Segunda-feira, 24 de junho de 2024 - 17h33
Parece-me que estou
observando uma imensa letargia das estruturas governamentais de Rondônia, sem
falar das plêiades de parlamentares locais, que estão comendo moscas diante de
um dos assuntos que está no epicentro das rodas de economia global. Falo
do Projeto de Integração da América
do Sul, lançado dia 21, sexta-feira, em Cárceres, pelo Ministério de Planejamento que, ao que
parece, está em pleno curso e nosso Estado de Rondônia figura no centro desse emaranhado
de soluções.
Dentro do projeto de
interligação, temos a Rota Quadrante Rondon, que faz parte do
Programa de Aceleração do Crescimento -PAC, do Governo Federal, estruturada
pelo Ministério de Planejamento e que, se aplicado, vai estruturar toda a
logística da Região Amazônica como uma solução estratégica para conectar o
Brasil ao Oceano Pacífico, visando especialmente o mercado asiático. Esta rota
é formada pelos estados do Acre e Rondônia e por toda a porção oeste de Mato
Grosso (MT), conectada com Bolívia e Peru. O Mato Grosso e Rondônia são
destaques na rota o que inclui 10 obras financiadas pelo novo PAC com um total
de R$ 370 milhões em investimentos.
Há três saídas do
Brasil para países vizinhos, que desembocam em portos do Pacífico. As
fronteiras ficam em Cáceres, no Mato Grosso, Guajará-Mirim, em Rondônia, e
Assis Brasil, no Acre. A iniciativa promete reduzir custos logísticos e tempo
de exportação, tornando os produtos brasileiros mais competitivos. A
importância desse projeto se dá pela integração de diversos modais de transporte
– ferroviário, aquaviário e rodoviário – que juntos, criarão um corredor
eficiente para escoamento de mercadorias.
São várias as
possiblidades econômicas que vão impulsionar a Economia de Rondônia e, por
conseguinte, outros estados que integram a região: Redução de Custos e Tempo:
A rota promete cortar significativamente os custos logísticos e o tempo de
transporte, facilitando o acesso aos mercados internacionais. Competitividade:
Ao melhorar a logística, os produtos brasileiros, especialmente do Acre e
Rondônia, ganham competitividade no mercado global; Desenvolvimento Regional:
A infraestrutura integrada com outros países sul-americanos deve gerar emprego
e fomentar a produção local, beneficiando diretamente a economia regional; Integração
de Modais: A combinação de transporte ferroviário, aquaviário e rodoviário
garante maior eficiência e sustentabilidade no escoamento de mercadorias.
A integração
proporcionada pela Rota Quadrante Rondon é crucial para o desenvolvimento
econômico da região Norte do Brasil, mas para isso são necessários
Investimentos em infraestrutura, como ferrovias e rodovias, e a melhoria dos
portos aumentam a capacidade de exportação e incentivam a industrialização
local. Esse desenvolvimento integrado não só eleva a produtividade local, mas
também fortalece a economia nacional, colocando o Brasil em uma posição mais
competitiva no cenário internacional.
Essa integração que já
vem sendo discutida há décadas só será possível com os investimentos
necessários na infraestrutura: Duplicação da Br-364 até Porto Velho, construção
da ponte binacional entre Guajará-mirim , no Brasil e Guayara-Mirim- Bolívia,
reestruturação alfandegária e melhoria dos portos, dragagem e sinalização do
rio Madeira e a construção de uma ferrovia Porto Velho- Manaus, sem falar na
estrutura de aeroportos e aeródromos.
Estamos com mais de 40
anos atrasados na infraestrura logística no Brasil. Nossas ferrovias foram
sucateadas e hoje fazem falta para impulsionar o desenvolvimento brasileiro.
Cria de Miguel de Souza
e de Luiz Tourinho, dois baluartes pela luta para a tão sonhada Saída Para o
Pacífico, me tornei um propagador dessas ideias, até porque acreditei
nelas, participei diretamente de suas
ações e, como um entusiasta do desenvolvimento, não tenho como ficar calado,
mesmo estando fora das decisões governamentais, quando uma grande oportunidade
de mobilização de toda a classe empresarial, de políticos e da própria
estrutura do governo local, se faz necessária para impulsionar ainda mais o
crescimento econômico de nosso Estado.
Tenho sido um sofredor
solitário de vislumbrar uma interligação ferroviária para a Amazônia.
Recentemente, escrevi um trabalho técnico que mostrava toda a viabilidade de
uma interligação ferroviária entre Porto Velho e Manaus, colocando de vez por
terra toda a problemática ambiental como uma solução pratica e econômica,
tirando o estado do Amazonas do isolamento, além de integrar outros estados
economicamente importantes como o Pará, Roraima e Amapá numa única pazada de
acerto.
Hoje, vejo a total
viabilidade da ferrovia, quando dentro do mesmo projeto do Ministério do
Planejamento, também se vislumbra uma integração com outros países, através de Manaus, o que
torna Rondônia no epicentro comercial com A rota multimodal que contempla o estado do Amazonas e partes
dos territórios de Roraima, Pará e Amapá, interligada principalmente por via
fluvial à Colômbia, Peru e Equador.
Houve uma época que,
para apresentar as potencialidades de Rondônia aos países com portos no
Pacifico, Peru e Chile, ousei mandar confeccionar um mapa onde coloquei
Rondônia no centro do mundo. Também pedi a elaboração de um vídeo que mostrasse
exatamente nossa localização estratégica global, como um Estado único com essa
capacidade geográfica de interligação que se completava com os três eixos
logísticos: Ferroviário, Aquaviário e Rodoviário apoiado, em menor escala, pelo
Aéreo, mas parece que esse crescimento de Rondônia não vem sendo acompanhado no
mesmo passo pela estrutura governamental.
Não se consegue andar pela
precária rodovia 364 e observar as centenas de construções de silos e ver a
paisagem deixando a pecuária e dando lugar as grandes lavouras. Porto Velho,
com seus portos, tem feito migrar para essa Região os grandes investimentos e a
capital tem experimentado esse crescimento visto a olhos nus.
Estudos
do Ministério de Planejamento dão conta que o Estado de Rondônia vem se
consolidando como uma importante economia da região Norte do Brasil. Nas duas
últimas décadas houve um inconteste avanço da produção e exportação de bens
agropecuários, sobretudo na porção mais ao sul do estado. Essas transformações
geoeconômicas ficam ainda mais evidentes quando se compara a pauta de
exportação rondoniense do começo dos anos 2000 com o período mais recente. Em
2000, as vendas legais e registradas de madeiras representaram quase 93% do
total exportado pelo estado, enquanto as exportações de carnes e de soja,
somadas, correspondiam a somente 1,1%. Hoje, a participação das vendas de
madeiras reduziu-se para 3,5%, enquanto as exportações de carnes e de soja
totalizam 81%. Tem sido forte o ritmo de crescimento das vendas de soja em
grão, carnes bovinas congeladas ou refrigeradas e milho, entre outros produtos.
Atualmente,
dos 52 municípios rondonienses existentes, a cidade de Vilhena-RO é a maior
responsável pelas vendas externas estaduais, seguida pela capital Porto
Velho-RO e pelas cidades de Rolim de Moura-RO e Cerejeiras-RO. Em 2022,
Vilhena-RO, situada na fronteira de Rondônia com Mato Grosso, exportou US$
638,8 milhões, indicando forte dinamismo.
Por outro lado, e pelo
que tenho acompanhado, o rio Madeira está passando por um processo de
privatização para se transformar verdadeiramente numa hidrovia. Por enquanto, é
apenas um canal navegável, cheio de obstáculos, assoreado e que precisa de
investimentos pesados que vão desde a dragagem, propriamente dita e não enxugar
gelo, como tem sido feito, uma draga
atraca num banco de areia e joga o material para traz que, levado pelas
correntes, vai se depositar em outro
canto, num looping infinito. Precisamos de um trabalho sério nesse importante
modal, inclusive com sinalização e batimetria que dê segurança para a
navegação. O verão amazônico mal chegou e o rio já está apresentando sérios
problemas para os transportes de cargas e passageiros.
Não dá
pra ficar parado apenas observando a iniciativa privada, com muita dificuldade
fazer o trabalho de todos. É necessária uma união de forças de todos os
segmentos produtivos para que nosso Estado desponte como um dos mais prósperos.
Estamos virando o eixo produtivo do Brasil para o Norte e, ao que parece,
poucos estão observando esse fenômeno. Vamos dar as mãos e, independente dos
interesses políticos partidários em prol de nossa Rondônia.
Vou
continuar com esse assunto porque o tema é cativante.
Rubens
Nascimento, é jornalista, Bel em Direito, Ativista do Desenvolvimento e
M.Maçom-GOB-RO
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