Sexta-feira, 5 de janeiro de 2024 - 12h16
Batendo
na mesma tecla do silêncio, o misterioso Instituto de Terras do Estado de
Rondônia (Iteron) entra em 2024 sem ser incomodado por quem de direito: o
próprio governo criador/tutor, Suas Excelências os deputados estaduais,
federais, senadores da República, e autoridades do Poder Judiciário e do
Ministério Público.
Que fins
têm o Iteron? O que fez até agora?
Não
existe agenda, ou pelo menos, ela deixa de ser divulgada.
Nenhuma
foto de reuniões, nenhum nome de diretor – nada. Um
mistério
a ser desvendado.
Nenhum
parlamentar consultou – e se o fez, calou-se – a página do instituto na
internet, onde não se conhece um só diretor da autarquia. O que leva à conclusão
de repartição-fantasma, pois a alardeada transparência governamental pressupõe publicar
e informar quem dirige e o que fazem determinados órgãos.
Por onde
anda a solerte e garbosa equipe do Sr. Francisco Neto, que, no exercício de
controlador geral do estado, bateu recorde nacional de decretos anticorrupção e
normas de conduta de servidores. Fez tanto, mas deixou escapar o Iteron. Este,
porém, passa incólume aos rigores oficiais.
Que
rigores? – pergunta-se a essa altura do campeonato.
O portal
do governo informa corretamente quem dirige secretarias, diretorias, Casas
Civil e Militar, polícias etc., menos a equipe desse instituto esquisito que
debocha das pessoas supondo-as todas bobas e desinteressadas no rumo fundiário
rondoniense.
O contribuinte
estadual ignora o volume de terras que movimentou, se mexeu em terras
devolutas, se resgatou áreas griladas às barbas do poder, ou mesmo se apenas
manteve morna a água da chaleira da titulação urbana feita pela Secretaria de
Estado de Patrimônio e Regularização Fundiária.
Para quem
não sabe, esse instituto supostamente ‘fantasma’, ou vive um longo parto nas
entranhas da Sepat, ou apenas um irmão totalmente esquecido.
Rondônia
é o único estado brasileiro onde a Assembleia Legislativa aprova a criação de
um órgão inativo e pelo qual Suas Excelências nutrem o desprezo, já que não se
vê um só parlamentar reunido com um só diretor da autarquia. Ora, o parlamentar
existe e sai na fita, enquanto o lado governamental é obscuro.
Todo cuidado do mundo ainda é pouco.
É preciso saber, é de direito saber o que anda
fazendo o Iteron.
O Instituto de Terras do Pará (Iterpa), por
exemplo, arrecadou quase 50 mil hectares (49.265 ha) de terras que considerava
devolutas, incorporando-as ao patrimônio do Estado.
Segundo informa o jornalista Lúcio Flávio
Pinto, a maior das glebas, de 44,6 mil hectares, fica em Paragominas, o que não
deixa de surpreender, considerando-se a intensa ocupação de terras no
município.
Vê-se que o Iterpa tem trabalhado sob os olhos
críticos da população. Conforme apurou
Lúcio Flávio, o modo utilizado pelo Iterpa para conseguir essa arrecadação se
baseia numa ferramenta introduzida no direito fundiário pela lei 6383, de
dezembro de 1976.
“A lei foi inspiração do Conselho de Segurança
Nacional (CSN), órgão ativo durante o regime militar, para um procedimento
sumário, uma medida legal de força. O CSN achava que com essa lei iria tornar
mais rápida e fácil a discriminação de terras em favor da União, sem submeter a
arrecadação a um processo mais demorado.”
Prossegue o jornalista: “Houve reação no mundo
jurídico porque algumas cautelas deixaram de ser adotadas, com o risco de, por
alguma falha na identificação de terras devolutas, criar conflitos. Risco
agravado porque, no caso paraense, nem sequer é divulgado um croqui da gleba
identificada.”
Ao promover a arrecadação sumária, o Iterpa
ressalva que da área descrita pelo memorial “ficam resguardadas e deverão ser excluídas,
através de Averbação na Matrícula, as áreas anteriormente já matriculadas no
Cartório de Registro de Imóveis, que incidirem na área objeto da arrecadação.”
Imaginemos a quantas andam os imbróglios
fundiários de Rondônia, estado permeado por gatunos de passos lépidos no estilo
do foragido “Galo velho”, aquele do Seringal 70 e de Mutum-Paraná.
Olhai por Rondônia, Senhor.
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