Segunda-feira, 24 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Opinião

Religião fora da política já!


Antônio Tavernard - servidor público - Gente de Opinião
Antônio Tavernard - servidor público

A religião é parte importante da vida de muitas pessoas. Ela fornece orientação moral, conforto espiritual e senso de comunidade. A política, por sua vez, envolve o processo de tomada de decisões que afeta a vida de todos. A mistura entre religião e política é perigosa, na medida em que as crenças religiosas têm sido usadas para justificar políticas públicas que levam à discriminação, à intolerância e à violência.

No Brasil, o Estado é laico. Isso significa que a religião não pode influenciar as decisões governamentais. No entanto, na prática, a religião tem adquirido um papel central na política brasileira. As bancadas evangélicas, por exemplo, têm crescido bastante, e as crenças religiosas de seus parlamentares têm sido utilizadas para justificar determinadas posições políticas. Isso leva a conflitos entre diferentes grupos religiosos, uma vez que não há e nunca houve consenso entre as religiões a respeito de vários temas nevrálgicos de nossa sociedade, tais como a legalização do aborto e o uso da Cannabis medicinal, para citar apenas dois entre tantos outros exemplos. Alie-se a isso o fato de que a mistura entre religião e política pode levar à violação dos direitos humanos, quando a propositura de leis que promovem a discriminação contra determinadas minorias é justificada com base em argumentos religiosos.

É importante que a religião e a política sejam bem separadas para garantir que todos tenham a oportunidade de participar do processo político, independentemente da crença religiosa que professam. Essa salutar separação protege os direitos humanos e permite que os cidadãos sejam tratados de forma igualitária, inclusive ajudando a prevenir a discriminação e a intolerância contra minorias religiosas. Manter as decisões políticas apartadas de questões religiosas e dogmáticas é, por isso, princípio basilar de uma sociedade democrática.

Sendo assim, a ideia de criar capelanias nas escolas de Rondônia, proposta pelos deputados da nossa Assembleia Legislativa, afronta o Estado laico e a democracia. Como todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, conforme determina a Magna Carta, resta saber se em cada escola haverá também um pastor, um padre, um umbandista e um espírita para aconselhar nossas crianças.


*Antônio Tavernard - servidor público

Gente de OpiniãoSegunda-feira, 24 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

O preço da traição

O preço da traição

De todos os pecados mortais que, ao longo dos séculos vêm degradando a humanidade, existe um que, depois daquele beijo infame de Judas Iscariotes no

Covardia de quem mesmo?

Covardia de quem mesmo?

Covardia foi ter dito que não era coveiro quando inocentes estavam morrendo de Covid. Covardia foi dizer “e daí?” quando as pessoas estavam morrendo

O “cabidão” de comissionados

O “cabidão” de comissionados

No dia 2 de março de 2018, a juíza Inês Moreira da Costa, da 1ª. Vara da Fazenda Pública, determinou que a Câmara Municipal de Porto Velho exonerass

ZUMBI - Uma farsa celebrada

ZUMBI - Uma farsa celebrada

Torturador, estuprador e escravagista. É assim que muitos registros e análises críticas descrevem Zumbi dos Palmares, apesar da tentativa insistente

Gente de Opinião Segunda-feira, 24 de novembro de 2025 | Porto Velho (RO)