Quarta-feira, 5 de agosto de 2020 - 14h51
Apesar de
afastado, faz algum tempo, por decisão própria, para formação de seus
sucessores, da direção de seu principal negócio, a Toca do Coelho, o
empresário José Sálvio Coelho, continuava a ser uma das inteligências mais
ativas na orientação dos rumos do comércio local. Com uma grande experiência
comercial e empresarial, quando falava, falava com a autoridade de quem
experimentou bons e maus tempos, os diversos ciclos que a economia do antigo
Território e atual Estado de Rondônia tiveram. Coelho era um empreendedor, um
visionário. Maranhense de Fortuna, filho de agricultores, veio para Porto Velho
em 1968, com o objetivo de se estabelecer. Iniciou sua trajetória na capital
como representante da Eveready “a pilha do gato”, o que fez com grande sucesso,
tanto que logo em seguida foi representante da White Martins, a maior empresa
de gases industriais e medicinais na América Latina, em Rondônia e Acre.
No início
dos anos 70 casou-se com a professora Neide Araujo Coelho. Em 1972 montou para
sua esposa a Casa Araújo, que marcou época na cidade, por suas promoções
e importância no lançamento de novos produtos. Depois, em 1986, inaugurou a
Toca do Coelho, tradicional estabelecimento comercial da cidade, que se
notabilizou por vender artigos para lanchonetes, bares e restaurante no varejo,
utilidades domésticas e artigos para presentes, e por onde passaram muitos
comerciários que depois, montaram também o seu próprio negócio.
Coelho e Neide tiveram dois filhos: Raniery Araujo Coelho, atual presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Rondônia - Fecomércio/RO e Vice-Presidente da Confederação Nacional do Comércio - CNC e Riviany Araujo Coelho, cirurgiã dentista e odontopediatra, que lhes deram quatro netos: Laís Coelho, Lucas Coelho, Arthur Coelho e Melissa Coelho. Os netos sempre diziam ao avô: “Melhores Pais são promovidos Vovô, e o senhor é o melhor Avô do Mundo”.
José
Coelho deixa um grande legado e sempre reiterava a família: “O comércio é
importante para uma cidade desenvolver, por isso trabalhamos com afinco nessa
área há quase 50 anos, mas a minha maior conquista nesse tempo todo é a minha
Família, meus filhos, netos e a minha esposa. Vocês são a razão do meu viver”.
José
Sálvio Coelho, além de patriarca da família Coelho, foi um empresário
desbravador de forte atuação no sindicalismo patronal. Seja como Presidente do
Sindicato do Comércio Varejista de Materiais Elétricos e Aparelhos
Eletrodomésticos do Estado de Rondônia – Sindielétrico, uma entidade de classe
que reúne empresas da cadeia produtiva do comércio, bem como diretor da
Fecomércio/RO, membro dos Conselhos Deliberativos: do SEBRAE/RO e do Serviço
Social do Comércio - SESC.
Com
grande capacidade de fazer amigos e influenciar pessoas, José Sálvio Coelho foi
um empreendedor que sempre teve um olhar para o futuro encampando causas que,
para muitos, não devia ser preocupação de um comerciante. Assim, foi um
defensor da implantação das usinas do Madeira, como também, a favor do Porto
Velho Shopping, quando muitos eram contra a implantação e um adepto da Ferrovia
da Soja-Porto Velho/Sapezal (MT), para desafogar a BR-364.
Seu
otimismo e determinação diante da vida provinham, certamente, de sua origem
familiar, onde sempre se cultivou a crença no trabalho e de que “no comércio, é
preciso abrir as portas porque sempre alguém terá necessidade de algum
produto”. Seus inúmeros amigos lembram dele como uma espécie de conselheiro,
ponderado, mas, também um homem de atitudes, um homem de ação. Perde o nosso
Estado uma das últimas grandes personalidades do comércio pioneiro de Porto
Velho.
Sepultamento
A família
de José Sálvio Coelho informa que o corpo do empresário, transladado do Rio de
Janeiro, chegará em Porto Velho neste sábado (08), às 13h, de onde seguirá em
cortejo fúnebre, do Aeroporto Jorge Teixeira ao Cemitério Recanto da Paz, na BR
– 364, em frente ao Campus Unir.
Todos os
familiares, amigos, empresários e colaboradores do Sistema
Fecomércio/Sesc/Senac estão convidados a prestarem sua última homenagem no
cortejo, porém, em virtude do decreto estadual de calamidade pública que limita
a presença de pessoas no cemitério, será permitida apenas a participação de
seus familiares durante o sepultamento.
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