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Servidores de primeira e de segunda classe


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Informações dão conta de que o presidente Jair Bolsonaro, orientado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, estaria propenso a conceder reajuste salarial apenas aos militares em detrimento das demais categoria funcionais. E de pensar que o governo prometeu usar parte da verba gerada pela PEC dos Precatórios para dar aumento ao funcionalismo, sem exceção, mas, pelo que se observa, se depender do senhor Guedes, os servidores vão continuar à mingua.

A isonomia, como princípio da igualdade, gerando direitos iguais, deve ser uma diretriz, uma norma que precisa nortear as ações de benefícios de vencimentos não só para militares, professores, engenheiros, cientistas, mas também para os agentes administrativos, oficiais legislativos, assistentes legislativos, advogados, psicólogos, agrônomos, os quais, como servidores da União, do Estado ou mesmo do município, esperam tratamento isonômico por parte dos chefes dos executivos, nos três níveis de poder.

Por isso, nada mais justo do que o governo federal estender aos servidores civis o reajuste salarial que intenciona conceder aos militares. Insistir nessa conduta dúbia e discriminatória é um desrespeito para com as outras categorias profissionais que prestam serviços tão relevantes quanto os militares, ou talvez até mais. Vivemos tempos difíceis. A situação não está fácil para ninguém. É impossível esconder a extrema situação de desconforto experimentada pelos trabalhadores do ponto de vista salarial, entre eles não é justo excluir a maioria dos servidores públicos. Muitos deles há vários anos não recebem sequer a recomposição inflacionaria, que é um imperativo constitucional. Alguns estão ganhando tão pouco que mal dá para sobreviver com dignidade.

Que democracia é essa que discrimina servidores de primeira e de segunda classe na hora de reconhecer seus legítimos direitos? À democracia não interessa o traje do cidadão, seja ele um paisano, seja ele um homem de farta. E os que têm o poder da caneta precisam aprender essa lição. O presidente Jair Bolsonaro precisa colocar a mão na consciência e repudiar essa conduta discriminatória e mesquinha.

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