Segunda-feira, 27 de julho de 2009 - 11h34
Por Dra. Ida Peréa *
Quase 40% das meninas que engravidam na adolescência, têm dois ou mais filhos antes de completar 20 anos. Este é o resultado de pesquisa realiza da maternidade municipal Mãe Esperança, com dados dos prontuários de mulheres que realizaram Laqueadura Tubária naquela instituição no período de julho de 2006 a junho de 2008. Os dados revelam que 70,77% tiveram o primeiro filho ainda adolescente e destas 37,66% tiveram mais um, dois e até três filhos antes de completarem 20 anos. Estes dados são corroborados pela OMS (Organização Mundial da Saúde) que estima que 40% das adolescentes que engravidam vão ter uma segunda gestação nos três próximos anos. O mais preocupante é que 78% das mulheres pesquisadas não haviam concluído nem o ensino fundamental e, portanto não têm empregabilidade sendo certo que estarão à mercê da assistência social.
Percebe-se nesta e em outras pesquisas nacionais e mundiais que à medida que a escolaridade aumenta, diminui a gravidez na adolescência bem como o número total de filhos, e apenas com 12 anos ou mais de estudo as mulheres realizam seu objetivo de número ideal de filhos.
A educação tem recebido atenção especial nos estudos de fecundidade e mortalidade, por ser o fator mais importante na transformação do comportamento da mulher frente à reprodução e é a variável mais consistentemente associada com a postergação da gravidez entre adolescentes. A despeito do progresso alcançado nos últimos anos na inclusão de novas gerações no sistema escolar, quando se considera o grupo de mulheres em idade fértil (15 a 49 anos), observa-se que ainda é bastante elevada a proporção dessas mulheres com baixa escolaridade.
Uma pesquisa divulgada pela Secretaria de Saúde de São Paulo e publicada na Folha mostra que a taxa de segunda gestação em adolescentes caiu quase pela metade naquele estado na última década. Além disso, o número de casos de primeira gestação caiu pouco mais de um terço. Alguns números divulgados pelo SUS (Sistema Único de Saúde) no começo deste ano já revelavam uma queda no número de partos observados em adolescentes especialmente na Região Sul, entre 1997 e 2007. Entretanto ente número ainda é muito alto na região Norte onde atinge a cifra de 28%. Em países europeus este índice varia entre 2% e 3% e no Japão é de apenas 1,7% e estão trabalhando efetivamente para reduzirem estas taxas. Além da educação sexual é fundamental a permanência na escola e a construção de um projeto de vida consistente e factível. A adolescente com maior escolaridade e maiores oportunidades de obtenção de renda é menos propensa à gravidez precoce não planejada. De todo modo, a jovem que engravida, mesmo que ainda esteja na escola, tem grande probabilidade de abandoná-la sendo difícil a sua reinserção no sistema educacional o que favorece a ocorrência de uma nova gravidez.
Preocupada com a questão, a Maternidade municipal mãe Esperança criou o programa DE NOVO NÃO para ajudar estas jovens mães a prevenir a reincidência da gravidez na adolescência, mas só alcançaremos este objetivo se todos estiverem unidos neste esforço. É necessário apoiar todas as mães adolescentes da comunidade encaminhando-as à Maternidade Municipal Mãe Esperança onde uma equipe multidisciplinar as atenderá às terças, quartas e quinta feiras a partir de 13:00hs. São Paulo conseguiu reduzir esta taxa à metade, nós podemos conseguir mais, se toda sociedade estiver empenhada.
*Dra. Ida Peréa é médica, especialista em Ginecologia e Obstetrícia, bacharel em Direito e Diretora da maternidade Municipal Mãe esperança
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