Sábado, 19 de novembro de 2011 - 11h57
Professor Nazareno*
O nome de Rondônia (ou Roubônia) nunca foi bem visto no restante do país, mas desta vez a situação piorou. A frágil, desacreditada e ridícula imagem do Estado está despedaçada, de novo. Ainda assim, é possível que o majestoso trabalho da Polícia Federal possa estar eivado de equívocos uma vez que as pessoas envolvidas ou presas até agora na Operação Termópilas são de ilibada reputação e competência junto à opinião pública. Valter Araújo, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia, por exemplo, é cristão evangélico, um homem religioso e de boa índole, por isso jamais se envolveria em ilicitudes. A Deputada Estadual Epifânia Barbosa do PT é totalmente inocente e mesmo que não fosse, o seu partido a inocentaria como já o fez com o Secretário de Saúde depois que ele foi preso e indiciado pela Polícia Federal. Não entendi por que pairam suspeitas contra tantas pessoas boas. Deve ser engano. Um monte de gente presa e tendo suas vidas vasculhadas. O que eles fizeram de errado?
Nesta confusão toda, acho que o único culpado sou eu, Professor Nazareno. Devo declarar publicamente que cometi várias irregularidades nos últimos tempos. Não, não me envolvi em desvios de verbas do SUS, mas sou responsável por coisas bem piores. Vou confessar: apoiei o humorista Rafinha Bastos quando ele disse que o povo de Rondônia era feio. Uma declaração absurda. Feriu o nome do Estado. Denegriu a imagem que tínhamos no restante do país. Quando a revista Época esteve aqui e a repórter Eliane Brum “detonou” a cidade de Porto Velho dizendo que era um lugar sujo e imundo, eu, de forma até criminosa, dei apoio à jornalista. Meu Deus, que crimes bárbaros eu cometi. Perdão, Rondônia. Perdão, rondonienses, eu não devia ter feito isso. Além do mais eu disse certa vez que as Três Caixas D’água, o bonito e imponente símbolo de Porto Velho era feio. Disse também, durante as festas juninas, que a quadrilha da Assembléia Legislativa era a mais sofisticada daqui. Que horror. Menti!
Afirmei que em Rondônia não existe cultura própria e que o Carnaval devia ser proibido. Crimes inafiançáveis. Prisão perpétua para mim. Sou culpado. Uma heresia. Falei mal várias vezes do carnaval fora de época. Critiquei a construção das hidrelétricas dizendo que vão gerar energia boa e barata para o restante do país enquanto nós convivemos com os apagões diários e os desastres ambientais. Chamei o Hospital João Paulo Segundo de açougue e disse que ele havia se transformado recentemente em um “Campo de Extermínio de Pobres”. Santo Deus! Por que eu disse isso? Cadeia para mim. Sou um crápula, um pulha, um rebotalho, um caniço pensante, um paraibinha metido a besta, um morto de fome, um professor aloprado, um canalha, um imbecil. A Polícia Federal devia vir à minha casa e revistar tudo, fazer uma devassa. Eu sou culpado. Outro dia blasfemei contra Papai Noel, o bom velhinho, chamando-o de pedófilo. Quero a saída do Januário da Unir e participei da “Marcha dos 104 zeróis”.
Não mais me olharei no espelho de tanta vergonha, pois disse que o Brasil é um país de “jecas” e que esta nação vai terminar como feira de maxixe: tudo lascado em cruz pelo fundo. Admiti publicamente que a corrupção na sexta potência econômica do mundo não acabaria tão cedo, já que passa literalmente de pai para filho. Sei que ninguém terá piedade de mim. Outra vez disse que a Assembléia Legislativa do Estado de Rondônia era um ninho de ladrões quando na verdade aquilo é um lugar quase santo, um oásis num deserto de lama. Não votei nas eleições do Sintero e não acredito nestas eleições para Diretor das escolas. Ainda pesa contra mim o fato de eu ter acertado, com antecedência, o nome desta operação da Polícia Federal. Na redação do Enem eu quase acerto o tema. Um escândalo. Sou um idiota e mereço punição, já que não costumo levar humoristas a sério, apenas os políticos. Como eu tenho manchado o nome deste Estado com os meus escritos. Rondônia e os rondonienses merecem respeito e eu não soube fazer isto. Por favor, caros leitores, peço-lhes publicamente perdão pelas minhas idéias. Quanto ao pequeno probleminha do desvio de recursos do SUS na ordem de 120 milhões de reais para a Saúde do Estado e de tantas outras falcatruas e roubalheiras com o dinheiro público, o nosso dinheiro, não se aflijam: é algo passageiro e sem a menor importância. O tempo se encarregará de apagar estas pequenas tolices de nossas mentes.
*É Professor em Porto Velho.
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