Quinta-feira, 4 de março de 2021 - 11h05
As Estatísticas de gênero:
indicadores sociais das mulheres no Brasil, divulgadas nesta quinta-feira (04)
pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que em
2019, dos mais de 12 mil casamentos registrados em Rondônia, em 815 deles, a
mulher tinha até 17 anos, e em 43, os homens eram menores de idade.
Estes números colocam Rondônia
como a Unidade Federativa (UF) que, proporcionalmente, mais ocorrem casamentos
com cônjuges femininos com até 17 anos, atingindo o percentual de 6,4% enquanto
o país teve 2,1% dos casamentos com mulheres menores de idade. Acre e Maranhão
ocupam a segunda posição, com 3,9% dos casamentos com mulheres menores de
idade.
Em contrapartida, em 2019,
Rondônia foi o estado da Região Norte com menor taxa de fecundidade de mulheres
de 15 a 19 anos, com 69,7 nascimentos a cada mil mulheres nesta faixa etária.
As cinco primeiras posições no ranking brasileiro são ocupadas por estados
nortistas: Amazonas (93,2), Acre (88,5), Roraima (88,3), Amapá (84,7) e Pará
(83,8). Tocantins ocupa a sétima posição, com 76,1. No ranking brasileiro,
Rondônia está na 11ª posição.
Também foi possível observar que
a probabilidade de uma criança morrer antes de completar cinco anos é maior
entre os meninos que entre as meninas. Enquanto no Brasil, a taxa geral, em
2019, foi de 14 a cada mil nascidos vivos, entre os meninos este número foi de
15,1 e entre as meninas foi de 12,8.
Rondônia registrou a segunda pior
probabilidade do país de uma criança morrer antes de completar cinco anos,
ficando atrás apenas do Amapá. As taxas rondonienses entre os meninos foram
23,4 mortes a cada mil nascidos vivos e entre as meninas foram 21 mortes a cada
mil nascidas vivas, enquanto 26,4 meninos e 25,5 das meninas amapaenses a cada
mil nascidos vivos tinham chance de morrer antes dos cincos anos.
O estudo mostrou ainda que
Rondônia tem a menor expectativa de vida aos 60 anos. Uma pessoa rondoniense
que completa 60 anos tem expectativa média de viver mais 19,7 anos. Porém,
quando separados os gêneros, Rondônia apresenta a segunda menor expectativa de
vida tanto para homens quanto para mulheres: 18,4 anos a mais para eles e 21,2
anos para elas. Piauí foi o estado com menor expectativa de vida para os homens
que completam 60 anos (17,9 anos) e Roraima registrou a menor taxa entre as mulheres
(21,1).
As Estatísticas de gênero:
indicadores sociais das mulheres no Brasil é uma compilação de informações de
pesquisas do IBGE e de fontes externas, como Ministério da Saúde, Congresso
Nacional, Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Taxa de desocupação é maior entre
as mulheres que entre homens
As Estatísticas de Gênero também
revelam que a desocupação é maior entre as mulheres que entre os homens e entre
as pessoas pretas ou pardas que entre as brancas. Em 2019, a taxa geral de
desocupação em Rondônia foi 8,1%, mas ocorreu uma diferença de 3,7 p.p entre
homens e mulheres. Eles registraram 6,5% e elas de 10,2% de desocupação. A
maior diferença entre gêneros foi registrada no Amazonas (8,4 p.p) e a menor
ocorreu no Piauí (0,7 p.p).
Quando considerada cor ou raça,
Rondônia é a única UF em que as mulheres brancas apresentam taxa maior de
desocupação que as mulheres pretas ou pardas. Entre as brancas, o índice foi de
11,6% e entre as pretas ou pardas, foi de 9,8%. No Brasil, a desocupação era de
11% entre as mulheres brancas e de 16,8% entre as pretas ou pardas.
Aumenta número de horas dedicadas
aos afazeres domésticos e/ou cuidado de pessoas
Entre 2018 e 2019, houve um
aumento da média de horas dedicadas aos afazeres domésticos e/ou cuidados de
pessoas em 7,5% na população rondoniense com mais de 14 anos. Enquanto em 2018
eram dedicadas 15,3 horas semanais em média, este número foi de 16,5 horas
semanais em 2019.
Apesar de ter ocorrido um aumento
maior entre os homens (9,5%), as mulheres continuam dedicando mais horas a
estes tipos de atividades. Elas apresentaram um aumento de 7,7%, totalizando 21
horas semanais em 2019 à medida que homens totalizaram 11,2 horas semanais.
As diferenças por gênero também
ocorrem quando considerada a cor ou raça. Em Rondônia, no ano de 2019, um homem
branco dedicou cerca de 10,4 horas semanais aos afazeres domésticos e/ou
cuidado de pessoas, enquanto uma mulher branca atingiu a média de 20 horas
semanais. Entre as pessoas pretas ou pardas, a diferença foi um pouco maior: os
homens trabalharam nestes tipos de atividades 11,4 horas semanais e as mulheres
ocuparam-se 21,4 horas semanais.
Também ocorreu aumento de horas
dedicadas aos afazeres domésticos e/ou cuidado de pessoas entre as pessoas com
mais de 14 anos e ocupadas na semana de referência. Em 2018, a média rondoniense
era de 12,6 horas semanais, passando para 13,3 em 2019.
Mulheres são minoria na docência
do ensino superior em 21 UFs
Quando o assunto é a presença de
mulheres na docência do ensino superior, em 2019, elas ainda eram minoria em 21
UFs, sendo que a maior proporção foi registrada na Bahia, onde elas eram 51,8%
do quadro de professores, e que a menor ocorreu em São Paulo, onde 43,4% dos
docentes são do sexo feminino. Em Rondônia, as mulheres representaram 48,8% dos
docentes.
Também foi possível observar que
houve um aumento na proporção de mulheres na docência do ensino superior em 24
UFs entre 2015 e 2019, que variaram de 0,2 p.p (Tocantins) a 3,3 p.p (Distrito
Federal). Em Rondônia, o aumento foi de 1,2 p.p, assim como, Goiás, Pará e
Paraná. Amazonas (0,3 p.p), Acre (0,4 p.p) e Piauí (0,9 p.p) tiveram redução na
proporção de mulheres entre os professores.
Menos de 15% das cadeiras da
Câmara de Deputados são ocupadas por mulheres
A pesquisa mostra ainda como foi
a participação das mulheres na política no ano 2020. Das 513 cadeiras da Câmara
dos Deputados, 76 eram ocupadas por mulheres, representando 14,8% do total de
vagas. Rondônia e Amapá, com três mulheres eleitas em cada estado, tinham a
quarta maior proporção de participação feminina em suas bancadas: 37,5%.
Acre e Distrito Federal foram as
UFs com maiores proporções de mulheres: 50% de suas vagas, enquanto Pernambuco
foi o estado com menor proporção: apenas 4%. Amazonas, Maranhão e Sergipe não
tiveram mulheres eleitas para o cargo.
A proporção de mulheres eleitas
para o cargo de vereadora é um pouco maior que para deputada federal: 16% em
todo o país. Rondônia apresentou a terceira menor proporção de mulheres nas
Câmara de Vereadores: 11,5%, ficando atrás de Rio de Janeiro (9,8%) e Espírito
Santo (9,9%). O estado com maior proporção foi o Rio Grande do Norte, onde
21,8% dos eleitos são do sexo feminino.
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