Terça-feira, 13 de outubro de 2020 - 15h07
A reforma administrativa, encaminhada ao Congresso Nacional pelo Poder Executivo, começou a suscitar debates acalorados. Até uma Frente Parlamentar Mista foi criada para discutir o assunto. Novidade? Nenhuma! Sempre foi assim. E sempre será. Todas as vezes que os cofres públicos, nos três níveis de poder, ameaçam esgotar-se, aparecem velhas e conhecidas fórmulas milagrosas. No final, todo mundo já sabe de que lado à corda vai arrebentar. Nesse caso, as vítimas, mais uma vez, serão as categorias menos aquinhoadas, que não têm poder de lobby, apesar de a senadora Kátia Abreu garantir que os direitos adquiridos serão preservados.
No governo do tucano Fernando Henrique Cardoso falou-se a mesma coisa. Lula e Dilma repetiram o mesmo discurso. Na prática, porém, o que se viu foi o desmantelamento do serviço público, com a manutenção de privilégios para algumas categorias, em detrimento do pessoal da raia miúda. No fundo, o que existe mesmo é uma tremenda esquizofrenia contra alguns segmentos do funcionalismo, geralmente engendrada por políticos e tecnocratas do governo, que os veem como os verdadeiros responsáveis pelos cancros que corroem as estranhas da máquina oficial, investindo de forma desumana e cruel contra essa importante parcela da sociedade.
É comum, no período eleitoral, aparecer candidatos empunhando a bandeira dos servidores públicos. Uma vez eleitos, passam a cuidar de seus mesquinhos interesses, relegando os direitos da categoria a um plano secundário. Pelo histórico dos governos anteriormente citados e do Congresso Nacional, tudo indica que essa malsinada reforma administrativa será mais um embuste para solapar direitos e garantias do funcionalismo, conquistados a duras penas.
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