Quinta-feira, 19 de abril de 2007 - 05h41
...Administradores socialistas da contemporaneidade não podem fazer caras & bocas pra qualquer festinha municipal. Na re-invenção do socialismo, o antropofagismo modernista é muito mais eficiente que o puritanismo marxista, porque dá a abertura necessária para que o administrador inclua a tudo, a todos e todas, indistintamente, sem patrulhamento. Antes de invocar a luta de classes, deve-se ter em conta que nós, Rondônia, somos uma rosa antropofágica, um caldeirão do inferno, verdadeiro tsunami étnico-cultural-histórico-político e social. O trabalho, a inclusão sem eira nem beira, deve vir agora, mas sem estreitismo de guerrilheiros de boteco. O manifesto vem depois. Ao realizar o Baile Municipal, o Maestro Júlio Yriarte colocou todas as farinhas no mesmo pilão e socou, ou seja, submeteu vários elementos da realidade ao processo dinâmico da história, oferecendo soluções pragmáticas e criando possibilidades de renovação, de reinvenção, de subversão, superação, reorganização e redimensionamento do ser cultural. Foi bom mas foi pouco? Ano que vem porá não apenas farinha, mas biribá, bacaba, japurá, e bodó frito, que é pro caldo engrossar, melhorando a inclusão, a infusão e a ebulição política, estética, organizacional, participativa e criativa, inclusive com a participação de Alejandro Bedotti (o Pierrot do Baile) e Tino Alves, que também participou da pândega. Falta unidade, autocrítica, tenacidade, criatividade e leveza ao grupo de Ariel. O administrador cultural de esquerda, hoje, deve se pautar pelo pragmatismo, articulação com setores culturais, eficiência, despojamento, ecletismo, mais experimentalismo ao invés de sectarismo, mais ações de resultado e menos pregação ideológica e romantismo; corrigindo o foco, temos que o capitalismo não é o inimigo nº um da arte, é o espaço histórico real para se experimentar a construção de novos pulsares, novas subversões estéticas, novo modelo organizacional e promocional do bem cultural, novas linguagens e dizeres; é a arena da nova síntese.
Quanto ao pseudônimo e a máscara, digo que a caretice do grupo é tão aguçada que eles pudessem certamente lançariam Fernando Pessoa à fogueira da inquisição por ter usado pseudônimos ao longo da carreira literária; o Pierrot, coitado, seria humilhado em praça pública pelos algozes da patrulha ideológica por ter praticado o crime de andar mascarado nos salões de baile. Escreveram: 6.115 (sem espaço).
Não gastaram um sequer para dizer, sem a máscara da dissimulação, porque deixaram a Fundação, porque Roberto Sobrinho demitiu o líder do grupo, porque não implementaram o plano de trabalho construído dentro da agremiação partidária. Ocultar pontos assim essenciais é subestimar a inteligência dos leitores e do debatedor, é não estar nem lá nem cá, mas em cima do muro - espiando. Quer olhar bunda de hóspede, monta um hotel!!
Fonte: Pierrot Apaixonado
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