Segunda-feira, 29 de julho de 2024 - 15h31
A
Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO) recebeu com surpresa a
decisão proferida na última semana que, de forma liminar, suspendeu a licença
prévia para a recuperação e asfaltamento do “trecho do meio”, da BR-319,
principalmente neste momento em que a crise hídrica ameaça desabastecimento de
combustíveis, o transporte de pessoas e mercadorias entre os estados de
Rondônia e Amazonas via fluvial.
O
presidente da FIERO, Marcelo Thomé, lamenta essa situação e defende que o
diálogo entre os principais atores desse processo continua sendo a melhor
alternativa para encontrar soluções viáveis para o impasse. “É necessário
entender que hora de acharmos soluções, uma delas seria transformar a rodovia
em uma Estrada Parque (EP), fazendo que ela seja sustentável, não comprometa a
fauna, flora e a mata nativa da região.
Thomé
acredita que a Estrada Parque seja a alternativa para que a rodovia se torne
viável e a obra seja concretizada. “De forma organizada, ela abre nova
alternativa de rota de tráfego de passeio e escoamento de produtos, reduz o
isolamento, além de melhorar a qualidade de vida das pessoas que residem ao
longo desta região, mantendo a floresta conservada”, afirma.
O presidente da FIERO
lembra que durante a pandemia, centenas de vidas teriam sido poupadas,
caso a BR-319 estivesse recuperada. O oxigênio para atender os afetados pela
Covid-19 em Manaus, teve de ir via terrestre e a viagem que deveria ser de 36 horas,
se estendeu para quatro dias, chegando tardiamente.
Em
participação no diálogo do setor produtivo e lançamento da pedra fundamental do
Hub SENAI de Inovação, no início de julho, o vice-presidente e ministro do
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, enfatizou a
preocupação com a estiagem na região Norte, e sinalizou com serviços de
dragagem nas margens do Madeira.
Em
contato com a assessoria do Departamento Nacional de Infraestrutura de
Transportes (DNIT), o órgão diz que já atua para dragar um volume de 1,7 milhão
de metros cúbicos nas localidades de Abelhas, Salão Fausto, Salmão, Santa
Cruz, Miriti e Manicoré,
para garantir a manutenção do canal de navegação com largura e profundidade
adequados, durante o período de estiagem, sabendo-se que é um trabalho
paliativo e de alto custo.
Portaria
publicada no último dia 11, a Marinha suspendeu a navegação noturna para
comboios e demais embarcações, no trecho de Porto Velho a Novo Aripuanã, por
prazo indeterminado, em decorrência do regime de seca do Rio Madeira. A
Sociedade de Portos e Hidrovias informou que pela última metragem, o rio está
com apenas 2,83 m.
Conforme
o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Rondônia
(Sindipetro-RO), as balsas que saem de Manaus já navegam com a metade da
capacidade. No entanto, descarta o desabastecimento, pois são utilizadas rotas
alternativas e, porque o setor se organizou face à seca do ano passado, e
começou a fazer estoques para não ocorrer riscos de falta de combustíveis e
gás. Porém, alerta que o trajeto para chegar à Rondônia aumentou em 2400
quilômetros, o que certamente vai encarecer os derivados em média R$ 0,40 por
frete.
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