasileiro não ganha mal por ser professor, mas por ser brasileiro.
O teatro montado pelas centrais sindicais aqui do estado tem dois espectadores: Alunos e Governo Estadual. Em terra de governador blogueiro e de propagandas institucionais maciças, estranha-se não ter uma única nota por parte do governo acerca das deliberações de greve proposta pelos sindicatos. Sexta-feira passada, 17, na capital, sindicatos invadiram algumas escolas da rede estadual, tiraram os professores das salas de aula para reuniões e deixaram os alunos na ociosidade, quem passou pela praça Aluísio Ferreira, estranhou a quantidade de alunos das escolas da região, na praça, em pleno horário de aula. E o mais estranho: tudo isso acontecendo debaixo do nariz do Centro Político-Administrativo do Estado.
O mais engraçado é que o governo de Rondônia está começando a implantar o ensino integral em algumas escolas, ora não dá conta nem de fazer a lição de casa, o básico, quiçá segurar os mestres em salas de aula manhã e tarde. Mas isso é um problema crônico do País: somos uma nação que desperdiça tempo demais com anúncios e chamadas em salas de aula. Além disso, ensino integral com oferta de ensino de música e esportes, em nada acrescenta no currículo do aluno. Se o horário das aulas fosse respeitado, não seria necessário ensino em tempo integral. Mas também que, obrigar um aluno a passar horas sentado desenvolvendo atividades de baixa complexidade (copiar somente o que está escrito no quadro, por exemplo) não irá trabalhar o seu intelecto, além de desperdiçar a criatividade e capacidade de cada aluno.
Por fim, seremos obrigados a ver uma greve de professores por tempo indeterminado, autoridades omissas e inexpressivas e, no final, para repor o tempo perdido, gincanas e danças valendo nota para repor aula e alcançar a carga horária. Algo tão banal, mas comum nas salas de aula de Rondônia que continua confirmando o velho jargão: Rondônia é terra sem limite, onde tudo se admite. Até quando?
[16:49, 18/3/2017] Flávio Daniel - Carnavalesco: Pela publicação agradeço, Flávio Dani
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