Terça-feira, 15 de setembro de 2020 - 12h14
A Comissão de Defesa do
Consumidor (CDC) da Assembleia Legislativa, ouviu na reunião da manhã desta
terça-feira (15) o presidente da Companhia de Água e Esgotos de Rondônia
(Caerd), José Irineu, para prestar esclarecimentos sobre a falta de água em
bairros de Porto Velho e também em cidades do interior, como Jaru.
O
presidente da Comissão, Aélcio da TV (PP) e o deputado Chiquinho da Emater
(PSB) conduziram a reunião. Aélcio iniciou questionando sobre as reclamações de
bairros de Porto Velho e de municípios na região de Jaru, pelas constantes
interrupções no fornecimento de água.
Irineu
disse que "a Caerd ainda não conseguiu avançar, para dar segurança na
distribuição de água, nos períodos de seca. Aqui em Porto Velho, ainda captamos
água em poços subterrâneos e também de mananciais, como o Bate-Estaca e o rio
Madeira. Em 2018, já em nossa gestão, interligamos a captação do rio Madeira,
para que nessa época de seca, quando o Bate-Estaca praticamente seca, possa dar
continuidade ao processo de captação".
Mesmo
assim, disse Irineu, a Caerd tem buscado atender a população, com as inúmeras
dificuldades financeiras e gerenciais da empresa. "Hoje, a capacidade
nossa é de 700 litros por segundo, na estação de tratamento. Vamos concluir uma
nova ETA e vai aumentar para 1.000 litros por segundo E vamos poder com isso,
fechar poços e interligar toda a rede na capital, garantindo água
tratada".
Segundo
Irineu, "hoje, temos rede de água, mas não tem a produção de água tratada
na capital. A obra começou de trás para frente e está parada, por um monte de
problemas. Com a finalização dessas obras, iríamos proporcionar a
universalização da água para Porto Velho".
Chiquinho
da Emater destacou que o Governo tem buscado o entendimento com as quatro
empresas da obra de água tratada na capital, para que possam retomar os
serviços. Ele aproveitou para indagar ao presidente da Caerd se tem algum
projeto para a região do Baixo Madeira, que enfrenta a falta de água em muitas
comunidades.
Aélcio
da TV quis saber sobre a necessidade de a Caerd ter recebido aporte do Governo,
para comprar insumos. "O que arrecada a Caerd, é suficiente para comprar
insumos e pagar salários?", questionou.
"A Caerd vem pagando folha, insumos e equipamentos. Atendemos 48
localidades de Rondônia. A empresa está em pequenas cidades, que gera até
prejuízos, mas cumpre com essa missão. Hoje, a arrecadação mensal é entre R$ 9
milhões a R$ 10 milhões. E gasta de R$ 2 milhões a R$ 4 milhões acima desse
valor que arrecada. A Caerd não recebe investimentos e isso implica em
dificuldades", respondeu Irineu.
Segundo ainda o presidente da companhia, dos 593 empregados, são mais de 200 em
idade de aposentadoria. "Mas a Caerd não desliga, por falta de recurso
para pagar as rescisões. Desoneraria a folha de pagamento em mais de 30%,
permitiria a contratação de mais servidores".
Ao
retomar a palavra, Aélcio disse que quase metade do pessoal da empresa recebe e
quase não produz nada e que o salário de um contrataria três servidores, que
poderiam prestar um serviço melhor aos consumidores. "Infelizmente, só tem
um caminho para a Caerd: a privatização. Lamentavelmente. Temos que usar
recursos públicos para custear a produção e venda de água. Uma empresa que dá
prejuízo de R$ 3 milhões ou R$ 4 milhões todo mês, que paga para quem não
produz quase nada, é insustentável", desabafou.
Projetos
Na reunião, também foi distribuído o PL 407/20, de autoria do deputado Edson
Martins (MDB), que dispõe sobre obrigatoriedade da concessionária de energia
elétrica em incluir na fatura de energia elétrica o demonstrativo de consumo
por gráficos para facilitar o entendimento do consumidor, em conformidade ao
estabelecido na Resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL e dá
outras providências.
Foi
aprovado o parecer ao PL 456/20, de autoria do deputado Chiquinho da Emater,
que dispõe sobre o direito do consumidor ao cancelamento ou à remarcação de
passagens aéreas, bem como de pacotes de viagens adquiridos, no âmbito do Estado
de Rondônia, em razão da doença COVID-19 causada pelo novo coronavírus.
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