Quinta-feira, 16 de setembro de 2010 - 16h59
Há certos momentos em que a dor torna as palavras pássaros que se perdem na amplidão. Porém, é preferível o erro, ou a palavra perdida, na tentativa do acerto que incorrer no pecado da omissão ainda quando, muitas vezes, o silêncio seja uma forma também de homenagem. E o silêncio respeitoso e triste também nos acomete quando morre o nosso querido Rochilmer Melo da Rocha.
Sua morte ecoa entre nós como a queda de uma gigantesca e centenária árvore no meio da floresta. Abre também um espaço, uma lacuna que, ao contrário do que acontece, na natureza é irreversível. Nós, familiares, amigos, conhecidos perdemos uma referência, que é mais sentida ainda, quando se percebe que sua presença sempre foi marcante e forte, apesar da sua forma discreta de comportamento, de não procurar, como hoje parece ser costume, as luzes e o brilho falso da celebridade.
A grande verdade é que com Rochilmer se perde um dos grandes construtores do Estado de Rondônia. Perde-se o homem que vindo de uma família tradicional do ex-Território herdou do pai, Joaquim Melo da Rocha, a mesma determinação inabalável de fazer, a generosidade que exercia no silêncio, a preocupação social que foi indissolúvel de seu comportamento como pai, advogado, jornalista, Chefe da Casa Civil e Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia.
A sua história, e a história de sua família, se entrelaça com a história de vida de nossa família e com a história de nosso próprio Estado. Cumpre acentuar que quando nosso irmão Jonathas Hugo Parra Motta assumiu como conselheiro do Tribunal de Contas encontrou nele não apenas um padrão de conduta, mas, também o amigo fiel que jamais lhe negou apoio e a luz do seu saber. Este era seu modo de proceder: ajudar silenciosamente e sem jamais uma mão ter conhecimento do que era dado pela outra.
Por tudo isto, e seria impossível mostrar sua grandeza numas poucas palavras, é que nós, da família Parra Motta nos associamos em prantear a enorme perda que não é apenas da família, mas, de todos que tiveram o prazer de conviver e partilhar de sua cultura e de seu exemplo de ser humano. Rochilmer partiu, mas, nos deixa, como um perfume delicado, a certeza de que a grandeza se alcança muito mais pela humanidade, pela beleza do trabalho e da dedicação diária na tarefa de edificar e construir o amanhã. Ele sabia que a vida era passageira, mas, que a semente que se planta no solo fértil se perpetua em novas flores. E seu nome continuará sendo lembrado pelo que ele sempre foi e será: um homem cuja grandeza está expressa na magnífica lição de vida que nos deixou. Ao patriarca e homem público de excepcionais só nos resta orar por ele e registrar as nossas condolências aos seus dignos familiares que hão de, certamente, honrar o seu exemplo.
Fonte: Ruy Parra Motta e família.
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