Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

×
Gente de Opinião

Rondônia

DCE/UNIR promove seminário temático sobre a questão feminina

Evento pretende celebrar o 8 de março e debater a violência contra as mulheres na atualidade.


DCE/UNIR promove seminário temático sobre a questão feminina - Gente de Opinião

O Diretório Central dos Estudantes – DCE, da Universidade Federal de Rondônia – UNIR, realizará na próxima terça-feira, 10 de março, a partir da 19h, o Seminário intitulado “A LUTA DE CLASSES E A QUESTÃO FEMININA NA ATUALIDADE”. O evento propõe debater e denunciar a violência cotidiana contra as mulheres no campo, os processos de resistência das mulheres no campo e na cidade, além de celebrar o 8 de março como data histórica do dia internacional da mulher proletária. O formato do evento é de mesa de debate com mulheres indígenas, camponesa e estudantes, além de pesquisadores que abordam a temática. Após a exposição inicial haverá espaço para perguntas, intervenções e debate. Os organizadores do evento emitirão certificado de participação aos presentes ao final da atividade.

HISTÓRICO DO 8 DE MARÇO

Uma data especial celebrando a luta de resistência da mulher proletária, da mulher das classes oprimidas e exploradas em todo o mundo, foi proposta por Clara Zetkin — dirigente do Partido Comunista da Alemanha e da Internacional — na Conferência de Mulheres Socialistas realizada em Copenhague (Dinamarca) em 1910.

A Conferência tratava da luta ideológica e política do proletariado e das demais classes oprimidas e exploradas no caminho da revolução socialista e, de maneira particular, da importância da participação massiva das mulheres proletárias nesta luta. A proposta de criação de um dia especial a ser celebrado internacionalmente, portanto, representava o crescimento da luta operária e do povo em todo o mundo e a crescente presença da mulher nesta luta naquele momento.


Desta forma, o Dia Internacional da Mulher Proletária foi idealizado e votado pelas militantes do movimento feminino popular e revolucionário a partir da concepção revolucionária da luta pela emancipação feminina. Ou seja, que a libertação da mulher só é possível com a libertação de toda sua classe, e que esta libertação é obra das próprias mulheres das classes oprimidas e não uma concessão das classes opressoras. Por isso as militantes do movimento feminino popular e revolucionário não falam de nenhuma maneira de um movimento de todas as mulheres, não propõem a conciliação de classes.

Para essas militantes revolucionárias, ao contrário do que afirma o feminismo burguês, o Dia Internacional da Mulher refere-se às mulheres proletárias e das demais classes oprimidas, como as camponesas e a intelectualidade progressista, as estudantes e professoras, o que, longe de restringir o universo feminino, representa a imensa maioria das mulheres em todo o mundo: metade da imensa população mundial de operários, camponeses e trabalhadores explorados e oprimidos pelo imperialismo.

A utilização desta data pelo feminismo burguês é combatida pelas proletárias, pelas mulheres do povo da cidade e do campo que trabalham sob o chicote dos homens e mulheres da burguesia e do latifúndio. É combatida e denunciada como traição e usurpação a atitude desavergonhada de deputadas e "personalidades" da esquerda oportunista e suas organizações feministas que se comprazem em sentar-se à mesa com empresárias, latifundiárias e policiais no seu falsificado dia de todas as mulheres.

Cada vez mais as classes dominantes, através dos monopólios de comunicação, se esforçam para transformar o 8 de março em mais uma data comercial. Com suas manipulações e demagogias grosseiras de glorificar "a importância da participação da mulher", na verdade estendem ainda mais o manto da opressão feminina na tentativa de sua perpetuação.

A celebração do 8 de março se tornou uma das mais fortes tradições do movimento popular, revolucionário e comunista em todo o mundo e um dos mais importantes símbolos da luta de libertação da classe operária e de todos os oprimidos da terra.

As origens e a tradição

As duas versões mais conhecidas do fato histórico que teria levado as militantes comunistas na Conferência de Mulheres Socialistas a eleger o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher Proletária são:

1)      Uma manifestação espontânea — levada a cabo por trabalhadoras do setor têxtil da cidade de Nova York, em protesto contra os baixos salários, contra a jornada de trabalho de 12 horas e o aumento de tarefas não remuneradas — foi reprimida pela polícia de uma forma brutal (8 de março de 1857). Muitas jovens trabalhadoras foram presas e algumas esmagadas pela multidão em fuga. Cinquenta anos mais tarde, no aniversário dessa manifestação, esse dia é declarado, em sua memória, o Dia Internacional da Mulher." (Temma Kaplan, On the socialist origins of International Women’s Day, Feminist studies 11, n.º 1, 1985, p. 163)

2)      O Dia Internacional da Mulher Trabalhadora é considerado como uma jornada de luta feminista em todo o mundo em comemoração do dia 8 de março de 1908, data em que as trabalhadoras da fábrica têxtil ‘Cotton’, de Nova York, declararam greve em protesto pelas condições insuportáveis de trabalho. Na sequência disso, ocuparam a fábrica e o patrão prendeu-as lá dentro, fechou todas as saídas, e incendiou a fábrica. Morreram queimadas as 129 trabalhadoras que estavam lá dentro. (Victória Sal, Dicionário ideológico feminista, 1981).

Outras referências históricas:

3)      A primeira celebração do Dia Internacional da Mulher aconteceu a 19 de março de 1911, na Áustria, Alemanha, Dinamarca e Suécia.

4)      Em 1914 o Dia Internacional da Mulher comemorou-se pela primeira vez a 8 de março na Alemanha, Suécia e Rússia.

5)      A 8 de março de 1917, as mulheres russas amotinaram-se devido à falta de alimentos, acontecimento este fundamental para o início do movimento revolucionário que viria a concretizar-se na chamada Revolução de Outubro, e que marcaria definitivamente, até a atualidade, o dia 8 de março como o Dia Internacional da Mulher. (Informações: On the Socialist Origins of International Women’s Day retiradas de Ana Isabel Álvarez González (1999), Los orígenes y la celebración del Día Internacional de la Mujer, 1910-1945. KRK — Ediciones Oviedo.)

Todas essas informações fornecem alguns dados discrepantes, porém o que há de comum nelas é o fato de se referirem a lutas operárias, marcando claramente o caráter de classe do movimento 8 de março.

 

Gente de OpiniãoDomingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)

VOCÊ PODE GOSTAR

Governo de RO entrega Unidade revitalizada da Ciretran em Nova União

Governo de RO entrega Unidade revitalizada da Ciretran em Nova União

O governo de Rondônia entregou, nesta sexta-feira (22), mais uma unidade revitalizada da Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) no interior d

Governador Marcos Rocha entrega nova Ciretran em Alta Floresta e reforça modernização nos municípios do Estado

Governador Marcos Rocha entrega nova Ciretran em Alta Floresta e reforça modernização nos municípios do Estado

 Governo de Rondônia, sob a liderança do governador Marcos Rocha, avança em sua gestão municipalista com a entrega de importantes obras que benefici

Incra apresenta resultados do trabalho nas comunidades quilombolas de Rondônia

Incra apresenta resultados do trabalho nas comunidades quilombolas de Rondônia

No Dia da Consciência Negra a superintendência do Incra em Rondônia anunciou que Rondônia está com 100% das comunidades quilombolas com processo de

Novembro Quilombola: MPF atua para garantir direitos de comunidades quilombolas em Ji-Paraná (RO)

Novembro Quilombola: MPF atua para garantir direitos de comunidades quilombolas em Ji-Paraná (RO)

O Ministério Público Federal (MPF) tem atuado em 27 procedimentos ,em Ji-Paraná (RO), que buscam benefícios e direitos de seis comunidades quilombol

Gente de Opinião Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)