Sábado, 7 de março de 2020 - 13h22
Mulheres fortes, destemidas, guerreiras. Comemorado no próximo domingo (8), o Dia Internacional da Mulher é símbolo da luta pelos direitos femininos, igualdade no mercado de trabalho e tantas outras batalhas sociais que as mulheres enfrentam diariamente.
Sem perder a feminilidade e a sensibilidade, a expressão “sexo frágil” está longe de representar as policiais militares, sargento Luciana Rosa Vieira (33 anos) e as soldadas Laiane Araújo Meireles (23 anos) e Samara Barbosa da Silva (34 anos).
Casada e mãe de três filhos, a sargento Luciana tem 13 anos de serviço na Polícia Militar do Estado de Rondônia. Persistente, ela conta que quando fez o concurso para concorrer a uma vaga na PM, as pessoas a questionavam sobre a decisão. “Ninguém acreditava que eu seria capaz, diziam que eu não iria conseguir passar pela academia”.
Segundo a sargento, o mito de que a carreira militar é para homens foi mais um motivo para alcançar o objetivo. De seis a 11 meses, dependendo da academia, o período é desgastante, mas as dificuldades não foram tantas como as pessoas falavam.
“Sou de família bastante humilde e com uma educação bem rígida. Seguimos em casa aquela tradição hierárquica, de pedir a benção ao pai e à mãe, o respeito aos mais velhos, e da disciplina em si. Então, nada do que nos é cobrado no militarismo é estranho pra mim”, completa Luciana Rosa Vieira, sargento PM.
No local de trabalho, atualmente como chefe das Divisões de Projetos Estruturais, Projetos e Convênios da Diretoria de Apoio, Administração e Logística (DAAL), no Comando Geral da PM-RO, Luciana diz que sempre foi muito bem aceita entre os colegas do sexo oposto, e sempre que sentiu preconceito por ser mulher foi em ocorrências na rua. “Eles viam que tinha mulher na guarnição e sempre tentavam fugir ou atacar a mim por achar que seria mais fácil. Isso é um engano e é dessa forma que a gente prova a que veio. É uma adrenalina trabalhar na rua, viciante. Tanto que demorei para sair do serviço de rua. É muito gratificante poder ajudar a comunidade”.
A soldada Laiane, com apenas dois anos de serviço, pertence ao 9° Batalhão de Polícia Militar (BPM), zona Sul da capital. Nova tanto no trabalho quanto na idade, a jovem soldada diz que a profissão é sonho de infância. “Desde pequena, quando via passar uma viatura eu já pensava que queria ser policial. Fiz o concurso com 17 anos e fiquei para a segunda turma, devido apenas 10% de vagas serem destinadas para as mulheres, o que foi bom porque deu tempo para que eu completasse a maior idade e pudesse ingressar na academia”.
Laiane afirma que se sente totalmente acolhida na unidade onde serve e o respeito predomina entre todos. “Nós fazemos exatamente o que os homens fazem, não há nenhuma diferença, seja qual for o serviço. Eu me sinto completamente inserida e realizada por estar onde estou, e é claro que pretendo continuar na carreira, e estudar para alcançar patentes oficiais”.
Samara é da Força Tática há dois anos, e há quatro se tornou policial militar, atuando no 5° BPM. Com operações de grandes vultos, a soldada diz que não se intimida e que quando está no trabalho sente-se ainda mais forte como mulher, já que o pelotão tático conta apenas com três mulheres, incluindo Samara. “Eu me sinto lisonjeada. Nunca pensei antes em ser policial, apenas estudava para concurso, quando surgiu essa oportunidade de fazer para a PM. Entrei aos 29 anos e desde o primeiro dia de academia já me apaixonei pelo militarismo. Quando recebi o convite para fazer parte desse pelotão é um sonho que estou realizando”.
Para as mulheres que pretendem conquistar seus sonhos e objetivos, as militares deixam seus recados. “Sejam humildes, porque isso conta muito, não só na profissão, quanto na vida. No que pudermos ajudar ao próximo, temos que ajudar, e por sermos mulheres, temos que nos destacar, mostrar que podemos”, acrescenta Samara.
Luciana completa ainda que “a policial militar não é a melhor mulher, mas apenas aquela que mostrou a que veio, que com coragem enfrentou a corrida e assumiu a responsabilidade de chegar até o final, e não abaixou a cabeça. Abaixar a cabeça apenas para orar. Todas as mulheres são capazes de alcançar seus objetivos. Nunca desista, levante-se e faça acontecer. Não adianta sonhar sem sofrer o hoje, perder noites de sono estudando, com esforço e dedicação para chegar até o lugar que você almejou”.
Femininas, maquiadas, com uniformes alinhados como manda a regra, e com a postura de orgulho por serem quem são, as policiais seguem suas carreiras como referência às mulheres de Rondônia, contribuindo para a segurança e bem estar da população.
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